O bullying verbal é um tipo de assédio escolar que envolve o uso de palavras ofensivas, zombarias, insultos, difamações ou ameaças verbais para intimidar ou prejudicar emocionalmente a vítima. Esse tipo de assédio pode ter efeitos graves e duradouros na autoestima e na saúde mental da pessoa afetada.
A verdade é que o bullying é um problema social que atualmente apresenta uma prevalência mundial exagerada. Acredita-se que cerca de 20% dos alunos tenham sofrido assédio escolar alguma vez na vida. O bullying mais utilizado pelos agressores é o psicológico, seguido do verbal e do físico em terceiro lugar.
No seguinte artigo de Psicologia-Online, explicaremos tudo sobre bullying verbal: o que é, consequências e como preveni-lo.
O que é bullying verbal
O bullying verbal é um tipo de bullying em que o agressor usa palavras ou expressões degradantes em relação à vítima. Humilhações, desdém, apelidos, insultos, gritos, ameaças e difusão de rumores são exemplos claros de bullying verbal.
O objetivo de cada um desses atos verbais desagradáveis é agredir verbalmente a vítima, assustá-la, diminuí-la e subjugar sua dignidade.
Causas do bullying verbal
As causas do bullying verbal não estão muito distantes das que levam ao restante das agressões incluídas no assédio escolar. A seguir, apresentamos os principais motivos que podem levar a situações de bullying verbal:
- No caso do agressor: geralmente é uma criança com antecedentes de falta de controle de impulsos, baixa tolerância à frustração, insegurança encoberta pela arrogância e agressividade, manipuladora e com uma educação autoritária ou excessivamente permissiva. São alunos que não foram educados a terem respeito pelo próximo e que não tiveram limites claros estabelecidos pelos pais ou guardiões. Durante sua infância, foram abusados (física ou verbalmente) e, como consequência do ressentimento acumulado e por não terem modelos de comportamento melhores, repetem atualmente os padrões agressivos paternos, ou seus atos foram totalmente permitidos sem a incorporação de qualquer tipo de limite e agora são incapazes de parar, especialmente por seu alto nível de intolerância à frustração;
- No caso da vítima: geralmente é uma pessoa "fraca" fisicamente e/ou psicologicamente, que apresenta o perfil perfeito para ser agredida por um agressor que busca aumentar facilmente seu ego. Os alunos que sofrem abuso, assim como os agressores, apresentam a mesma base de insegurança e falta de autoestima. Sua origem, neste caso, geralmente se deve a falta de atenção na infância que os fizeram se sentir com baixa autoestima;
- Observadores passivos: outro fator importante determinante na manifestação final do bullying verbal é o grupo de observadores passivos que, ou não denunciam a situação degradante observada ou, pior ainda, a reforçam e alimentam. Esses alunos, novamente por insegurança, medo ou para se sentirem integrados, comportam-se dessa maneira, levando à existência de situações de bullying.
No entanto, existem casos de bullying em que a vítima não apresentava nenhuma situação traumática infantil anterior ao assédio, mas por características específicas como simplicidade, bom coração, excelentes resultados acadêmicos, etc., tornam-se de repente vítimas de assédio escolar, com as desagradáveis consequências negativas que essa infeliz experiência terá em suas vidas.
Consequências do bullying verbal
O bullying verbal pode causar uma série de consequências graves para a vítima, incluindo medo, bloqueio e paralisação, desamparo aprendido, perda completa de autoestima, motivação e alegria de viver, ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.
O assédio verbal reiterado ao qual a vítima é submetida provoca um medo intenso do agressor, aumentando o sentimento de baixa autoestima. Esse medo gera fortes estados de ansiedade devido ao pânico de voltar a viver essas "brincadeiras" e humilhações. Como resultado, as vítimas de bullying verbal perdem ou desvalorizam sua capacidade de se manifestar e se expressar, resignando-se a permanecer caladas, afastadas, quase invisíveis e, com o tempo, incorporando esse modo de vida como seu.
Se o assédio ultrapassar certos limites, pode levar a vítima a ter estados de angústia que a levem a ter pensamentos suicidas ou, até mesmo, concretizá-los.
Como prevenir o bullying verbal
Levando em consideração as altas taxas de assédio e subsequente suicídio escolar que estão vindo à tona atualmente, prevenir qualquer tipo de bullying deve se tornar uma prioridade social. Para isso, é de vital importância criar um plano de prevenção que envolva ativamente todos os membros da comunidade escolar.
Os casos de bullying não são apenas responsabilidade dos agressores e suas famílias, mas também dos demais alunos, famílias, professores e até mesmo da equipe diretiva e familiares da vítima. Todos devem ser parte ativa da solução para o problema. Trata-se de criar um ambiente generalizado de respeito, total intolerância com abusos e união de toda a comunidade escolar para criar um espírito de convivência que não permita essas atitudes.
Aprender a se tratar bem, responder de forma tranquila e amigável, mesmo diante de pequenos erros de nossos colegas, sem julgar e tentando ver as virtudes nos outros, ajudará a incorporar outro modo de vida no qual o bullying não tem chance de se manifestar. Neste artigo, você encontrará mais informações sobre como prevenir o bullying.
Como intervir em casos de bullying
Com relação a como intervir no caso de constatação de algum caso de bullying verbal, como primeira medida de emergência, deve-se fortalecer a vítima emocional e psicologicamente, sempre com a participação ativa da família.
Posteriormente, para poder erradicar o problema pela raiz, será imprescindível a intervenção com o agressor, os observadores e suas famílias. Por outro lado, os trabalhos de conscientização do corpo docente, equipe diretiva e famílias da comunidade escolar também farão parte do processo de intervenção para conseguir acabar de maneira definitiva com qualquer tipo de bullying presente ou futuro.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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