Alzheimer: o que é, sintomas, causas, fases e tratamento

Alzheimer: o que é, sintomas, causas, fases e tratamento

As demências são as doenças neurodegenerativas que mais afetam a população na velhice, sendo o mal de Alzheimer a mais frequente de todas elas, com cerca de 55 mil novos casos cada ano no Brasil1, o que a torna uma doença que requer uma grande atenção à saúde.

A doença de Alzheimer não é uma doença natural devido ao envelhecimento, e conviver com ela muda a vida da pessoa que a sofre e das pessoas ao seu redor. Para conhecer como vivem as pessoas que sofrem desta doença e quais recursos estão disponíveis para o seu tratamento, continue lendo este artigo de Psicologia-Online - Alzheimer: o que é, sintomas, causas, fases e tratamento.

O que é Alzheimer?

O Alzheimer, Doença de Alzheimer (DA) ou mal de Alzheimer, é uma doença neurodegenerativa, sendo a mais frequente de todas as demências. Consiste em um transtorno considerado grave, degenerativo, causado por uma perda progressiva dos neurônios cerebrais. Ocorre predominantemente em idosos e muito raramente em jovens ou pessoas de meia idade.

De modo geral, a doença causa uma deterioração da memória, afetando a capacidade de lembrar; na linguagem, produzindo dificuldades na comunicação; e no pensamento, gerando deterioração no raciocínio.

Sintomas de Alzheimer

A forma de aparecimento dos diferentes sintomas do Alzheimer pode ocorrer de forma muito variada nas pessoas afetadas, não há apenas uma evolução e a doença pode não ser notada até que tenha evoluído um pouco. Os sintomas que nos fazem pensar sobre o aparecimento desta doença são:

  1. Perda de memória: a perda de memória é o primeiro sintoma percebido nesta doença. Em primeiro lugar, há uma deterioração da memória a curto prazo, onde ocorrem esquecimentos sobre as ações mais recentes, como não lembrar o que jantaram na noite anterior. Geralmente, a pessoa tem consciência dessas perdas de memória, embora a atitude mais frequente seja tentar escondê-las. Conforme a doença avança, a memória vai sendo deteriorada, afetando a memória a longo prazo.
  2. Dificuldades para realizar tarefas cotidianas: as pessoas que sofrem de Alzheimer têm dificuldades para realizar tarefas que faziam normalmente, como utilizar os eletrodomésticos, esquecer onde guardaram determinados objetos, esquecer o que deveriam comprar quando vão no supermercado...
  3. Alteração na linguagem: notam-se dificuldades na expressão, é difícil para a pessoa dizer aquilo que quer transmitir. Frequentemente, fazem uso de “circunlocuções” como por exemplo: “estarei deitado ali onde se dorme”, em vez de dizer na cama.
  4. Desorientação no tempo e no espaço: é normal haver uma desorientação em relação ao dia em que se encontram, o lugar, onde vivem,… por isso é comum se desorientarem e se perderem.
  5. Diminuição da capacidade de julgamento: se detecta uma dificuldade para fazer julgamentos simples e, por isso é normal que tomem decisões incorretas sobre, por exemplo, qual roupa devem usar pelo tempo que faz.
  6. Pensamento abstrato: têm uma grande dificuldade para poder realizar pensamentos abstratos, como o cálculo.
  7. Mudanças de humor e de comportamento: as pessoas com Alzheimer podem ter mudanças repentinas de humor e de comportamento, frequentemente seguidos de agitação, que podem impactar os membros de sua família e as pessoas mais próximas.
  8. Mudanças de personalidade: embora seja frequente que a personalidade na velhice mude, nessa doença as mudanças podem ser muito drásticas, sendo predominante personalidades desconfiadas, dependentes ou hostis.
  9. Iniciativa: as pessoas com Alzheimer têm dificuldades em tomar a iniciativa em ações cotidianas às quais estão acostumadas, como cuidar da casa ou fazer compras. Por isso, em muitas ocasiões acabam passando longos períodos de tempo em frente à televisão sem dar atenção aos estímulos ao seu redor.

Causas de Alzheimer

A principal causa do Alzheimer é a diminuição progressiva de neurônios cerebrais, especificamente a produção de neurotransmissor acetilcolina é reduzida, causando uma deterioração das vias colinérgicas do nosso sistema cerebral. Por ser uma causa desconhecida, é difícil prever os fatores que podem causar a doença, contudo existem alguns fatores que aumentam a probabilidade da sua ocorrência, como:

  1. Idade: o surgimento da doença é frequente nas pessoas acima de 60-65 anos, sendo aos 80 anos a idade média do seu diagnóstico.
  2. Gênero: o sexo feminino tem mais frequência da doença.
  3. Genética: estima-se que 40% das pessoas que sofrem da doença de Alzheimer tiveram algum familiar que também teve.
  4. Fatores ambientais: foi demonstrada uma elevada relação no aparecimento de Alzheimer com o tabaco, determinando-o como um fator de risco da doença, assim como as dietas ricas em gorduras.

Alzheimer: fases

A doença passa por diferentes etapas que são caracterizadas pela deterioração progressiva. As fases do Alzheimer são:

1. Inicial ou estágio leve

Nessa primeira fase do Alzheimer, é difícil perceber os danos causados pela doença. Começam a ocorrer pequenos esquecimentos, como onde deixou as chaves do carro, ou podem aparecer dificuldades para poder encontrar a palavra adequada. Nessa fase do Alzheimer a pessoa pode cuidar de si mesma, realizando as tarefas da vida cotidiana e, inclusive, trabalhando e dirigindo. No entanto, começa a demonstrar uma falta de espontaneidade, inciativa e uma tendência depressiva. Também começam a aparecer as mudanças repentinas de humor, podendo ser acompanhadas de apatia, com isso o isolamento, e uma diminuição da capacidade de julgamento.

2. Fase intermediária ou moderada

Na segunda fase do Alzheimer, já é evidente sua aparecimento. O paciente já sente dificuldade para realizar as atividades cotidianas, como fazer compras ou preparar o jantar. A memória não é a única coisa visivelmente alterada, também aparecem problemas na capacidade de raciocinar e compreender e sua deterioração avança com mais rapidez.

3. Fase avançada ou grave

Nesta fase do Alzheimer, são alteradas todas as funções cognitivas, existindo portanto grande dificuldade para falar corretamente, produção de repetições constantes e conexões incongruentes. Na fase avançada, a pessoa deixa de reconhecer seus familiares e pessoas mais próximas, e também não reconhecem a si mesmos. Por outro lado, os pequenos lapsos de desorientação que podiam aparecer anteriormente são constantes e podem chegar a esquecer as ações mais básicas, como andar. A apatia que experimentam faz com que passem longas horas sem nenhuma atividade e percam toda sua autonomia. Finalmente, sofrem alterações constantes de humor, com risadas ou choros sem motivo aparente e sem compreensão diante da fala. Nos estágios mais graves da doença, podem sofrer rigidez e mutismo, podendo mesmo chegar a um estado vegetativo.

Tratamento de Alzheimer

Atualmente, não existe nenhum tratamento que possa reverter a degeneração do Alzheimer. No entanto, em alguns pacientes é possível que, na fase inicial ou média da doença, possam fazer uso de medicamentos que ajudem a retardar a deterioração durante um tempo.

A nível farmacológico, os medicamentos que tendem a ser utilizados para o tratamento do Alzheimer são os inibidores da colinesterase, que permitem retardar a deterioração de alguns sintomas, geralmente durante meio ano.

Diante do aparecimento de sintomas de caráter psicológico e comportamental, existem tratamentos que ajudam a aumentar a qualidade de vida das pessoas que sofrem da doença e das que estão ao seu redor. É comum o uso combinado de medicamentos, diante da grande variedade de sintomas. Por exemplo, frente ao humor depressivo, costumam ser receitados antidepressivos e para os distúrbios do sono, a agitação ou as alucinações, administram-se neurolépticos ou benzodiazepínicos.

No tratamento do Alzheimer, é importante oferecer a medicina paliativa, com o intuito de ajudar o paciente a ter um bem-estar maior. Esses cuidados estão ajudam a pessoa a enfrentar a doença e a morte. Em muitas ocasiões, muitos pacientes preferem dispensar o cuidado curativo e se beneficiar apenas dos cuidados paliativos para reduzir a dor.

É preciso levar em conta que a doença de Alzheimer, atualmente, não tem cura e todas as possibilidades de tratamento se baseiam em reduzir o sofrimento e aumentar a qualidade de vida destas pessoas.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Demeda, Lucas. (2018) Pioneiro. Alzheimer: Brasil tem 55 mil novos casos por ano. Disponível em: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2018/09/alzheimer-brasil-tem-55-mil-novos-casos-por-ano-10598789.html
Bibliografia
  • De Ocho, E., Coronado, H., Martínez, M & Nevado, M. (1996). Guía práctica de la enfermedad de Alzheimer. Ministerio de Sanidad y Consumo: instituto nacional de la salud.
  • Ministerio de sanidad, política social e igualdad (2011). Guía de Práctica Clínica sobre la Atención Integral a las Personas con Enfermedad de Alzheimer y otras Demencias. Ministerio de Ciencia e Innovación.
  • Peña, J. (1999). Enfermedad de Alzheimer. Del diagnóstico a la terapia: conceptos y hechos. Fundação “La Caixa”.