Cronofobia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Cronofobia: o que é, sintomas, causas e tratamento

É um fato mais do que conhecido que os anos passam para todas as pessoas. À medida que o tempo vai passando, o ser humano vai envelhecendo e certas atividades já não podem ser feitas da mesma forma que antes. O tempo é um fator impossível de deter e sua passagem acarreta efeitos variados conforme cada pessoa.

Por um lado, existem pessoas que dão certo valor à passagem do tempo, dado que conseguem uma maior maturação com respeito a certos acontecimentos que atravessam em suas vidas. Nestes casos, a passagem do tempo pode representar uma oportunidade. No entanto, existem outras pessoas que possuem um grande medo da passagem do tempo. Isto gera uma série de consequências, tanto físicas como mentais, que afetam suas relações sociais e suas atividades cotidianas.

Diante disto, é transcendental conhecer dados certeiros que nos permitam agir de um modo eficiente frente a esta problemática. Se você quer saber mais sobre isto, neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre a cronofobia (medo do tempo passar): o que é, sintomas, causas e tratamento.

O que é cronofobia

Quando fazemos referência ao termo cronofobia, estamos fazendo alusão a um transtorno de ansiedade caracterizado por um medo irracional e exacerbado à passagem do tempo. Este transtorno é classificado dentro do grupo das fobias específicas determinadas pelo DSM-V[1]. Segundo este manual, as fobias específicas como a cronofobia devem cumprir as seguintes qualidades para poder ser diagnosticada:

  • Medo e/ou ansiedade frente a uma situação específica relacionada com o tempo.
  • Evitação da situação específica.
  • Medo e/ou ansiedade desproporcional ao perigo real que o tempo representa.
  • A duração é de seis meses ou mais.
  • Deterioramento das relações sociais, profissionais e familiares.

Sintomas da cronofobia

A cronofobia possui uma série de manifestações, tanto físicas como psicológicas, que devem ser levadas sem consideração para seu diagnóstico. A seguir, apresentaremos os sintomas da cronofobia mais relevantes:

  • Dores de cabeça. Descubra a relação entre a ansiedade e a dor de cabeça e como acalmá-las.
  • Tonturas.
  • Tremores.
  • Palpitações.
  • Dificuldade para respirar.
  • Pensamentos referentes à morte.
  • Medo em relação à vida.
  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Falta de ar.

Cabe destacar que a presença de algum destes sintomas não implica necessariamente que uma pessoa padeça de um quadro de cronofobia. Diante disto, é importante que o diagnóstico seja levado a cabo por um profissional da saúde que possa avaliar as características do paciente e supervisionar a evolução clínica do mesmo.

Causas da cronofobia

Quando estamos diante de uma pessoa com diagnóstico de cronofobia, é muito importante indicar as possíveis causas que dão origem a este quadro clínico, já que isto permitirá decidir o tratamento mais adequado para cada pessoa. Desta maneira, a seguir, descreveremos as causas da cronofobia mais frequentes.

Fatores ambientais

Ao longo da vida, as pessoas vão vivendo experiências que deixam certas recordações que perduram no tempo. Diante disto, é possível que uma pessoa sinta este medo vivido no passado, em alguma situação na qual a passagem do tempo trouxe consequências negativas, tanto para o corpo como para a mente.

Isto pode se ver refletido na imitação de traços de comportamentos de pessoas significativas do entorno que inseriram este medo.

Fatores genéticos

Há certos setores do córtex cerebral vinculados ao processamento da informação proveniente do entorno no qual haja uma predominância do medo. Mesmo que não exista evidências suficientes que fundamentem isto, é possível que as pessoas que sofram de cronofobia apresentem certas alterações no funcionamento neuronal e em hormônios como o cortisol e a aldosterona. Se estes hormônios apresentarem níveis muito elevados, isto pode ser prejudicial para a saúde.

Tratamento da cronofobia

Se você se pergunta como tratar a cronofobia, apesar das dificuldades que implica na vida cotidiana, atualmente existem tratamentos disponíveis que demonstraram ser eficazes na abordagem deste problema. Nos itens seguintes, veremos como superar a cronofobia.

Terapia psicológica

O objetivo da terapia consiste em ajudar o paciente para que ele possa solucionar determinados problemas que representam inconvenientes na vida cotidiana.

  • Terapias de curta duração: se focam na resolução de problemas em um período limitado de sessões nas quais se incorporam estratégias que visam permitir que a pessoa enfrente situações de estresse ou ansiedade. Neste sentido, a terapia cognitivo-comportamental aparece como o foco mais destacado, dado que trabalha sobre as emoções, pensamentos e comportamentos da pessoa.
  • Terapias de longa duração: tenta-se indicar a origem dos problemas de uma pessoa. Isto tem como resultado que o paciente possa pensar ou agir de outra maneira frente a situações de ansiedade.

Medicação psiquiátrica

Em casos nos quais a cronofobia é grave, a administração de certos psicofármacos pode ser uma alternativa que produza modificações nas conexões neuronais que estejam vinculadas a emoções tais como o medo. No entanto, a administração de medicamentos deve ser supervisionada por um profissional de saúde que trabalhe em conjunto com um psicólogo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

Se pretende ler mais artigos parecidos a Cronofobia: o que é, sintomas, causas e tratamento, recomendamos que entre na nossa categoria de Psicologia clínica.

Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría. (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (DSM-V). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Lee, P. (2020). Cronofobia. Sobre el tiempo en el arte de los años 60. Murcia: Centro de Documentación y Estudios Avanzados de Arte Contemporáneo.
  • Málishev, M. (2011). Entre cronomanía y cronofobia. Ciencia Ergo Sum, 18 (1), 109-110.