Como desenvolver o amor próprio

Como desenvolver o amor próprio

O amor próprio é sinônimo de autoestima e bem-estar pessoal. Isso a explica a importância de que qualquer pessoa olhe a si mesma com mais amor. Além disso, a culpa, o excesso de exigência e o autojulgamento negativo são sinais de uma visão deturpada de si mesmo, o que naturalmente acaba boicotando a felicidade e o sucesso.

Neste post de Psicologia-Online explicamos como desenvolver o amor próprio de maneira prática e teórica, segundo a psicologia e suas teorias. Você vai va entender que o amor próprio é um fator chave para que possamos manter a nossa saúde mental em dia, assim como as relações com as pessoas que nos cercam.

O que é o amor próprio na psicologia

O amor próprio é um aspecto da personalidade humana que afeta a maneira a qual agimos e reagimos a situações em nossas vidas. Dentro da psicologia, amor próprio é sinônimo de autoestima equilibrada. Quer dizer, trata-se da valorização da estima que uma pessoa tem sobre si mesma. É o julgamento positivo que cada um tem sobre si dentro de uma estrutura pessoal coerente que tem como base esses quatro elementos básicos de uma pessoa: culturais, psicológicos, físicos e sociais.

O amor próprio tem a ver com a maneira a qual nos enxergamos e pode nos afetar de uma maneira positiva ou negativa. A falta dele pode gerar insegurança, já o excesso, pode ser traduzido em soberba, egoísmo e vaidade, enquanto o equilíbrio, por sua vez, ajuda na nossa autorregulação e aspectos importantes da saúde mental.

Como o amor próprio nos afeta

Ter amor próprio nem sempre é algo nato de cada pessoa. Desenvolvê-lo é fundamental tanto a nível pessoal, quanto social e praticá-lo ajuda a curar feridas psicológicas e emocionais. As pessoas que aprendem a se amar reforçam a segurança e a confiança nas suas personalidades, o que acaba gerando um maior nível de altruísmo e empatia e, consequentemente, interações sociais saudáveis e solidárias.

No seu livro 'Os seis pilares da autoestima'[1]a autora Nathaliel Branden explica que, para ela, a principal base da autoestima é criada na infância e na adolescência, mas as experiências vividas depois disso também pode reforçar ou alterar a maneira a qual nos vemos e nos julgamos. Ela também afirma que o nosso nível de autoestima tende a ser responsável por 'profecias autorrealizáveis'. Em outras palavras, a maneira a qual nos enxergamos condiciona as nossas experiências e os pensamentos que temos sobre elas.

Por exemplo, se você passou boa parte da vida se julgando uma pessoa que não fala bem em público, é natural que quando surja uma oportunidade você prefira não vivenciá-la já que tem essa estima de si mesmo.

O nosso nível de amor próprio, ou autoestima, podem nos condicionar da seguinte maneira:

  • Falta de ou pouco amor próprio (autoestima baixa): é o que nos leva aos pensamentos de subvalorização pessoal e seus comportamentos de autossabotagem ou inibição, que acabam confirmando a hipótese inicial
  • Amor próprio (autoestima alta): reafirma nossos mapas mentais e incentiva nossa vontade de agir de maneira positiva, o que acaba aumentando o respeito que temos por nós mesmos.

Além de beneficiar a nossa vida, desenvolver o amo próprio melhora o nosso conceito sobre nós mesmos, assim como as nossas relações pessoais. A vida se ramifica a partir de um núcleo central. Então, invista na sua vida interior e ame-se.

Aprenda a ter amor próprio

No artigo sobre o que é amor próprio e como desenvolvê-lo, podemos analisar 9 atitudes descritas pelo psiquiatra Enrique Rojas que são sinal de um bom nível amor próprio ou autoestima alta. São elas:

  1. Julgamento pessoal positivo: que considere os objetivos atingidos e os que ainda devem ser alcançados;
  2. Autoaceitação de si mesmo: com as virtudes e defeitos;
  3. Autoaceitação física: aceitar o próprio corpo com todas as suas características;
  4. Patrimônio psicológico: quando se aceita de maneira positiva a própria personalidade
  5. Entorno sociocultural: tem relação com âmbito social e as relações interpessoais dentro dele. Relações saudáveis indicam bons níveis de autoestima e amor próprio;
  6. Trabalho: quando é fonte de satisfação pessoal e nos retro-alimenta dessa dedicação.
  7. Evitar a inveja e a comparação: isso causa diminuição na estima pessoal e pode acarretar em relações superficiais. Para evitar essa armadilha, um truque é se dedicar a um projeto de vida pessoal que sustente os seus valores.
  8. Desenvolver a empatia: também é sintoma de maturidade pessoal e permite compreender as coisas muito além de uma avaliação subjetiva e tendenciosa baseada em percepções pessoais. Neste post, explicamos as características da falta de empatia;
  9. Altruísmo: tem a ver com a entrega aos outros por respeito a si mesmo/a e também é um indicativo de maturidade.

Assim como aprendemos que uma relação a dois tem um longo e complexo caminho constantemente em descoberta, o processo de autoconhecimento também é infinito. Nós nunca terminaremos de saber tudo sobre nós mesmos porque muitas dessas partes são inconscientes. Mas o que, sim, você pode fazer, é começar uma relação de compromisso com você mesma/o assinando o termo do amor próprio em letras garrafais. Não há desculpas para não se amar. A seguir, damos exemplos e inspirações de como desenvolver o amor próprio na prática.

Como desenvolver o amor próprio

Pode acontecer que ao ser nós mesmos/as não nos sintamos o suficiente valiosos e quando isso acontece temos a prova de que isso é um problema interno e não externo. O fato de que uma pessoa traga consigo carências afetivas da infância não significa que ela não possa ter uma ter uma autoestima alta. Tudo aquilo que já vivemos nos afeta de alguma maneira mas não necessariamente determina a nossa natureza com uma relação de causa e efeito. Anteriormente, explicamos como desenvolver o amor próprio de maneira geral.

A seguir, te inspiramos a alguns atos que mostram como desenvolver o amor próprio de maneira prática. Você vai ver que para conseguir isso, é preciso aprender a se cuidar como cuidaria daquelas pessoas que você considera fundamentais na sua vida.

  1. Trate a si mesmo como trataria um/a amigo/a querido/a;
  2. Escreva sobre quem é você na terceira pessoa e leia em voz alta;
  3. Escolha uma foto em que você se sinta bonito/a e deixe-a colada em um local que sempre vê;
  4. Tenha fotos das pessoas que você ama pela sua casa;
  5. Decore os ambientes que você frequenta para que se te façam se sentir bem;
  6. Pare de seguir nas redes sociais aquelas contas que te despertam sentimentos de comparação ou inveja;
  7. Ligue ou escreva para alguém com que você não conversa há muito tempo;
  8. Faça uma lista de todas as coisas boas que você queria fazer e realizou no último ano;
  9. Determine um projeto pessoal que a tempo você quer tirar do papel e se dedique a ele;
  10. Ao escutar uma história, coloque-se no lugar da outra pessoa;
  11. Encontre no seu trabalho um ponto de conexão com os seus ideais de vida;
  12. Saiba diferenciar aquilo que você faz porque quer daquilo que você faz porque acha que os outros esperam de você;
  13. Coloque-se como prioridade na sua vida;
  14. Aceite que todas as pessoas erram e podem melhorar, mas isso não é o fim do mundo;
  15. Cuide da sua saúde física e mental;
  16. Agrade-se diariamente. Saiba dividir o seu tempo entre as coisas que você precisa fazer e as coisas que você faz porque gosta.

No post sobre como melhorar a autoestima nos aprofundamos em alguns itens da lista. Vale lembrar que o acompanhamento psicológico també é uma ferramenta disponível para desenvolver o amor próprio de maneira mais rápida e com menos riscos de autossabotagem.

E se você sente que a insegurança também afeta o seu amor próprio, sugerimos o vídeo abaixo que dá dicas sobre como ligar com a insegurança:

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Conselhos
  • O filme Winter's Tale - Uma história de amor (2014) passa uma mensagem clara sobre a autoestima e explica que todas as vidas são igualmente importantes.
Referências
  1. Brande, N. (1995). Os 6 pilares da autoestima. Barcelona. Editorial Paidós