Crise dos 40 anos feminina

Crise dos 40 anos feminina

Entre os 40 e 50 anos algumas mulheres enfrentam um momento delicado nas suas vidas: a chamada “crise da meia-idade”. Esta crise parece ser um momento no qual descobrimos que a vida é finita. Trata-se de um momento de transição na vida das mulheres no qual podem estar experimentando a menopausa, uma deterioração do aspeto físico, a síndrome do ninho vazio, uma separação, etc. Cada pessoa reage de uma forma diferente a esta "crise". Algumas das mulheres superam a crise dos 40 anos, outras tentam desafiar o envelhecimento com intervenções médicas, etc.

Contudo, devemos interpretar esta crise como uma chamada de atenção para compreender que há mais vida e que é hora de enfrentá-la e não ficar presa no passado e nas coisas que poderíamos ter feito e não fizemos. Você quer viver só com as lembranças do passado e ficar todo o seu tempo arrependida, ou você quer se centrar na vida que tem ainda por viver e fazê-lo de forma plena? Nesse artigo de Psicologia-Online, explicamos alguns dos sinais da crise dos 40 anos feminina e o que fazer para voltar a ser feliz.

Crise dos 40 anos feminina: sintomas

Para saber se você tem a crise dos 40 anos, é importante aprender a detectar alguns dos sintomas mais habituais desta situação. Esses são os sinais mais comuns:

Começa a fazer perguntas profundas e inquisitivas

Uma das coisas que pode nos ajudar a identificar a crise é o sentimento negativo em relação à vida que leva. Quando a mulher de 40 chega à meia-idade, há uma tendência a se deter e se perguntar se está no caminho correto. Trata-se de fazer uma comparação entre onde você gostaria de estar na vida nesse momento e onde você está realmente. Pode ser que, depois de realizar esta avaliação, você perceba que esteve seguindo os seus sonhos ou objetivos que os seus pais lhe propuseram, isto é, simplesmente fez o que se esperava de você.

Tenha em conta que estas fases de autorreflexão são positivas porque permitem eliminar ou corrigir as coisas que não gostamos. Uma pesquisa realizada em 2016 demonstrou que as pessoas que experimentam uma crise trimestral ou de meia-idade e se centram nos objetivos da sua vida provavelmente encontram soluções criativas para os seus desafios. Essas soluções podem ajudar à pessoa a sair da crise, pois incorporam novidades na sua vida.

Toma decisões precipitadas

Nessas avaliações contínuas sobre a sua vida, talvez descubra que não está satisfeita com o seu casamento, com o seu trabalho, etc. É perigoso quando tomamos decisões de forma impulsiva baseando-nos nos sentimentos desse momento determinado. Agir antes de pensar nas possíveis consequências a longo prazo de cada decisão pode causar um grande arrependimento.

Sente que está perdendo a cabeça

É frequente que mulheres que passam por esta crise digam: “sinto que estou enlouquecendo”, “não lembro onde deixo as coisas”, “não sei por que entrei no quarto”, “estou brava o tempo tudo”, etc. Esta mudança repentina em determinadas caraterísticas da personalidade pode se dever a uma diminuição nos níveis de estrogênios, que pode começar entre 5 e 10 anos antes da menopausa. Além disso, para algumas mulheres a menopausa supõe um grande estigma.

Não pode dormir à noite

Se você se desperta a meio da noite, isso pode estar relacionado com os níveis hormonais. Mesmo que você ainda tenha a menstruação, a diminuição de estrogênios e testosterona pode produzir mudanças. De fato, há pesquisas que indicam que os níveis decrescentes de estrogênio durante a perimenopausa e menopausa podem fazer que uma mulher seja mais susceptível a fatores ambientais e de outro tipo, o que pode alterar ainda mais o sono e levar à insônia.

Está constantemente aborrecida

O tédio pode ser um sinal da crise da meia-idade em mulheres. É possível que você se sinta presa na rotina, onde a oportunidade de se divertir não está mais disponível. Uma possível solução é fazer alguma coisa fora da rotina que entretenha: ouvir música, fazer esporte, aulas de dança, etc.

Tem um sentimento avassalador de desperdício

Provavelmente você tem a sensação de que há alguma coisa na sua vida que deixou passar. Durante esta crise, há um certo grau de desperdiço, mas não ao nível de uma depressão clínica. O desperdício dos sonhos ou da ideia de quem queria ser é uma confrontação com a realidade que pode provocar uma grande decepção. Caso você tenha conseguido todos os seus objetivos, talvez se pergunte “e agora o que é que eu faço?”.

Problemas com o físico

Se olhar no espelho para se sentir bem e se cuidar é normal e saudável, mas passar horas se olhando no espelho para se fixar nas rugas e outras mudanças associadas à velhice, não é. Algumas pessoas podem chegar ao extremo para tentar atingir de novo um aspeto jovem. Algumas mulheres chegam até a gastar todo o seu dinheiro para impedir ou parar de ver as mudanças inevitáveis da idade. Embora existam algumas mulheres que nesta crise ficam obcecadas com aperfeiçoar o seu aspeto físico, outras podem se negar um mínimo de autocuidado, similar ao que pode acontecer no caso da depressão.

Pensa que já não há nada que esperar da vida

Mulheres que estão passando pela crise dos 40 sentem que são mais velhas que a idade que realmente têm. Uma pesquisa descobriu que se sentir mais velho prevê um menor bem-estar psicológico e uma menor satisfação com a vida em comparação com aqueles com atitudes mais favoráveis sobre o envelhecimento.

Uma coisa que temos que fazer como sociedade é nos questionar sobre se esta narrativa negativa de se sentir mais velha deriva do seu ambiente. Portanto, é a sociedade ou o seu ambiente próximo que trata você como se fosse mais velhas ou é uma norma cultural que foi internalizada por algumas mulheres?

Sente que o melhor da sua vida já passou

Crer que todos os acontecimentos e as coisas boas já passaram na sua vida e não acontecerão nunca mais pode ser sinal de que você está passando a crise dos 40 feminina. Este pensamento é algo generalizado na nossa cultura. A boa notícia é que isto mudou gradualmente e se pode ver como as pessoas podem estar no melhor momento das suas vidas e envelhecer igualmente, pois o prazer já não está mais relacionado com a idade mas com a gratificação pessoal.

9 conselhos para superar a crise dos 40 feminina

Alguns conselhos que podem ajudar a superar a crise dos 40 anos feminina são:

  1. Você deve enfrentar a crise e não tentar esconder que tem 40 anos
  2. Dedique um pouco de tempo a refletir, se é necessário visite um terapeuta
  3. Não espere que a crise se desencadeie por completo. Tente ir mudando as coisas das que não gosta pouco a pouco
  4. Tente fazer alguma coisa diferente em algum momento, saia da rotina porque fazer o mesmo todos os dias não é bom
  5. Realize atividades ao ar livre. Quando saímos de casa obtemos uma perspectiva diferente do problema
  6. Interprete a crise como uma oportunidade para a mudança e para começar alguma coisa nova
  7. Tenha em mente os aspetos positivos que proporciona a idade: sabedoria, experiência e conhecimento
  8. Em vez de se perguntar "Isto é tudo o que há?" pergunte-se "O quê estou preparado para mudar?"
  9. Esqueça tudo o que está travando o seu futuro e já não te serve na vida, mas apenas tenha isso em conta para decidir o que vai fazer para mudá-lo.

Reflexões sobre as crises da idade

  • No caso de que a mulher tenha problemas sexuais, há tratamentos disponíveis, tanto hormonais como não hormonais, para tratar todos os sintomas associados com a dor sexual.
  • Talvez pensar em você como uma pessoa jovem pareça uma bobagem, mas este tipo de pensamento é muito recomendado. Uma pesquisa da Universidade do Estado da Flórida em 2016 indicou que muitas mulheres de meia e avançada idade mantêm as percepções juvenis de si próprias para melhorar o seu bem-estar emocional.
  • Como sociedade, talvez deveríamos tentar encontrar um modelo de “mulher mais velha” que possa servir como motivação. Consiste em ir mudando os nossos pensamentos e preconceitos sobre o envelhecimento nas mulheres.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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