Catalepsia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Catalepsia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Catalepsia pode ser definida como "acidente nervoso repentino, de índole histérica, que suspende as sensações e imobiliza o corpo em qualquer posição que este é colocado". Mas, o que sabemos sobre este transtorno? E por que ele tem causado terror ao longo da história?

Neste artigo de Psicologia-Online, te atualizamos sobre esta doença estranha, onde parece que a pessoa faleceu e, no entanto, continua viva. Continue lendo para descobrir o que é a catalepsia, seus sintomas, causas e tratamento.

O que é a catalepsia

A catalepsia é um transtorno do sistema nervoso central, caracterizado pela perda da mobilidade e da sensibilidade do corpo. A pessoa que o apresenta, sofre uma paralisia corporal, os músculos se enrijecem e se tensionam, e por isso a pessoa fica incapaz de realizar qualquer movimento. Além disso, a sensibilidade à dor é reduzida.

A respiração e os batimentos cardíacos desaceleram e a pele perde cor. Portanto, o estado do sujeito é similar ao de um falecido e pode criar confusão se os sintomas não são conhecidos. De fato, ao longo da história houve casos de pessoas enterradas vivas quando sofreram um ataque de catalepsia.

O mais curioso do estado cataléptico é que, mesmo que o sujeito não responda a estímulos nem consiga se mover, continua consciente de tudo o que acontece, porque pode ver e ouvir.

Por tudo o que foi dito, a catalepsia ficou conhecida como "morte aparente" e causou terror durante muitos anos. Tanto que, durante cerca de 40 anos, o medo de ser enterrado vivo se espalhou. Então, para evitar que isso chegasse a acontecer, foram criados os "caixões de segurança". Estes caixões contavam com um sistema de alarme, composto por uma corda dentro do mesmo, ao alcance do falecido, conectada à uma campainha ou bandeira situada na parte externa para que, o encarregado do cemitério em questão, pudesse vê-la e ouvi-la. A catalepsia podia durar vários dias e sem os meios que temos hoje, poderia acontecer erros quanto ao diagnóstico de morte. Se acontecesse de acordar dentro do caixão, o suposto cadáver poderia puxar a corda e fazer a campainha tocar ou a bandeira se levantar, o que permitia a ele ser desenterrado, salvando sua vida.

Ainda nos dias atuais, há algumas pessoas de certa idade que têm medo de que algo similar possa acontecer. No entanto, a verdade é que não é um transtorno grave, e quem sofre dele pode se recuperar com normalidade, uma vez que a condição é identificada. Além disso, graças aos grandes avanços na ciência em geral, em particular na medicina, um diagnóstico errôneo de morte é quase impossível. Em pouco tempo, é possível comprovar se há atividade tanto no cérebro como no coração.

Sintomas da catalepsia

Ocorreram casos de catalepsia em pessoas sadias sem nenhuma outra enfermidade. Por isso, é importante conhecer os sintomas da catalepsia para diferenciá-la de um desmaio ou morte:

  • Rigidez
  • Perda de controle sobre as extremidades e os músculos em geral
  • Incapacidade de responder aos estímulos
  • Palidez
  • Diminuição da respiração e do ritmo cardíaco
  • Insensibilidade a dor
  • Flexibilidade de cera: se um membro é movido, este fica nesta posição

Causas da catalepsia

Mais que uma doença em si mesma, a catalepsia é um sintoma de alguma patologia do sistema nervoso, como o Parkinson.

Por outro lado, está relacionada com transtornos como a esquizofrenia, a epilepsia e quadros graves de psicose.

Também é característica de pacientes em tratamento de reabilitação por consumo de álcool ou cocaína, como parte da síndrome de abstinência.

Existem algumas circunstâncias que, como acontece com outras condições, incrementam a probabilidade de experimentar a catalepsia:

  • Estar passando por uma depressão maior
  • A apneia do sono
  • Experimentar emoções muito intensas (choque emocional extremo)
  • A obesidade.

Tratamento da catalepsia

Quando ocorre um caso de catalepsia, é importante que um profissional faça uma avaliação urgente do estado do paciente, considerando os sintomas que apresenta e comprovando, através de testes, se há atividade no organismo, como o eletroencefalograma e o eletrocardiograma. Primeiramente, descarta-se a morte e, em seguida, averígua-se qual é a doença ou transtorno que há por trás.

Como vimos antes, a catalepsia não é uma doença em si, portanto, não possui um tratamento específico. Os tratamentos administrados serão de acordo com a doença que provocou o episódio.

Se a doença principal está relacionada com o sistema nervoso, como ocorre com o Parkinson e a epilepsia, os relaxantes musculares são comprovadamente benéficos.

Quando o diagnóstico principal tem a ver com transtornos relacionados com a saúde mental, como a esquizofrenia, psicose, etc., o tratamento recomendado compreende a administração de antipsicóticos e sessões de psicoterapia.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • American Psychiatric Association (1995). Manual Diagnóstico y Estadístico de los Trastornos Mentales (DSM IV). Barcelona: MASSON
  • Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2014). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (DSM-5) (Quinta edición). Madrid: Editorial Médica Panamericana.