Alienação parental na psicologia

Alienação parental na psicologia

A alienação parental é um tema que vem sendo discutido com frequência dentro do campo da psicologia, uma vez que afeta diretamente na construção do sujeito e pode, inclusive, desencadear diversos transtornos psicológicos.

Essa é uma prática, infelizmente, muito comum, especialmente entre casais que estão se divorciando. Comumente os filhos passam a serem alienados por uma das partes, e com isso, começam a desenvolver sentimentos negativos em relação ao outro genitor, por vezes com base em ideias infundadas e inventadas por uma das partes.

Uma das consequências da alienação parental na psicologia é a chamada Síndrome da Alienação Parental (SAP), que é um transtorno psicológico desenvolvido por crianças e adolescentes que vivenciam estes momentos com alguma intensidade.

No artigo de hoje em Psicologia-Online vamos trazer para você todas as informações sobre o tema, o seu significado, os fatores de risco, suas consequências e opções de tratamento. Acompanhe!

Como acontece a alienação parental

A alienação parental é quando um dos genitores tenta repudiar o outro através de alegações, informações, e até mentiras sobre a outra parte. Basicamente, significa dizer que um dos genitores tenta fazer o filho tomar as suas dores em um processo de separação, ficando contra o outro.

De forma mais prática, em um casal que está se separando, a mãe pode ficar com a guarda dos filhos e fazer com que eles passem a não gostar do pai, pois vai falando coisas negativas a seu respeito, pode inventar histórias de agressões, abusos e negligência, afastar deliberadamente os filhos da outra parte e gerar uma pressão psicológica para que o filho fique a favor da mãe.

A alienação parental costuma ocorrer no meio de casais que estão em fase de divórcio e comumente é uma das partes tentando ganhar a atenção e o partido dos filhos, no entanto, também pode ocorrer por parte dos avós ou outras pessoas de grande proximidade.

As consequências da alienação parental podem ser muitas e causar problemas a nível físico e psicológico nos filhos, por essa razão é considerada como uma forma de violência psicológica.

Quando ocorre a alienação parental

Apesar de ser comumente relacionada ao processo de separação, a alienação parental pode ser desenvolvida no caso de outras situações, como por exemplo, quando o casal ainda está junto mas vive em um meio repleto de brigas e desentendimentos.

Toda essa vivência gera prejuízos a nível psicológico, especialmente em crianças menores de 7 anos que desenvolvem diversos esquemas que serão apresentados através dos seus comportamentos na fase adulto. Com isso o adulto pode apresentar comportamentos de esquiva, falta de habilidades sociais, dificuldades em relacionamentos, dependência emocional, rigidez, dentre outros.

Por isso, dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome da Alienação Parental estão:

  • Processos para obtenção da guarda da criança;
  • Brigas familiares recorrentes;
  • Ambiente familiar não saudável;
  • Processos de divórcio em geral.

Como prática mais recorrente estão a tentativa de modificar a imagem do filho perante o outro genitor, com informações e detalhes sobre os motivos da separação, detalhes estes que não agregam nada de positivo na vida dos filhos. Insultos e xingamentos em relação ao outro, chantagens e ameaças, denúncia de negligência, violência ou abusos, mesmo que estes não sejam reais.

Ou seja, de modo geral, existe a necessidade de que o filho tome partido de uma das partes e passe a evitar, ou até mesmo odiar o outro genitor. Por consequência, a alienação parental causa danos graves na formação da personalidade desta criança ou adolescente que vivencia essa situação.

Consequências da alienação parental

Ao longo do texto já foi possível identificar alguns fatores de risco, bem como as consequências da alienação parental, no entanto, as consequências podem ser ainda mais severas a depender do grau de alienação aplicada.

Tomemos como base e exemplo um processo de separação, este já é um momento repleto de tristeza e dificuldades para todas as partes, e pode ser especialmente difícil para uma criança que terá seu seio familiar desfeito. As reuniões familiares já não acontecerão da mesma forma, possivelmente com o tempo, terá a inclusão de novas pessoas, as datas comemorativas já não serão iguais, bem como a vivência com os pais será em casas diferentes.

Por consequência pode haver o desencadeamento de tristeza profunda que pode levar a quadros de depressão, estresse, ansiedade, ataques de pânico e exaustão mental. Dessa forma, a criança ou adolescente pode apresentar dificuldades para dormir, sono agitado, pesadelos recorrentes além de crises de ansiedade de forma recorrente e é por isso que é tão importante tratar sobre o tema da alienação parental na psicologia.

Todas essas vivências vão desenvolvendo padrões de resposta comportamental ao longo da vida dos filhos, que afetam diretamente na construção da sua saúde mental e inteligência emocional. As consequências da alienação parental podem ser apresentadas durante toda a vida do sujeito quando não tratadas de forma adequada.

Alienação parental na psicologia: como tratar

Todas as consequências geradas pela alienação parental precisam de tratamento e acompanhamento psicológico, uma vez que geram impactos profundos na vida da criança ou adolescentes que reverberará na vida adulta se não trabalhados de forma apropriada.

Para isso, é extremamente recomendado um acompanhamento psicológico, a fim de processar essa separação ou as causas da alienação parental de forma adequada. Além disso, é de grande importância que os pais também recorram a um processo terapêutico.

Vale reforçar que uma terapia de casal não é recomendada apenas para casos em que o casal está em busca de manter e melhorar o seu relacionamento conjugal. A terapia de casal pode e deve ser feita por duas pessoas que estejam em processo de divórcio com o objetivo de transcorrer essa separação de forma amigável e, justamente, evitar que os filhos sofram com essa separação.

Se você está passando por um processo de separação, procure falar sobre o outro genitor de forma educada, os filhos não precisam tomar nenhum partido, afinal, essa ligação com a outra parte sempre irá existir, por isso, é importante que ela seja saudável e positiva.

Pense sempre na saúde mental dos seus filhos, essa deve sempre ser a maior preocupação dos pais, especialmente nos processos de divórcio.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia

Elisabete Condesso. 2018. Síndrome da Alienação Parental o que fazer. PsicoAjuda. Disponível em: <https://www.psicoajuda.pt/psicologia-clinica/sindrome-da-alienacao-parental/> Acesso em 01 de junho de 2022.

Maria Berenice Dias. 2008. Síndrome da Alienação Parental, o que é isso? IBDFAM. Disponível em: <https://ibdfam.org.br/index.php/artigos/463/S%C3%ADndrome+da+aliena%C3%A7%C3%A3o+parental,+o+que+%C3%A9+isso> Acesso em 01 de junho de 2022.