Fanatismo: significado, tipos e exemplos

Fanatismo: significado, tipos e exemplos

O fanatismo se refere a toda aquela paixão e/ou atividade que se manifesta como uma paixão exagerada, desmedida, tenaz e irracional, em torno de uma ideia, uma teoria, uma cultura... A adesão à está ideia é total e incondicional, o fanatismo está relacionado com as seitas.

Neste artigo de Psicologia-Online, veremos em profundidade o significado do fanatismo, os tipos que podemos encontrar e alguns exemplos que nos fazem compreender melhor do que estamos falando exatamente.

Significado de fanatismo

Para diversos autores, o fanatismo significa um estado mental caracterizado pela adesão tenaz e prolongada à certas crenças. Na mente de uma pessoa fanática, essas crenças adquirem uma importância muito maior do que as outras ideias, a ponto de transformar suas ações em formas de manifestar essas ideias. Acreditam de maneira absoluta e incondicional em um tema ou questão determinada e mostram uma forte adesão afetiva a ela.

De acordo com o dicionário Michaelis1, fanático é definido como qualquer pessoa que se mostra demasiadamente entusiasmada, apaixonada, tomada por devoção cega a uma causa (política, religiosa, etc.) ou pessoa; apaixonada, exaltada, obcecada.

Como é um fanático?

Para entender melhor à que estamos nos referindo, devemos enfatizar a dupla dimensão do fanatismo, uma vez que as crenças por si só não constituem o fanático, as crenças fazem parte do ser humano e todos nós as temas. São a maneira que temos de criar um mundo e, com ele, nossa maneira de ser.

Dimensão cognitiva

A dimensão cognitiva do fanático é constituída pelo conjunto de ideias com determinadas características e crenças que tornam o sujeito fanático. O crente geralmente acredita não apenas que o mundo é de uma maneira, mas que ele pode transformá-lo através dessa crença no que ele quer.

Dimensão personológica

Atualmente, não existe evidência suficiente que classifique o fanatismo com o um transtorno da personalidade. É verdade que algumas pessoas fanáticas podem apresentar transtornos de personalidade, mas não significa que o fanatismo seja. No entanto, traços comuns são encontrados na personalidade do fanático:

  • Autoimagem combativa
  • Comportamento observável de tipo desconfiado e explosivo
  • Estilo cognitivo dicotômico e dogmático
  • Irascibilidade
  • Comportamento interpessoal que varia de submissão ao extra punitivo
  • Certos mecanismos de defesa, como a racionalização e a sublimação
  • Certa fragilidade do eu

Os tipos de fanatismo que existem

Existem diferentes tipos de fanatismo, dependendo de qual tipo de ideia seja a que predomina no fanático:

  • Fanatismo religioso: um dos que mais têm gerado controvérsias ao longo da história. Sob sua influência foram realizados genocídios, conflitos bélicos, atos terroristas...
  • Fanatismo esportivo: por uma equipe.
  • Fanatismo político: por um partido, uma ideia...
  • Fanatismo antirreligioso: anticristão, antimuçulmano...
  • Fanatismo em relação ao desconhecido: prever o futuro, por exemplo.
  • Fanatismo em relação à uma pessoa: cantor, ator...

Exemplos de fanatismo em nossa sociedade

Um exemplo evidente de fanatismo em nossa sociedade e que causou muita dor na história é o Holocausto, que levou a genocídios, massacres, guerras... Outro exemplo é encontrado com a Ku Klux Klan, ou com a Inquisição, as Cruzadas...

Encontramos também, por exemplo, alto nível de fanatismo no caso da escritora Emily Brontë. Muitos fanáticos começaram a considerar que em seu romance "O Morro dos Ventos Uivantes", ela convidava as pessoas a jantar com o diabo e ela própria estava prestes a ser vítima desses fanáticos.

Algo parecido ocorreu com o poeta Baudelaire, foi acusado de ser prejudicial e queriam mandá-lo para a fogueira por escrever "As flores do mal". Neste caso, ele também estava sendo vítima de ideias fanáticas como Emily. Karl Marx também despertou muitos fanáticos, que utilizavam sua obra como impulso para cometer delitos terroristas.

Os grupos ultra esportistas também se relacionam com o fanatismo, de fato, é algo que vemos na televisão com frequência em nossa sociedade.

O conhecido caso do livro "O apanhador no campo de centeio" de J.D. Salinger, com o qual diversos fanáticos associaram suas ideias de assassinato, por exemplo, o rapaz que matou John Lennon sentou-se tranquilamente em seguida para ler este romance. O escritor Salinger acabou se refugiando em uma casa longe do mundo para escrever e não ser vítima desses fanáticos.

Exemplos de fanatismo religioso na atualidade

Um exemplo claro de fanatismo religioso na atualidade seria o grupo terrorista ISIS. Os rapazes recrutados, em muitos casos, têm problemas de identidade e de relacionamento social ou familiar. O fanatismo religioso, neste caso, funciona claramente como uma seita de adeptos. A violência física e a idealização da morte também intervêm neste caso específico de fanatismo religioso.

De acordo com o psicólogo Peraldo em uma entrevista realizada para o jornal Público sobre essa questão: "Estamos claramente diante de um fenômeno conhecido na psicologia e psiquiatria como dissociação. Em primeiro lugar, todos os aspectos essenciais que definem sua identidade são eliminados do indivíduo e, progressivamente, substituídos por uma nova identidade através de um processo que exige uma adesão inquebrável e perfeita ao novo grupo".

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=fan%C3%A1tico
Bibliografia
  • Anónimo. (2015). En el cerebro de los fanáticos de ISIS. Diario Público. Disponível em: https://www.publico.es/internacional/cerebro-fanaticos-isis.html
  • Rey, G. H.(2018). Los peligros a los que se puede llegar con el fanatismo. El Tiempo. Disponível em: https://www.eltiempo.com/salud/como-afecta-el-fanatismo-a-las-sociedades-254464
  • Villarejo, A.(2010). Fanatismo: interés en psiquiatría forense penal. Cuad Med Forense,16(3), 137-144.