Psicologia clínica

Anuptafobia (medo de ficar solteiro): causas e como tratar

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 16 agosto 2022
Anuptafobia (medo de ficar solteiro): causas e como tratar

As relações de casal são complexas e, a princípio, geralmente idealizamos demais a pessoa com que estamos saindo. Depois de um tempo, no entanto, as coisas costumam mudar, já que começamos a notar os defeitos que todo ser humano possui. Como consequência, podem surgir alguns conflitos entre duas pessoas, tanto na convivência como no vínculo. No fim, as histórias de amor geralmente são diferentes dos filmes ou séries que tentam retratá-las.

Entretanto, estas considerações podem gerar um efeito contrário em algumas pessoas. Dito de outro modo, a presença de conflitos ou situações difíceis podem estar vinculadas ao retraimento para estabelecer vínculos românticos na vida cotidiana.

Neste sentido, existem pessoas que possuem um medo intenso e repetitivo de não ter uma companhia de vida. Neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre a Anuptafobia (medo de ficar solteiro): o que é, causas, sintomas e tratamento.

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Índice

  1. O que é a anuptafobia
  2. Causas da anuptafobia
  3. Sintomas da anuptafobia
  4. Tratamento da anuptafobia

O que é a anuptafobia

A anuptafobia ou o medo de ficar solteiro é um medo irracional e exagerado diante da ideia de não formar um vínculo amoroso com outra pessoa. A presença deste quadro se relaciona com uma série de atitudes compulsivas relacionadas com interagir socialmente com outras pessoas.

Devido a suas características, a anuptafobia é considerada como um transtorno de ansiedade e se inclui dentro das fobias específicas que estão delimitadas dentro do DSM-V[1]. Para poder chegar a um diagnóstico acertado de anuptafobia, é preciso cumprir uma série de critérios diagnósticos:

  • Medo e/ou ansiedade diante de um objeto ou situação específica.
  • Evitação da situação ou objeto específico por causa do medo e/ou ansiedade.
  • Medo e/ou ansiedade desproporcional ao perigo real que o objeto ou situação específica representa.
  • Duração de seis meses ou mais.
  • Deterioramento das relações sociais, profissionais e familiares.
  • As alterações não podem ser explicadas pela presença de algum outro transtorno mental e/ou da ingestão de medicamentos.

Causas da anuptafobia

Um dos aspectos mais importantes que devemos levar em conta para saber as causas do medo de ficar solteiro reside em encontrar as possíveis origens da anuptafobia. Esta informação nos permitirá recorrer a certos tratamentos que geram melhoras significativas no desenvolvimento da vida cotidiana da pessoa que sofre de anuptafobia. A seguir, detalharemos as causas mais relevantes vinculadas à anuptafobia.

Fatores ambientais

As experiências que vamos tendo ao longo da vida influenciam em grande medida nos comportamentos que temos atualmente. Aqui é possível incluir o medo da solidão, experiências de abandono, violência física e/ou verbal, entre outros. A pessoa que possui este tipo de medo pode ter comportamentos compulsivos que tentam evitar sensações negativas que aconteceram anteriormente.

Dessa forma, as normas sociais e/ou familiares também repercutem neste quadro clínico, já que geram um alto grau de ansiedade. Por exemplo, as ideias vinculadas a estar em casal em determinada idade, se casar antes de ter filhos, entre outros.


Fatores genéticos

Mesmo que não esteja completamente confirmado, a herança genética também poderia estar relacionada com a origem do medo de ficar solteiro. Sendo assim, existe uma conexão forte entre o processamento dos estímulos provenientes do entorno social e certas áreas do córtex cerebral. Por isso, uma maior incidência de ações neuronais vinculadas às emoções pode provocar uma tentativa ininterrupta de formar um casal. Por sua vez, se algum dos progenitores foi diagnosticado de anuptafobia, existem grandes chances de que a pessoa também tenha características similares.

Sintomas da anuptafobia

Prestar atenção aos sintomas que se manifestam tanto no aspecto físico como emocional e comportamental é importante para sermos conscientes da gravidade do problema. Por este motivo, apontaremos os sintomas mais frequentes da anuptafobia ou medo de ficar solteiro:

  • Ansiedade intensa.
  • Pensamentos repetitivos acerca do amor.
  • Sudorese excessiva.
  • Aumento do ritmo cardíaco.
  • Tonturas.
  • Náuseas.
  • Angústia.
  • Baixa autoestima.
  • Dificuldade para estabelecer vínculos duradouros.
  • Baixa tolerância à frustração.
  • Estado de humor variável.

No entanto, cabe destacar que a presença de algum destes sintomas de forma isolada não constitui necessariamente um quadro de anuptafobia. É imprescindível que o diagnóstico seja feito por um profissional de saúde mental especializado no tema, pois possui a capacidade de avaliar as características do paciente detalhadamente.

Tratamento da anuptafobia

Finalmente, neste tópico falaremos dos métodos mais eficazes para tratar a anuptafobia. Embora cada abordagem possua metodologias diferentes, os resultados obtidos confirmaram sua efetividade na remissão dos sintomas do medo de ficar solteiro. A seguir, explicaremos os tratamentos mais importantes para tratá-lo:

Terapia psicológica

As sessões de psicoterapia geralmente trabalham com os pensamentos, emoções e comportamentos que dão lugar aos sintomas da anuptafobia. Por um lado, as terapias de curta duração dão ao paciente ferramentas para enfrentar situações de ansiedade de um modo mais adequado às necessidades e qualidades do paciente. Entre as terapias curtas mais relevantes destaca-se a terapia cognitivo-comportamental.

Por outro lado, as terapias de longa duração dão ênfase especial em localizar a origem dos conflitos a partir das lembranças de situações infantis. Este fato possibilita a pessoa adotar outras formas de agir em situações que envolvam contato com outras pessoas. A terapia de longa mais conhecida e importante é a psicanálise.

Medicação farmacológica

Nos casos que representam uma gravidade considerável que interfere no desenvolvimento de uma ampla variedade de atividades cotidianas, a administração de medicamentos ansiolíticos faz parte de uma solução que diminui a intensidade dos sintomas.

No entanto, é preciso levar em conta que a medicação farmacológica apenas deve ser tomada sob a supervisão de um profissional de saúde mental.

Anuptafobia (medo de ficar solteiro): causas e como tratar - Tratamento da anuptafobia

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría. (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Gómez Cervantes, R.A. (2018). Experiencias de la ausencia de una pareja sentimental en mujeres de mediana edad en la ZMG. Maestría en Desarrollo Humano. Departamento de Psicología, Educación y Salud. Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente.
  • Tortella-Feliu, M. (2014). Los trastornos de ansiedad en el DSM-5. Revista Iberoamericana de Psicosomática, 110 (1), 62-69.
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