Psicologia clínica

Coulrofobia ou medo de palhaço: sintomas, causas e tratamento

 
Marta Thomen Bastardas
Por Marta Thomen Bastardas, Psicóloga. Atualizado: 14 outubro 2019
Coulrofobia ou medo de palhaço: sintomas, causas e tratamento

Os palhaços tendem a se associar a situações infantis que produzem emoções positivas relacionadas com a diversão e o entretenimento. No entanto, também podem ser representados como uma figura que provoca terror. Esta percepção é a que apresentam as pessoas com coulrofobia, fobia de palhaço, as quais experimentam um autêntico terror e medo perante a imagem do palhaço. Neste artigo de Psicologia-Online, te explicamos tudo sobre a coulrofobia ou medo de palhaço: sintomas, causas e tratamento. Se você tem interesse em saber mais sobre o medo de palhaço, continue lendo este artigo!

Índice

  1. Qual é o nome da fobia de palhaços?
  2. Fobia de palhaço: causas
  3. Coulrofobia: sintomas
  4. Medo de palhaço: tratamento

Qual é o nome da fobia de palhaços?

O medo de palhaço é chamado de coulrofobia e faz parte dos denominados transtornos de ansiedade. Nomeadamente, dentro das fobias específicas ou simples. As fobias simples se caracterizam por um medo irracional e intenso perante um objeto ou situação, neste caso de palhaços, mediado por pensamentos irracionais associados a este estímulo fóbico. As fobias específicas partilham três componentes: a ativação do nosso sistema, os pensamentos catastróficos ou ansiosos, e os comportamentos esquivos. Explicam-se a seguir:

  1. Ativação do nosso sistema: esta ativação provoca o aparecimento da sintomatologia física do próprio transtorno, como as taquicardias, sudação, etc.
  2. Pensamentos catastróficos ou ansiosos: normalmente a pessoa tende a associar um pensamento catastrófico com o estímulo temido, por exemplo, as pessoas que temem voar podem pensar que o avião cairá, o que leva a pensamentos ansiosos.
  3. Comportamentos esquivos: a pessoa tenta evitar na medida do possível o estímulo fóbico, apresentando uma ansiedade proativa quando sabe que deve ser exposta ao mesmo.

Fobia de palhaço: causas

As causas da fobia de palhaços ou coulrofobia são multifatoriais. As fobias específicas podem se iniciar por fatores muito diferentes, mas geralmente se iniciam pela vivência de experiências, normalmente traumáticas, que causaram um medo irracional perante os palhaços a causa dos pensamentos irracionais que foram associados a eles. Estas experiências não devem ser necessariamente vivenciadas por si mesmo, podem ser observadas em outras pessoas. Por outro lado, estas crenças irracionais podem se ter estabelecido através de informações erradas transmitidas por outras pessoas, sem a necessidade de que a pessoa tenha vivido ou observado algo relacionado.

Coulrofobia: sintomas

Mesmo que o estímulo fóbico seja distinto nas diferentes formas de apresentação das fobias simples, os sintomas associados ao transtorno de fobia específica são os mesmos. Portanto, os sintomas de coulrofobia ou medo de palhaço são os seguintes:

  • Presença de um medo ou ansiedade intensa por um estímulo desencadeante específico.
  • O objeto ou situação fóbica quase sempre provoca uma reação de medo ou ansiedade imediata.
  • A pessoa se empenha em evitar ou se resistir ativamente ao objeto ou a situação.
  • O medo ou a ansiedade apresentados geram uma resposta desproporcionada ao perigo real que representa o desencadeante.
  • A presença do medo e a ansiedade são persistentes pois duram normalmente seis ou mais meses.
  • Gera um mal-estar clinicamente significativo, bem como uma deterioração social, laboral e em outras áreas da vida da pessoa.

É preciso que no transtorno fóbico simples, se especifique a tipologia de fobia do objeto ou a situação fóbica, que pode ser situacional, animal, ambiente natural, etc.

Se a pessoa se expõe diretamente à situação temida, pode até sofrer um ataque de pânico.

Medo de palhaço: tratamento

Para o tratamento da coulrofobia ou fobia de palhaços é recomendado utilizar a terapia cognitivo-comportamental. Qualquer intervenção considerada eficaz no tratamento das fobias específicas deve incluir a técnica de exposição, devido a que permite uma habituação ao estímulo fóbico. Para a sua execução, a pessoa que padece da fobia a palhaços estabelece um conjunto de hierarquias situacionais junto ao terapeuta, as quais deve enfrentar de forma escalonada de menor a maior intensidade. A exposição pode se realizar “in vivo” ou em imaginação, isto é, pode se realizar a exposição na realidade ou imaginando. Por exemplo, para uma pessoa que tenha medo de elevadores, o objetivo final será subir em um elevador real ou em imaginação”, onde se pede à pessoa que imagine a hierarquia negociada.

No tratamento do medo de palhaços ou coulrofobia, é importante que não se pule de uma hierarquia à seguinte até que a anterior não gere ansiedade. Por isso, pela elevada ansiedade experimentada também é recomendado que se realizem técnicas de relaxamento entre a apresentação de uma hierarquia e a seguinte ou na mesma. Descubra algumas técnicas de relaxamento mental nesse artigo.

Por outro lado, devemos ter em conta que os pensamentos desempenham um papel fundamental nos transtornos fóbicos, uma vez que se estabelece um conjunto de pensamentos irracionais em torno do estímulo fóbico. Por isso, é recomendado usar a restruturação cognitiva com o objetivo de reestruturar estes pensamentos negativos associados à situação ou objeto fóbico a outros mais adaptados à realidade e saudáveis.

No tratamento das fobias, se recomenda o uso de técnicas de controle da ansiedade, devido aos elevados níveis que se apresentam. Algumas técnicas para encarar a ansiedade poderiam ser as técnicas de relaxamento ou de respiração, como a respiração diafragmática ou a técnica de relaxação de Jacobson.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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  • Sassaroli, S & Lorenzini, R. (2000). Medos e fobias: causas, características e terapias. Barcelona: Paidós.

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