Crise de ansiedade por estar chapado

Crise de ansiedade por estar chapado

A crise de ansiedade após o uso de algumas substâncias, é uma reação comum, mas nem sempre esperada. Muitas pessoas relatam usar a substância para relaxar, mas, em certas doses e dependendo da sensibilidade individual, o efeito pode ser o oposto. O uso pode acelerar os batimentos cardíacos, intensificar pensamentos e aumentar a percepção corporal, o que pode ser interpretado pelo cérebro como um sinal de perigo​.

Essa experiência pode ser assustadora, especialmente para quem já tem tendência à ansiedade. O curioso é que, enquanto alguns encontram na planta um alívio, outros percebem um gatilho para o desconforto emocional.

Tem interesse nesse tema? Então, não deixe de ler e saber mais através do artigo de Psicologia-Online: Crise de ansiedade por estar chapado.

1. Qual é a sensação de estar chapado?

Estar chapado é uma experiência subjetiva e pode variar bastante de pessoa para pessoa. Para alguns, é uma sensação de leveza e relaxamento, como se o corpo ficasse mais solto e os pensamentos fluíssem sem pressa. A percepção do tempo pode mudar, os sentidos podem parecer mais aguçados, e até atividades simples, como ouvir música ou observar algo, podem se tornar mais intensas e envolventes​.

Por outro lado, nem sempre essa experiência é confortável. Em doses mais altas ou em pessoas mais sensíveis, pode surgir uma sensação de confusão, aceleração dos pensamentos e percepção exagerada dos batimentos cardíacos. Isso pode ser interpretado pelo cérebro como um sinal de alerta, levando a sentimentos de inquietação ou até mesmo crises de ansiedade​. Para quem já tem tendência à ansiedade, esse efeito pode ser ainda mais marcante.

Outro ponto curioso é a forma como as emoções podem ser intensificadas. Algumas pessoas se sentem mais introspectivas e reflexivas, enquanto outras ficam mais falantes e propensas a risadas espontâneas. Há também quem perceba uma conexão maior com o ambiente ou com as pessoas ao redor, o que pode ser agradável ou, em alguns casos, um pouco desconfortável.

O fato é que os efeitos de estar chapado não são universais. O contexto, o estado emocional e até mesmo a composição da substância usada influenciam diretamente a experiência​. Para algumas pessoas, a sensação pode ser leve e agradável; para outras, pode ser um gatilho para desconforto. Tudo depende de como o corpo e a mente reagem nesse estado momentâneo.

2. Dormir chapado faz mal?

O uso de cannabis antes de dormir é comum entre pessoas que buscam relaxamento ou alívio de tensões. Alguns relatam que a substância facilita o sono, encurtando o tempo para adormecer. No entanto, os efeitos sobre a qualidade do descanso são mais complexos do que parecem.

Estudos indicam que o principal composto psicoativo da planta, pode reduzir o tempo passado na fase do sono REM, aquela em que ocorrem os sonhos mais vívidos e processos importantes para a memória e o aprendizado​. Com o uso contínuo, isso pode afetar a qualidade do sono e o bem-estar ao longo do tempo. Além disso, algumas pessoas experimentam um “efeito rebote” ao interromper o uso, com noites de sono fragmentado e sonhos intensos.

Outro ponto relevante é a relação entre a cannabis e a ansiedade. Enquanto algumas pessoas relatam um efeito calmante, outras podem vivenciar inquietação ou taquicardia, o que interfere na capacidade de relaxar e adormecer​. A resposta varia de acordo com fatores individuais, como tolerância, dose consumida e composição da planta.

Também é importante considerar a dependência psicológica. Se o sono passa a depender exclusivamente do uso da substância, a falta dela pode trazer dificuldades para dormir naturalmente​.

Cada pessoa reage de maneira única, e o impacto do uso no sono deve ser observado com atenção. A qualidade do descanso vai além de adormecer rápido, e envolve ciclos completos e reparadores. Entender como o próprio corpo responde é essencial para equilibrar hábitos e bem-estar.

3. Crise de ansiedade chapado: como resolver?

Uma crise de ansiedade quando se está chapado pode ser uma experiência intensa, mas é importante lembrar que ela é temporária e pode ser controlada. Isso acontece porque o THC, principal substância psicoativa da cannabis, pode aumentar a frequência cardíaca, intensificar pensamentos e ativar áreas do cérebro relacionadas ao medo. Em algumas pessoas, isso gera inquietação, paranoia e sensação de perda de controle.

Se isso acontecer, o primeiro passo é reconhecer que os efeitos vão passar. Buscar um ambiente tranquilo pode ajudar a reduzir a sensação de sobrecarga sensorial. Beber água e se distrair com algo leve, como uma música ou conversa tranquila, também pode contribuir para acalmar a mente. A respiração é uma grande aliada: inspirar profundamente pelo nariz e expirar devagar pela boca pode ajudar a reduzir a tensão.

Caso esteja com alguém de confiança, expressar o que está sentindo pode aliviar a sensação de isolamento. Muitas vezes, a crise vem acompanhada de pensamentos negativos e acelerados. Tente lembrar-se de que são apenas efeitos temporários da substância e que seu corpo voltará ao equilíbrio em algumas horas.

Se essas crises acontecerem com frequência, pode ser um sinal de que seu organismo não reage bem à substância. Algumas pessoas são mais sensíveis aos efeitos do THC, e seu uso pode potencializar quadros de ansiedade já existente. Nesses casos, refletir sobre a relação com a substância e buscar alternativas mais seguras para o bem-estar emocional pode ser um caminho valioso. Acima de tudo, é essencial acolher-se nesse momento, sem julgamentos, respeitando os sinais do próprio corpo.

4. Como cortar o efeito brisadeiro?

O "brisadeiro" é uma combinação de brigadeiro com cannabis e, por ser ingerido, seus efeitos podem ser mais intensos e duradouros do que quando a substância é fumada. Isso ocorre porque o THC, ao ser metabolizado pelo fígado, se transforma em um composto ainda mais potente. Para algumas pessoas, isso pode gerar uma experiência desconfortável, com sintomas como ansiedade, tontura, confusão mental e aceleração dos batimentos cardíacos.

Se você consumiu e quer reduzir os efeitos, o mais importante é lembrar que eles são temporários. O corpo precisa de tempo para metabolizar a substância, o que pode levar algumas horas. Durante esse período, manter a calma faz toda a diferença.

Beber água e se alimentar pode ajudar na sensação de bem-estar. Algumas pessoas relatam que alimentos ricos em gordura ou açúcar amenizam os efeitos, mas não há comprovação científica sobre isso. Descansar em um ambiente tranquilo e confortável pode reduzir a inquietação.

Outro ponto importante é focar na respiração: inspirações profundas e lentas ajudam a regular o sistema nervoso. Conversar com alguém de confiança também pode trazer segurança e diminuir a sensação de perda de controle.

Se os sintomas forem muito intensos ou frequentes, pode ser útil refletir sobre sua relação com o consumo e seus impactos. Cada organismo reage de forma diferente, e o autoconhecimento é essencial para evitar experiências negativas no futuro​.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • CRIPPA, José Alexandre de Souza; ZUARDI, Antonio Waldo. Uso de maconha e ansiedade. Sem informação de livro publicado. Acesso em: 28 de fevereiro de 2025.