Ginofobia (fobia de mulher): o que é e como tratar

Ginofobia (fobia de mulher): o que é e como tratar

A Ginofobia é descrita pelo dicionário [1] como o medo patológico de mulheres. Especialmente recorrente em homens, ela faz com que os indivíduos tenham medo de mulher.

Pode parecer uma fobia distante da realidade, mas afeta em diferentes níveis homens por todo o mundo. Segundo o DSM-V [2], existem ainda diferentes tipos de transtornos fóbicos específicos, e a ginofobia faz parte deste meio.

No artigo de hoje aqui de Psicologia-Online, nós vamos trabalhar o tema Ginofobia (fobia de mulher): o que é e como tratar. Vamos explicar os detalhes deste transtorno pouco conhecido, seus principais sintomas, causas e as formas mais indicadas para tratamento.

O que é ginofobia

A fobia de mulheres pode ser pouco comum, mas ela existe e precisa de tratamento adequado. Não é difícil imaginar os inúmeros problemas que esse tipo de transtorno pode causar na vida de uma pessoa. Certamente terá impacto direto em todo o seu nível pessoal, social e profissional.

De modo geral, a ginofobia é caracterizada por um quadro de fobia de mulher, ou seja, a pessoa sente medo de mulher e, dessa forma, busca evitar qualquer tipo de contato com pessoas do sexo feminino.

O DSM-V disponibiliza uma área para o tratamento de fobias específicas, que é onde a ginofobia se enquadra. Dentro desta mesma área também são apresentadas fobias de animais, altura e tempestade, por exemplo. O tratamento para cada uma dessas fobias tem suas similaridades, no entanto, vai ser aplicado de forma diferente a depender do grau de intensidade com que esse medo é sentido.

Medo de mulher

Uma fobia é um medo irracional de determinada coisa. Neste caso, trata-se do medo de mulher, no entanto, as pessoas que sofrem de ginofobia sabem que esse medo é irracional, que a fobia que sentem é desproporcional ao risco real.

A ansiedade está fortemente presente nestes tipos de transtornos fóbicos, e é sempre desencadeada nos momentos em que a pessoa tem contato com uma mulher, pensa, fala ou se aproxima de alguém do sexo feminino. Em níveis mais elevados, pode ocorrer ataques do pânico.

Dentro dos quadros de ansiedade, as fobias específicas são os casos mais comuns, e interferem diretamente na vida de quem sente. As causas da ginofobia podem estar relacionadas a abuso sexual, psicológico ou agressões físicas por parte da mãe ou outro familiar próximo. Podem também estar relacionado a misoginia, fatores genéticos ou por meio de experiências negativas e traumáticas com mulheres.

Sintomas da ginofobia

Por se tratar de um transtorno fóbico específico, os seus sintomas são muitos similares aos sintomas de ansiedade, e em níveis mais avançados pode apresentar similaridade com sintomas de transtorno do pânico. Portanto, os principais são:

  • Medo de mulher, inclusive, uma aversão intensa;
  • Crises de ansiedade ao menor contato com mulheres;
  • Dificuldade em desenvolver contatos diários com mulheres, por exemplo, com uma atendente da padaria ou com a chefe;
  • Sintomas físicos como batimento cardíaco acelerado, sudorese, enjoo, desmaio;
  • Má vontade ou desdém ao lidar com mulheres;
  • Incapacidade sexual com mulheres.

De modo geral, pessoas que sofrem de ginofobia tem consciência de que os seus sintomas são irracionais e exagerados, mas não conseguem controlá-los sozinhos ou mudar suas percepções facilmente. Ou seja, eles são inevitáveis e podem variar de acordo com o grau que o transtorno está instaurado na vida do sujeito.

Além disso, a fobia de mulher pode também se apresentar em crianças em forma de choro constante ou birra, além da recusa em sair de perto do pai.

Principais causas do medo de mulher

As causas por trás da fobia de mulher podem ser bastante variadas, uma vez que é um quadro que retrata especificamente um medo irracional. Portanto, ainda não é possível identificar e delimitar o causador da ginofobia. Entre as principais causas estão:

  • Experiências traumáticas com mulheres: nestes casos estão incluídos agressões físicas, abusos sexuais, verbais e psicológicos, além de negligência. Normalmente estas experiências são vividas com a mãe ou outra mulher muito próxima.
  • Fatores ambientais/culturais: o ambiente onde este indivíduo estava inserido pode ser o desencadeador desse medo de mulher, uma vez que todo o contexto familiar, cultural e ambiental causa influência em nossa personalidade e na nossa forma de agir no mundo.
  • Fatores neurológicos: algumas alterações no cérebro também podem ser causadoras da ginofobia.
  • Vivência de situações de humilhação: quando crianças é o momento em que desenvolvemos a maior parte do nosso repertório social, e por isso, abusos e situações podem se transformar em um trauma que perdurará até a fase adulta. No entanto, algumas pessoas podem desenvolver a fobia de mulher já na idade adulta, que pode ser decorrente de episódios de humilhação ou abusos sofridos por uma mulher.

De modo geral, a ginofobia pode ser desenvolvida ainda na infância, e especialmente na adolescência que é um momento importante de transição para a vida adulta, onde suas relações neste período causam grande impacto no futuro das pessoas. Ainda assim, traumas podem ser desenvolvidos em qualquer etapa da vida, por isso, vimos que é possível que situações extremas possam desencadear a ginofobia em adultos.

A fobia de mulher pode gerar sentimentos de raiva, medo, ódio, e afetar gravemente os relacionamentos amorosos, familiares e sociais.

Tratamento para ginofobia

Assim como todo tipo de transtorno, o tratamento é parte fundamental para estabelecer um padrão de resposta apropriado e garantir qualidade de vida as pessoas. Portanto, neste caso em específico, é necessário encontrar a causa do problema e trabalhar de forma adequada e assistida a partir dele.

Para isso, existem alguns tipos de tratamento recomendados, são eles:

  • Terapia: a terapia cognitivo-comportamental mostra resultados muito positivos para o tratamento da fobia de mulher, uma vez que trabalha com a aplicação de técnicas como a dessensibilização sistemática, que permite a exposição assistida e gradual do paciente à sua fobia. Dentro da terapia também são trabalhadas as causas da fobia, e é iniciado um processo de ressignificação.
  • Trabalho com equipe multidisciplinar: como o medo de mulher pode ser consequência de outros transtornos psicológicos, é importante trabalhar em conjunto com outros profissionais da saúde.
  • Medicamentos: por fim, pode ser necessário o uso de medicamentos para inibição dos efeitos mais urgentes, sem dispensar a necessidade de um acompanhamento terapêutico.

Se você identifica algum desses sintomas, percebe que a fobia de mulher tem causado desconfortos em sua vida, não deixe de procurar ajuda profissional.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Priberam. Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/ginofobia> Acesso em 18 de maio de 2022.
  2. DSM-V, 2014. Disponível em: <http://dislex.co.pt/images/pdfs/DSM_V.pdf> Acesso em 18 de maio de 2022.
Bibliografia
  • Fábio Augusto Caló. A Ginofobia: Medo de mulheres. INPA. Disponível em: <https://inpaonline.com.br/blog/ginofobia/> Acesso em 18 de maio de 2022.