Cinofobia (medo de cachorro): o que é, causas, sintomas e tratamento

Cinofobia (medo de cachorro): o que é, causas, sintomas e tratamento

Muitas pessoas consideram os cachorros como mascotes fiéis, amáveis, simpáticos e que amam incondicionalmente, entre outras qualidades. Entretanto, alguns indivíduos os associam com animais agressivos e malvados.

As notícias alarmantes sobre mordidas e mortes causadas por cachorros nos meios de comunicação também influenciam na imagem deles como um perigo. No entanto, é preciso levar em conta que estes casos constituem uma porcentagem muito reduzida e, em muitos casos, tem a ver com crianças e o estilo de vida dos cachorros.

É compreensível que tenhamos certo medo dos cachorros se vivemos alguma situação desagradável com eles no passado, mas não tem por que ser um obstáculo em nosso desempenho cotidiano. Quando esse medo é intenso, persistente e nos impede de viver nossa vida com normalidade, então poderia se tratar de cinofobia. Neste artigo de Psicologia-Online você encontrará informações sobre a Cinofobia: o que é, causas, sintomas e tratamento.

O que é a cinofobia

A cinofobia, mais conhecida como fobia de cachorros, é um transtorno de ansiedade caracterizado por um medo excessivo e irracional de cachorros. Dito de outra forma, a cinofobia corresponde a certos pensamentos, emoções e comportamentos vinculados à persistência de um estado de tensão produzido pelo medo dos cachorros. Tendo em conta estas qualidades, é possível incluir esta condição dentro do grupo das fobias específicas do DSM-V[1].

Para realizar um diagnóstico adequado desta patologia, é preciso cumprir uma série de critérios diagnósticos:

  • Medo ou ansiedade diante de uma situação ou objeto específico.
  • Evitação da situação ou objeto.
  • Medo e/ou ansiedade desproporcional a respeito do perigo real que o objeto e/ou situação específica acarreta.
  • Duração de seis meses ou mais.
  • Deterioramento significativo das relações sociais, profissionais e familiares por causa do medo ou da ansiedade.
  • As alterações não podem ser explicadas a partir da presença de outro transtorno mental nem da ingestão de medicamentos.

Causas da cinofobia

Determinar as possíveis origens deste quadro dá a vantagem de elaborar estratégias adequadas que permitam uma remissão da intensidade suscitada pela cinofobia. Neste tópico, discutiremos as causas mais frequentes deste transtorno da ansiedade:

Fatores ambientais

Via de regra, as experiências desagradáveis incidem na personalidade. Neste sentido, a fobia de cachorros pode estar relacionada com ter sido vítima de uma situação traumática na qual havia a presença de um cachorro. Quando a pessoa não pode superar as sensações que as vivências do passado produziram, persiste um medo intenso no tempo.

Por outro lado, a imitação de comportamentos também faz parte da origem deste quadro. Se algum membro da família foi diagnosticado com cinofobia, é possível que tenha tomado como referência os padrões de comportamento que contemplou durante toda sua vida.

Fatores genéticos

A transmissão de genes marca diversos modos de enfrentar situações. Dessa forma, existem diversas áreas do córtex cerebral que se encontram vinculadas ao processamento dos estímulos provenientes do exterior. Por este motivo, as conexões neuronais podem ser mais frequentes e intensas devido ao despertar de respostas de medo diante do mundo.

Neste caso, os cachorros fariam parte daqueles temidos estímulos. Se, além disso, algum progenitor possui este transtorno, existem grandes possibilidades de que seu filho/a adote os mesmos mecanismos.

Sintomas da cinofobia

Como posso saber se tenho cinofobia? Para poder detectar com maior precisão esta problemática, é muito importante conhecer as manifestações comportamentais e emocionais das pessoas que sofrem de cinofobia.

A seguir, apontaremos os principais sintomas deste transtorno:

  • Medo intenso de cachorros.
  • Evitação constante de situações vinculadas a cachorros.
  • Pensamentos catastróficos sobre a morte.
  • Insegurança.
  • Baixa autoestima.
  • Angústia.
  • Ansiedade hipertensa.
  • Palpitações.
  • Sudorese excessiva.
  • Aumento do ritmo cardíaco.
  • Respiração entrecortada.

A presença isolada de algum destes sintomas não representa necessariamente que você tenha medo de cachorros. Para determinar, é imprescindível que o diagnóstico seja levado a cabo por um profissional da saúde mental que avalie as características clínicas de cada pessoa.

Tratamento da cinofobia

Como posso deixar de ter medo de cachorros? Apesar dos obstáculos que a cinofobia ocasiona no desenvolvimento da vida diária, existem abordagens eficazes para enfrentá-la e superá-la. A seguir, te mostraremos como se cura a cinofobia.

Terapia psicológica

Esta abordagem tem como finalidade a resolução de conflitos a partir do trabalho sobre as emoções, pensamentos e comportamentos que dão lugar aos sintomas. Por um lado, as terapias de curta duração se concentram em buscar estratégias para superar situações de medo e/ou ansiedade de um modo mais ameno. A terapia curta mais conhecida é a terapia cognitivo-comportamental.

Por outro lado, as terapias a longo prazo tentam encontrar a origem dos sintomas a partir da recordação de situações traumáticas da infância. Encontrar a origem do medo permitirá que o paciente adote outras formas de enfrentar situações onde tenha que estar com cachorros.

Medicação farmacológica

Nos casos de gravidade considerável que impedem o desenvolvimento de atividades cotidianas, um dos sintomas para tratar a cinofobia é recorrer ao uso de medicamentos que diminuem a intensidade dos sintomas. Especificamente, os ansiolíticos são psicofármacos que inibem alguns receptores neuronais associados à emoção do medo.

No entanto, sempre é preciso ter em mente que a administração de psicofármacos deve ser realizado por um profissional da saúde mental.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Diaz Berciano, C., García Jiménez, M.V. (2000). Tratamiento de un caso de fobia de un perro mediante contracondicionamiento. Revista Psicothema, 12 (2), 187-191.
  • Olivares-Olivares, P., Soler Fernández, N., Sánchez Regadera, M. (2017). Evaluación y tratamiento de un caso de cinofobia. Revista Análisis y Modificación de la conducta, 43 (167-168), 1-18.