Como vencer o TOC

Como vencer o TOC

As nossas necessidades vão surgindo e vamos tentando satisfazê-las uma a uma, o mais rápido possível. Passamos várias horas atrás daquilo que desejamos. Nesta lista infinita de necessidades, é normal agir com tenacidade, mas torna-se um capricho arbitrário e exigente quando somos incapazes de diferenciar a persistência da obsessão; esta incapacidade de reconhecimento nos leva ao controle total e narcisista de cada evento de nossas vidas. Neste artigo de Psicologia-Online, explicamos tudo sobre este problema que talvez preocupe muitos dos leitores, esta necessidade obsessiva de controle: o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Continue lendo para saber como vencer o TOC.

O que é o transtorno obsessivo compulsivo

O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é um dos transtornos mentais incluídos no manual de Diagnóstico e Estatísticas dos Transtornos Mentais DSM 5, que apresenta obsessões e compulsões. Este transtorno é diferente do desenvolvimento normal, uma vez que as preocupações e rituais são mais excessivos, intensos ou persistentes.

O sujeito que sofre de TOC pode ter uma boa introspecção sobre seus sintomas, ou seja, reconhece que suas crenças são claramente ou provavelmente falsas. Por essa razão, o DSM 5 (2013) oferece características que ajudam com o diagnóstico ordenado e preciso da patologia: com introspecção boa ou aceitável, com pouca introspecção, com ausência de introspecção ou com crenças delirantes.

Segundo o DSM 5 (2013), a idade de início mais frequente é aos dezenove anos, e em torno de 25% aos catorze anos. Começar depois dos 35 anos é incomum, mas pode acontecer, o que exige uma maior exploração das causas (por exemplo, é possível que os sintomas sejam produtos de alguma doença orgânica, como a síndrome de McLeod). Seu início geralmente é gradual, mas também pode ocorrer de forma aguda.

O que são as obsessões e compulsões

As duas manifestações do TOC são as obsessões e as compulsões:

As obsessões ou pensamentos obsessivos no TOC

As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos de caráter recorrente e persistente. As pessoas experimentam as obsessões como intrusivas ou não desejadas (invadem o pensamento consciente) causando, frequentemente, ansiedade ou um mal-estar clínico importante.

Um exemplo de uma obsessão poderia ser a imagem ou pensamento frequente da própria casa pegando fogo, algum familiar se acidentando ou a própria pessoa contraindo alguma doença grave... e cada um deles de uma forma obstinada, tornando difícil, ou impossível, a capacidade de esquecê-los.

As compulsões do TOC

As compulsões são comportamentos dirigidos a aliviar, prevenir ou reduzir a ansiedade ou tensão produzida pelas obsessões, também podem ter como objetivo evitar algum evento ou situação temida (as obsessões). Por exemplo, lavar as mãos, verificar os controles do fogão, atestar a segurança das portas e janelas várias vezes, dar pequenos golpes na escrivaninha um número determinado de vezes, rituais corporais, colocar as coisas em ordem.

É possível também que as compulsões sejam atos mentais com o propósito mesmo de aliviar a tensão das obsessões (por exemplo rezar, contar, repetir palavras em silêncio). As compulsões podem não estar conectadas de forma alguma com os acontecimentos que querem ser evitados (por exemplo, lavar as mãos ou tocar três vezes o relógio, para evitar que um familiar sofra um acidente).

As crianças raramente possuem a capacidade para descrever os objetivos destes atos mentais ou comportamentos.

As obsessões e compulsões demandam ou requerem muito tempo (mais de uma hora por dia), ou são capazes de produzir mal-estar ou deterioração clinicamente significativo.

Sintomas do transtorno obsessivo compulsivo

Os principais sintomas do transtorno obsessivo compulsivo são os seguintes:

  • Muitas das pessoas com TOC manifestam crenças disfuncionais. É possível que estas crenças sejam um sentido exagerado de responsabilidade, uma predisposição ou tendência a superestimar as ameaças ou o perigo, perfeccionismo, intolerância à incerteza, dar importância excessiva aos pensamentos (por exemplo, crer que ter um pensamento ruim é tão ruim quanto o fato concreto), geralmente possuem um rígido código moral e uma necessidade de controlar as próprias ideias.
  • O sintoma mais característico é a presença de obsessões e compulsões.
  • Dificuldades para descartar coisas e armazenar objetos (acumulação) como consequência de suas obsessões e compulsões.
  • As pessoas com TOC experimentam respostas afetivas variadas quando se tem de enfrentar as situações que provocam as obsessões e compulsões. (Por exemplo, ansiedade, ataques de pânico ou sentimento de desgosto excessivo).
  • É frequente que as pessoas com TOC evitem lugares, pessoas ou coisas que possam desencadear as obsessões e compulsões.
  • Devido ao tempo investido nas compulsões, ocorre uma grande deterioração social e cognitiva.

Como vencer o TOC (Transtorno obsessivo compulsivo)

Como se livrar do toc (transtorno obsessivo compulsivo)? O tratamento psicológico e o tratamento farmacológico são duas opções que devem ser levadas em conta. É possível tratar o TOC sem medicação? Quando a gravidade ou intensidade dos sintomas é baixa, existe maior probabilidade de que o tratamento psicológico seja muito útil; já quando a gravidade ou intensidade é alta, é mais provável que seja necessário a intervenção com tratamento farmacológico.

Como vencer o TOC

  • Tratamento psicológico do TOC. O tratamento psicológico considerado mais adequado para o transtorno obsessivo compulsivo é aquele focado na terapia cognitivo comportamental (TCC), onde os esquemas mentais ou pensamentos mal adaptados (obsessões) são avaliados para assim confrontar a eficácia das compulsões como reguladoras destes pensamentos. O terapeuta se foca na modificação de padrões de pensamento para conseguir mudanças no comportamento (compulsões), e logo, na afetividade do paciente.
  • Tratamento farmacológico do TOC. O fármaco preferencial para o tratamento de transtorno obsessivo compulsivo é o antidepressivo tricíclico clomipramina (nomes comerciais Anafranil ou Clomicalm), por sua capacidade de aumentar a concentração de serotonina. Você deve ter em conta as interações, contraindicações e efeitos secundários deste fármaco antes de utilizá-lo. Por exemplo, são conhecidas interações com os IMAO, simpatomiméticos, depressores do SNC, ISRS, anticoagulantes, anti-hipertensivos. Dentro dos efeitos colaterais conhecidos, se encontram a sonolência, boca seca, náuseas, diarreia, disfunção sexual, dores de cabeça, constipação, mudanças de apetite ou no peso, sintomas extrapiramidais, dificuldade para urinar, ritmo cardíaco elevado. A fluvoxamina é recomendada como segunda opção no tratamento farmacológico, por gerar menos efeitos colaterais, mas com uma resposta mais lenta.

Diferença entre TOC e TPOC

A característica que se estabelece no diagnóstico diferencial é a ausência de obsessões e compulsões que, ao estar presente de maneira concomitante ao diagnóstico de transtorno de personalidade obsessiva compulsiva, deve ser diagnosticada.

O transtorno de personalidade obsessiva compulsiva (TPOC) se manifesta através de um padrão persistente de perfeccionismo, preocupação com a ordem, controle interpessoal e mental (tenta-se de todas as formas possíveis o controle do pensamento e da relação com os outros) e eficiência. As pessoas diagnosticas com TPOC se preocupam com a ordem, as regras, os detalhes e a organização, até negligenciarem as partes principais das atividades; o TPOC poderia ser caracterizado melhor como um perfeccionismo excessivo e persistente, sem presença de obsessões ou compulsões.

Este artigo reúne todos os tipos de transtornos de personalidade.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências

American Psychiatric Association. (2013). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (DSM 5). Editorial Panamericana

Bibliografia
  • American Psychiatric Association. (2013). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (DSM 5). Editorial Panamericana