Ele/a sempre me culpa por tudo, o que fazer?

Ele/a sempre me culpa por tudo, o que fazer?

Como é possível que alguém que amo tanto, e que em teoria também me ama, possa me causar tanto mal? O amor dói, dizem. Isso é o que sempre lhe fizeram acreditar, mas o amor não deveria doer (somente sua ausência). As relações podem ser complicadas, mas jamais deveriam causar prejuízo a uma das partes. Se seu/sua parceiro(a) sempre te culpa por tudo e você não sabe o que fazer, continue lendo este artigo de Psicologia-Online e entenda as respostas.

Ele/a me faz sentir que faço tudo errado

Uma das frases que surgem em terapia de casal é "meu/minha parceiro(a) me faz sentir culpado(a) por tudo". Quando um dos membros da relação começa a culpar o outro por tudo, a fazer o outro sentir que faz tudo errado, está dando início a uma das dinâmicas nada sadias que acabarão tendo suas consequências.

Essas ações costumam ser sinal de abuso psicológico. A chantagem emocional e a manipulação que se exerce sobre a pessoa quem se atribuiu a culpa não são inócuas: com o passar do tempo podem gerar problemas psicológicos como falta de autoestima, falta de segurança em si mesmo(a), ansiedade, depressão, dependência, etc. Por isso é importante saber identificar quando se está em um relacionamento tóxico e buscar ajuda.

Por que ele/a sempre me culpa por tudo?

As razões de uma pessoa para culpar sempre seu/sua parceiro(a) de qualquer coisa podem ser muito variadas, mas costumam estar mais relacionadas com a pessoa que atribui a culpa do que a que é culpada. Assim, é possível que seu/sua parceiro(a) te culpe por tudo...

  • Para mascarar suas inseguranças;
  • Porque tem tendências narcisistas e não é capaz de assumir que pode ter parte ou toda a culpa sobre algo;
  • Por falta de empatia, combinado com o tópico anterior;
  • Para exercer maior controle sobre você, manipulá-lo(a), conscientemente ou não disso.

O que fazer quando ele/a te culpa por tudo

Quando alguém faz você se sentir mal por te atribuir culpa por tudo, a primeira coisa que você deve levar em consideração de que essa é a opinião da pessoa, e não a realidade. A realidade é que nas relações todas pessoas envolvidas têm sua parte de responsabilidade. O que você pode fazer quando seu/sua parceiro(a) te culpar por tudo?

  1. Empodere-se: quando seu/sua parceiro(a) fizer você sentir que tudo é culpa sua, aumenta a sua insegurança, sua dependência, inclusive podendo levá-lo(a) a se anular enquanto pessoa. Empoderar-se é combater tudo isso e deve ser missão transversal. Você deve continuar se empoderando sempre e em todos os âmbitos da vida. Para se empoderar, siga os conselhos a seguir.
  2. Tome consciência da situação, identifique o que está acontecendo.
  3. Analise, coloque seu olhar crítico para funcionar e avalie o que está acontecendo, como, quando e o porquê. Seu/sua companheiro(a) realmente tem razão quando culpa você por tudo? É importante que você se dê conta das injustiças para que possa comunicá-las, de forma que elas não acabem por lhe anular.
  4. Reforce sua autoestima: nesse artigo você encontrará dicas sobre como aumentar a autoestima.
  5. Confie em si mesmo(a): duvidar de você mesmo(a) não faz bem nenhum e, por outro lado, sentindo-se mais seguro você enfrentará melhor as acusações de seu/sua parceiro(a). Aqui você pode ler algumas dicas sobre como desenvolver o amor próprio.
  6. Converse com pessoas de confiança: comente sobre o tema com algum familiar ou amigo(a) íntimo(a) e peça que deem seus pontos de vista sobre a questão. Dessa forma você pode confirmar seus critérios ou descobrir no que você está falhando para poder melhorar.
  7. Enfrente o(a) seu/sua parceiro(a): quando você for culpabilizado(a) por coisas que sabe que não são verdadeiras, não se cale: diga que ele(a) não tem razão e explique o porquê. Nesse caso será útil ser assertivo.
  8. Comunique quais são suas necessidades: não basta que seu/sua parceiro(a) saiba que você não é culpado(a) por tudo nem que as coisas não são como ele(a) as vê. É preciso também que ele(a) saiba que você precisa que ele(a) pare de lhe fazer sofrer e reflita sobre o que foi dito, ponha-se no seu lugar, etc. Você pode inclusive pedir essa mudança como um ultimato, se achar necessário.
  9. Expresse suas emoções: permita-se estar triste, aborrecido(a), chateado(a), nervoso(a), decepcionado(a), etc, com seu/sua companheiro(a), porque ele(a) está lhe fazendo mal e as emoções são consequência das ações dele(a). Deixe que ele(a) as veja.
  10. Deixe-o(a): se não houver mudança, se seu/sua companheiro(a) continuar lhe culpando por tudo e lhe causando prejuízos, deixe-o(a). É difícil, mas não vale a pela perder mais tempo da sua vida com alguém que só te faz mal. Além disso, é possível superar o fim de um relacionamento.
  11. Não se culpe: seu/sua parceiro(a) culpava você por tudo, mas você não deve se autoculpar porque o relacionamento acabou. Se outra pessoa lhe fazia sentir mal e lhe manipulava psicologicamente, você estava em um relacionamento tóxico - e não há motivo para os relacionamentos tóxicos existirem. Devem acabar. Não é sua culpa.

Ele/a me culpa por sua infidelidade

Se seu/sua parceiro(a) culpa você pela infidelidade dele(a), você deve ter a noção clara de que a culpa por algo assim jamais poderá ser sua. A responsabilidade é sempre de quem foi infiel porque, seja qual for a situação, a decisão de lhe trair foi tomada por ele(a), e não por você. Você não pode controlar os atos nem decidir pela pessoa, e também não pode se responsabilizar pelas ações dela. Pode ser que ele(a) culpe você pela infidelidade para aliviar a própria culpa, por insegurança ou por uma incapacidade de confrontar os próprios atos.

De qualquer forma, a pessoa que te traiu deveria enfrentar o que fez e se responsabilizar pelas consequências. No artigo a seguir você encontra mais informações sobre como lidar com uma traição.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Congost, S. (2013). Cuando amar demasiado es depender. Oniro.
  • Riso, W. (2007). Los límites del amor. RBA Coleccionables.