Como conviver com um esquizoafetivo

Como conviver com um esquizoafetivo

Existem pessoas que podem ter diagnósticos que indicam a presença de quadros psicopatológicos severos que exigem atenção focada e precisa para serem compreendidas. Especialmente se queremos ou temos que conviver com sujeitos que possam causar sentimentos de raiva, angústia, tristeza, mal-estar e incerteza.

Diante disto, é frequente que surjam perguntas a respeito dos modos de abordagem de pessoas que possuem dificuldades sérias nas relações interpessoais, assim como em seus estados de humor. Contar com ferramentas valiosas para superar os vínculos pode derivar em uma maior tolerância aos aspectos que surgem na convivência. Quer saber mais sobre isto? Neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre como conviver com um esquizoafetivo.

Procure informação

Saber o que é transtorno esquizoafetivo e ter em conta as particularidades das pessoas com este diagnóstico, pode ajudar a compreender os modos de ação das mesmas. É importante ter em conta que o transtorno esquizoafetivo reúne características provenientes da esquizofrenia tais como alucinações e delírios em conjunto com variações de humor que rondam nestes estados depressivos e maníacos. Se não conhecemos a patologia, o modo que utilizamos para nos conectar com as pessoas pode levar a comportamentos perigosos por parte de quem sofre destes transtornos.

Apele a terceiros para dizer não

Para saber como viver com um esquizoafetivo deve compreender que as pessoas que sofrem deste transtorno possuem sérias dificuldades na aceitação de limites diante de suas ações. Em muitos casos, negar um pedido a eles pode ocasionar comportamentos que colocam em risco suas próprias vidas e a integridade física de outros.

Por este motivo, quando se busca impor um limite diante de um determinado pedido, uma estratégia consiste em apelar a um terceiro que não está presente para que não ocorram distúrbios maiores. Por exemplo, se a pessoa te pedir que vá junto com ela a um cassino, um dos modos de abordar esta situação poderia ser mencionar que existe uma lei governamental que impede que a população frequente este tipo de lugares.

Tente manter tratamentos profissionais

Tanto a terapia psicológica como as consultas psiquiátricas apontam que a pessoa possa resolver determinados conflitos que possui no desenvolvimento de sua vida cotidiana. A terapia psicológica consiste em um espaço de reflexão pessoal a respeito das emoções, pensamentos e comportamentos que comandam a vida de uma pessoa.

Aqui é imprescindível o trabalho sobre as situações que são desenvolvidas dentro do lar para enfrentá-las de um modo mais ameno. Em casos de gravidade considerável, a administração de medicação psiquiátrica pode ser efetiva, porém apenas sob a supervisão de um profissional.

Elabore rotinas

As pessoas com transtorno esquizoafetivo apresentam desordens quanto à organização de suas vidas. Isto pode dar lugar a diversas consequências que repercutem nos conviventes do lar. Por este motivo, elaborar rotinas que incluam pautas de atividade física, mental, alimentar e de sono permite ordenar as emoções, pensamentos e comportamentos que gerariam inconvenientes.

Defenda a medicação psiquiátrica

O transtorno esquizoafetivo possui um componente neurológico que gera comportamentos desfavoráveis tanto para a pessoa, como para terceiros. Em razão disso, é importante procurar profissionais de saúde mental que receitem medicamentos psiquiátricos que levem à estabilização do estado de humor, assim como à diminuição de sintomas psicóticos nos pacientes. Cabe destacar que não se recomenda a administração de medicação psiquiátrica a uma pessoa com transtorno esquizoafetivo sem a indicação médica de um profissional.

Observe e antecipe as crises

Nesta lista de conselhos sobre como viver com um esquizofrênico, cabe destacar o comportamento de observação e antecipação, pois as pessoas com este quadro clínico possuem a tendência de ter crises nervosas nas quais predominam os sintomas característicos do transtorno. Poder antecipar os comportamentos possíveis que se desenvolverão a partir da observação da pessoa permite agir a tempo com a finalidade de elaborar estratégias adequadas para atenuar as consequências.

Reforce a segurança e a confiança da pessoa

Em linhas gerais, o transtorno esquizoafetivo reside em uma baixa autoestima da pessoa. Isto implica não apenas que a percepção da própria pessoa seja considerada negativa por si mesma, mas também que exista a crença de que o entorno é hostil. Diante disto, demonstrar à pessoa que ela é valiosa pode fazer com que sua autoestima e confiança aumentem.

Neste aspecto, pode ser de grande ajuda nosso artigo Como ajudar uma pessoa com baixa autoestima

Pratique formas de comunicação

Muitas vezes, as pessoas com este problema possuem dificuldades na compreensão da mensagem que se tenta transmitir a elas. Diante disto, a interpretação dos fatos pode ser desfavorável e dar lugar a uma série de problemas na convivência. Por isso, um conselho muito útil sobre como conviver com um esquizoafetivo é que pratique a comunicação, porque é necessário estabelecer uma comunicação na qual se respeita a intimidade da pessoa e se desenvolvam maneiras calmas de falar, assim a relação pode se tornar amena para as partes.

Respeite os tempos de distração de cada um

Tendo em conta que a convivência pode se tornar difícil em certos momentos, é importante definir momentos que representem uma distração para os conviventes. Em suma, as atividades implementadas podem ser tanto no lar como fora dele. Por outro lado, existir tempo livre permite sustentar uma convivência mais pacífica tanto para a pessoa com o transtorno, como para os outros.

Ignore os comportamentos irrelevantes

As pessoas que sofrem do transtorno esquizoafetivo procuram chamar a atenção, dado que apresentam uma baixa percepção de si mesmas. Elas fazem isso a partir de comportamentos que podem ser considerados irrelevantes.

Por isso, nossa última orientação sobre como conviver com um esquizoafetivo é que você ignore este tipo de atitudes, assim é possível que estes comportamentos parem e sejam substituídos por outros mais adequados ao vínculo que existe com os conviventes do lar.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Lermanda, V., Holmgren, D., Soto-Aguilar, F., Sapag, F. (2013). Trastorno esquizoafectivo. ¿Cuánto de esquizofrenia? ¿Cuánto de bipolar? Revista Chilena de Neuro-Psiquiatría, 51 (1), 46-60.
  • Rebolledo Moller, S., Lobato Rodríguez, M.J. (2005). Cómo afrontar la esquizofrenia. Una guía para familiares, cuidadores y personas afectadas. Madrid: Grupo Aula Médica S.L.