Diferença entre medo e ansiedade

Diferença entre medo e ansiedade

Nem sempre é fácil descrever se o que sentimos é medo ou ansiedade. Na verdade, a emoção do medo é um sintoma presente no quadro clínico de ansiedade, por isso é tão normal confundi-las. Além disso, eventualmente pode se perceber diferentes graus de intensidade.

Ambas nos indicam a percepção de um perigo e preparam nosso organismo para dar uma resposta de alarme. Neste sentido, o que varia é a intensidade do perigo percebido e, como consequência, a intensidade de nossa reação. Neste artigo de Psicologia-Online, falaremos com profundidade sobre qual é a diferença entre medo e ansiedade.

O que é a ansiedade

A ansiedade é um estado emocional associado a uma condição de alerta e medo, geralmente excessivo em comparação com o perigo real. Mesmo assim, não é um fenômeno anormal, pois se trata de uma emoção básica que implica um estado de ativação do organismo quando o sujeito perceber que se encontra diante de uma situação perigosa.

Então, quais são os sintomas de ansiedade? Uma tendência imediata a explorar o meio ambiente em busca de explicações e rotas de fuga, assim como uma série de fenômenos fisiológicos como o aumento da frequência respiratória e cardíaca, suor ou vertigem, entre outros.

Quando a ativação do organismo se torna excessiva, isto pode produzir um transtorno de ansiedade que pode afetar e complicar a vida da pessoa que sofre com isso. Neste artigo você verá quais são os tipos de ansiedade e seus sintomas.

Sintomas da ansiedade

O quadro clínico ansioso se manifesta de muitas formas. Vejamos quais são os principais sintomas da ansiedade:

  • Nervosismo.
  • Apreensão.
  • Insônia.
  • Apneia.
  • Facilidade para o choro.
  • Palpitações.
  • Fraqueza.
  • Cólicas no estômago.

De forma geral, é frequente que todas as pessoas tenham ansiedade em algum momento de sua vida, devido à superestimulação à qual estamos expostos. Mesmo assim, estão devidamente motivadas, a ansiedade se converte em uma sensação transitória. Pelo contrário, os episódios de ansiedade que surgem sem uma justificativa real são a origem de reações excessivas que caracterizam os transtornos de ansiedade.

O que é o medo

O termo medo faz referência a uma emoção que surge diante da presença de um perigo inesperado ou iminente. Mesmo assim, também pode indicar uma preocupação imaginária, aparentemente não ligada a uma situação de perigo real.

Cabe destacar que o medo é uma das emoções primárias e tem uma função adaptativa que protege o indivíduo diante de um perigo ou ameaça (real ou imaginária). Desde os primeiros anos de vida, desempenha funções evolutivas fundamentais e sem este mecanismo estaríamos continuamente colocando em perigo nossa segurança.

Sintomas do medo

Como o medo se manifesta? A seguir, te mostraremos seus principais sintomas:

  • Aumento do ritmo cardíaco: permite que a pessoa reaja mais rápido. O coração aumenta sua atividade para aumentar o fluxo sanguíneo e enviar rapidamente açúcar e oxigênio ao corpo.
  • Aumento da respiração: os músculos tensos do corpo atrapalham a expansão dos pulmões. O ritmo da respiração muda.
  • Formigamento, sensação de dormência e sufoco: o aumento da pressão arterial se percebe, principalmente, nas extremidades. Esta ativação produz vermelhidão da pele e calor, e o corpo responde a esses sintomas através do suor.
  • Rigidez muscular: todos os músculos tendem a se endurecer. Estão tensos porque estão prontos para pular se for necessário.
  • Pés de galinha: a contração dos músculos também afeta aos tecidos da pele.
  • Ofuscamento, estreitamento do campo visual e tonturas: o aumento da pressão pode provocar uma sensação de tontura. As pupilas dos olhos se dilatam para favorecer o enfoque.
  • Transtornos digestivos, náuseas e transtornos abdominais: a digestão é interrompida e as energias correspondentes são utilizadas para ativar o organismo contra o perigo.
  • Confusão e atordoamento: coloca-se o foco de atenção no perigo e se dissocia qualquer outro pensamento. Pode-se perceber uma estranheza de si mesmo/a.

Como diferenciar o medo e a ansiedade

A ansiedade e o medo, mesmo que possuam um vínculo muito forte, não são a mesma coisa. Vejamos as principais diferenças entre o medo e a ansiedade.

1. Quem o experimenta

Todos os seres vivos experimentam o medo e a ansiedade? Vamos ver:

  • O medo é um estado que os animais também sentem e experimentam, especialmente os mamíferos.
  • A ansiedade é uma emoção tipicamente humana, evoluída a partir o medo, paralelamente à progressão de nossas capacidades cognitivas de imaginação, antecipação e planejamento.

2. Forma

A forma pela qual percebemos o medo e a ansiedade é diferente. Te mostraremos a seguir:

  • Quando temos medo, a ameaça ou perigo que encontramos é clara e bem definida a nossos olhos, isto é, o objeto de nosso medo está bem focado.
  • Quando experimentamos ansiedade é muito mais difícil focar na origem e no objeto de nossas vivências. De fato, a ansiedade pode ser descrita como um estado de preocupação aberto, por exemplo, em uma determinada área de nossa vida, sem fazer referência a algo específico e determinado.

3. Duração

Mesmo que a sensação que se experimenta seja similar, a duração é diferente. Vejamos a diferença entre ansiedade e medo no que se refere a duração dos sintomas:

  • O medo é ativado diante de um perigo real e, uma vez que a ameaça acabe, desaparece.
  • A ansiedade pode ser ativada diante de um perigo real, mas também diante de uma ameaça percebida, isto é, não tangível e compartilhada, frequentemente vaga e mal definida. A sensação de perigo é mais duradoura devido à dificuldade de identificar as causas.

Na hora de diferenciar este aspecto, por exemplo, muitos de nós experimentamos medo quando estamos próximos de um penhasco, mas sabemos que nem todos nos assustamos com o fato de ter que subir em um bonde lotado de gente pela manhã.

4. Percepção dos sintomas

Quanto a forma que se manifestam, tanto o medo como a ansiedade são acompanhados de sintomas fisiológicos, mas a duração dos mesmos é diferente. Vejamos quando se manifestam e desaparecem:

  • Os sintomas do medo tendem a diminuir quando o estímulo em questão se afasta e já não nos sentimos ameaçados por ele.
  • No caso da ansiedade, a vivência subjetiva e suas modificações fisiológicas tendem a durar mais e diminuir mais lentamente. As pessoas frequentemente descrevem que se encontram em um estado de tensão geral. Uma "sensação de alerta" como se algo negativo fosse acontecer a qualquer momento.

Gostou deste artigo? Se quiser saber mais sobre os temas do medo e da ansiedade, confira esse artigo de Tipos de medos mais comuns e suas características e esse texto sobre Por que tenho medo de tudo?.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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  • Sierra, J.C., Ortega, V., Zubeidat, I. (2003). Ansiedad, angustia y estrés: tres conceptos a diferenciar. Revista Mal-estar E Subjetividade, 3 (1), 10-59.