Como superar a morte de um cachorro

Como superar a morte de um cachorro

Perder aquele cachorrinho que sempre esteve com você é um momento sensível e que precisa ser respeitado. O luto ocorre quando perdermos algo ou alguém de muito valor para nós. Quanto mais valorizamos aquele "objeto de afeto" mais intenso será o luto. A morte de um cachorro, também é algo que desencadeia o luto, afinal, os cachorros e os outros animais de estimação também são muito valorizados por nós. E, para muitas famílias, esses bichinhos são como membros do núcleo familiar, como irmãos e filhos.

É essencial que possamos aprender a superar esse luto da melhor forma possível, para que possamos respeitar nosso sofrimento e apoiar nossos sentimentos. Neste artigo de Psicologia-Online vamos lhe explicar como superar a morte de um cachorro.

A dor de perder um cachorro

Para viver sem seu cachorro, você vai precisar vivenciar os estágios do luto. Passar pelo luto é o foco principal para você superar a perda de um cachorro. Pode parecer irônico, mas para sair do luto e superar a dor de perder um cachorro, você precisará vivenciar o luto por sua perda.

As etapas do luto para superar a perda do cachorro[1]:

  1. Choque da perda, não conseguir aceitar que perdeu o animal companheiro
  2. Saudade e desejo de retorno, a pessoa aceitou a morte do animal, contudo sente muita angústia por não poder mais vê-lo
  3. Depressão, esse é o momento do isolamento, onde a pessoa vai buscar ficar sozinha
  4. Aceitação, o momento onde o indivíduo consegue se adaptar ao mundo sem o animalzinho perdido

Lembre-se aceitar, não é esquecer.

Luto por animal de estimação

Cada vez mais vemos animais de estimação nas casas e com o tempo, diferentes animais estão sendo criados domesticamente. Em compensação, o cachorro ainda é o animal mais desejado nas casas.

Além disso, atualmente os animais de estimação são vistos de uma maneira diferente de como era antigamente. Superar a perda de um cachorro é doloroso demais, principalmente se ele for visto como essencial ou membro da família.

E esse é o novo normal, os tutores criam seus animaizinhos como filhos e irmãos. Então para muitos quando o cachorrinho da família morre, se torna muito díficil superar.

Muitas famílias vêem esses bichinhos como parte da família, logo a dor de perder um parente próximo se assemelha a dor de perder esse companheiro animal. O vínculo de apego que você cria com seus parentes e amigos também pode ser desenvolvido com seu cachorro e outros animais de estimação.

Superar a perda do cachorro é superar o rompimento do vínculo de apego e esse rompímento é o luto.

Sentimento de culpa pela morte de um animal

Para muitas pessoas o luto é um processo super complicado e mais longo do que deveria. Podemos dizer que esses indivíduos não estão processando bem a morte do animal. E com isso, o luto mal desenvolvido e mal estruturado começa a afetar as outras áreas da vida dessa pessoa.

Um dos sentimentos mais comuns envolvidos no luto é a culpa. Algumas pessoas vão culpar os veterinários, pais, irmãos ou amigos e além disso, talvez, até mesmo, se culpar. E, sim, podem haver situações em que houve sim uma parcela de responsabilidade, mas isso deve ser analisado com cautela. Pois, se você não negligenciou a vida do seu bichinho, não tem porque se culpa pela sua morte.

Meu cachorro morreu, a culpa é minha?

A palavra culpa afeta nossos sentimentos de maneira negativa naturalmente, pelo menos para a maioria de nós. Então, se realmente houve alguma parcela de culpa na dor de perder um cachorro, vamos nos referir a ela como responsabilidade.

Nós, como seres humanos, estamos lidando o tempo todo com as coisas pelas quais somos responsáveis: trabalho, amigos, família e, além disso, sentimos que temos uma parcela enorme de responsabilidade com os bichinhos que escolhemos cuidar.

E, sim, nós realmente precisamos cuidar e proteger esses animais, mas não necessariamente a morte deles tenha a ver com nossa "falta de capacidade". A dor de perder um cachorro já é grande demais, achar culpados não irá ajudar no seu processo de luto.

Podemos até adaptar uma frase utilizada no luto entre seres humanos no processo da dor de perder um cachorro, veja:

Você acha mesmo que seu cachorro ia querer você se culpando pela morte dele?

Como superar a perda de um cachorro

Ao deparar-se com a morte do seu bichinho:

  1. Tire um tempo para si, para lidar com o próprio sofrimento
  2. Aceite a perda
  3. Organize os pensamentos, enfrentando as emoções e vivendo a dor do luto
  4. Organize a vida sabendo que o animal de estimação falecido não voltará

Para podermos superar o luto, precisamos entender sobre a Teoria do Apego de Bowlby[1] que diz que o apego é desenvolvido em nós seres humanos inicialmente para sobrevivência. Pois precisamos criar um vínculo com aquele que nos cuida, para sermos alimentados e protegidos.

E como isso pode interferir no luto por animal de estimação? O apego é a têndencia dos seres humanos a desenvolver e manter ligações com pessoas específicas, cumprindo uma função biológica que é a sobrevivência da espécie.[1]

Assim como nós criamos vínculo com outros seres humanos. Também criamos esse vínculo com nossos parceiros animais. E o luto nada mais é do que sofrer a ruptura de um vínculo de apego.

Ou seja, se temos apego pelos nossos bichinhos, deveremos passar por todas as fases do luto, assim como passaríamos se fosse um familiar ou amigo nosso. Para superar o luto por animal de estimação é necessário tirar um tempo para si, para lidar com os sentimentos e emoções aflitivas, assim como será necessário aceitar a realidade sem seu grande amigo.

Se quiser lembrar dele com carinho e ternura, veja também as nossas frases sobre amor aos animais.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. FONSECA VIEIRA, Márcia Núbia. Quando morre o animal de estimação: um estudo sobre luto.
Bibliografia
  • OLIVEIRA, Déria de. O luto pela morte do animal de estimação e o reconhecimento da perda. 2013.187f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC, São Paulo, 2013.