Como superar o medo de perder o controle

Como superar o medo de perder o controle

Durante a vida estamos expostos a uma enorme variedade de atividades que colocam em xeque nossa capacidade de reação frente a elas. A vida cotidiana está cheia de estímulos que provocam ansiedade, medo, frustração ou raiva. Seja em um trabalho, reunião social, almoço familiar ou prova, estamos cercados de exigências alheias e pode ser complicado lidar com elas.

Em muitos casos, os seres humanos encontram formas de aliviar as emoções produzidas por esse tipo de situação capaz de afetar o desempenho em qualquer âmbito da vida. Contudo, há quem tenha dificuldades em lidar com as emoções da vida social e isso pode trazer consequências negativas. Ter informações sobre esse tema pode nos permitir tratá-lo e buscar alguma solução. Neste artigo de Psicologia On-line, traremos informações sobre como superar o medo de perder o controle.

O que é o medo de perder o controle

Quando nos referimos ao medo de perder o controle, estamos falando de um transtorno de ansiedade que consiste em evitar situações que poderiam provocar a perda do controle de uma determinada situação. Além disso, esse medo está relacionado com a presença de ataques de pânico que influenciam no gerenciamento da ansiedade. Isso pode gerar problemas ao sujeito que sofre com o transtorno, tendo em vista que sua vida social pode ser significativamente afetada.

De acordo com o DSM-5[1], esse transtorno de ansiedade é chamado agorafobia. A seguir, detalharemos as principais características do medo de perder o controle:

  • Medo ou ansiedade intensos em relação às seguintes situações: medo de atividades como usar transporte público, estar em espaços abertos, estar em espaços fechados, estar no meio a uma multidão ou estar sozinho fora de casa.
  • Evitação dessas situações: justifica-se pelo fato de que a pessoa supostamente não teria as ferramentas necessárias para dominar situações como, por exemplo, cair em público. Por isso, as situações mencionadas anteriormente são muito evitadas pelo indivíduo.
  • O medo ou a ansiedade são maiores que o perigo real que as situações representam.
  • A ansiedade dura por seis meses ou mais.
  • Deterioração das relações interpessoais: o medo, a ansiedade e a evitação deterioram as relações sociais, de trabalho e familiares.

Sintomas do medo de perder o controle

Existem sintomas que se manifestam nas pessoas que sofrem do medo de perder o controle que descrevemos previamente, os quais estão nos critérios do DSM-5 para diagnosticar esse quadro clínico. No entanto, existem algumas manifestações físicas que surgem nesses casos. Vejamos quais são os sintomas do medo de perder e o que deve ser considerado:

  • Aumento da frequência cardíaca.
  • Tonturas.
  • Sudorese.
  • Medo da morte.
  • Dificuldade em respirar.
  • Dor no peito.
  • Calafrios repentinos.
  • Dores de estômago.
  • Diarreia.
  • Náusea.

É preciso destacar que esses sintomas se manifestam frente a situações sociais nas quais há um medo de exposição. Ainda assim, a existência de algum desses sintomas não significa necessariamente que se tenha medo de perder o controle. Este diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde, que se encarregará de indicar um tratamento individualizado e adequado a cada paciente.

Causas do medo de perder o controle

Em um nível geral, compreender as causas que podem dar lugar ao medo de perder o controle permite uma melhor abordagem do problema. Por essa razão, vamos nomear as principais causas associadas a esse transtorno de ansiedade:

  • Ataques de pânico: uma pessoa que viveu um ataque de pânico teve a sensação de que iria morrer em determinada situação. Quando isso ocorre na presença de outras pessoas, esse medo pode persistir e aparecer em muitas situações rotineiras.
  • Experiências desagradáveis: é possível que tenhamos passado por situações que nos tenham causado muito medo, ansiedade e/ou stress. Quando não temos as ferramentas para gerenciar essas emoções, é possível que elas reapareçam ao longo da vida. Neste artigo, abordamos o tema consciência emocional: características, exemplos e atividade.
  • Luto: a morte de uma pessoa querida ou ter sofrido uma perda muito significativa na vida podem ser fatores que desencadeiem medos prolongados.

Tratamento para o medo de perder o controle

Felizmente, o medo de perder o controle pode ser tratado. Atualmente, há alguns tratamentos que podem ajudar a superá-lo, o que abordaremos a seguir:

Psicoterapia

A terapia psicológica nos permite dispor de mais ferramentas para enfrentar nossos medos. Por outro lado, as terapias de curto prazo enfatizam a solução de problemas por meio de uma série de exercícios que o paciente deve realizar. Entre as em destaque está a terapia cognitivo-comportamental, que busca expor gradualmente o indivíduo a situações de medo para assim modificar seus pensamentos, emoções e crenças.

Por outro lado, há terapias mais prolongadas que buscam a origem do conflito do paciente. Isso permite que ele saiba a razão de ser do seu problema e, assim, adote uma forma diferente de lidar com as situações. A terapia de longa duração mais conhecida com esses critérios é a psicanálise.

Medicação

Outra maneira de tratar o medo de perder o controle é através do uso de medicamentos psiquiátricos que produzem modificações nas conexões neurais do córtex cerebral. A medicação tem por finalidade gerar uma mudança no processamento das informações proveniente do entorno para alterar as emoções que surgem em determinadas situações.

Caso o uso da medicação seja necessário, a administração de qualquer psicofármaco deve ser indicada por um profissional de saúde que estabeleça a dose necessária para cada paciente.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría. Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales, 5ta edición. Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Bados López, A. (2005). Agorafobia y pánico. Universitat de Barcelona, Facultat de Psicología. Departament de Personalitat, Avaluació i Tractaments Psicológics.
  • Gómez Ayala, A. (2012). Trastornos de la ansiedad. Agorafobia y crisis de pánico. Revista Farmacia Profesional, 26 (6), 32-39.