Imipramina: o que é, função, doses e efeitos colaterais

Imipramina: o que é, função, doses e efeitos colaterais

Os transtornos depressivos constituem um grupo de síndromes complexas que apresentam sintomas diversos. Para seu tratamento, foram propostas intervenções, como as psicológicas e/ou psiquiátricas. Dentro das segundas, a terapia baseada na administração de medicamentos psicotrópicos foi, sem dúvida, a mais utilizada e mais conhecida.

Neste momento existe um grande número de medicamentos antidepressivos no mercado que, segundo as características do paciente, são selecionados pelo profissional da saúde para tratar a depressão da forma mais eficaz. Um destes tipos são os depressivos tricíclicos, categoria à qual pertence o fármaco protagonista deste artigo de Psicologia-Online. Quer saber o que é a imipramina e para que ela serve? A seguir, exporemos o que é a Imipramina, sua função, doses e efeitos colaterais.

O que é Imipramina

Como já adiantamos, a Imipramina é um remédio psiquiátrico do grupo de antidepressivos tricíclicos cujo mecanismo de ação se baseia na inibição da recaptação de noradrenalina e serotonina.

Levando em conta a hipótese monoaminérgica da depressão, que estabelece que nos pacientes deprimidos há um déficit das monoaminas biogênicas (noradrenalina, dopamina e serotonina), estes fármacos podem conseguir a melhoria de tais pacientes, já que a inibição de sua recaptação faz, não somente com que prolongue sua atividade, mas também que sua ação seja potencializada.

Além do efeito que tem sobre os sintomas depressivos, uma característica a ter em conta a respeito dos antidepressivos tricíclicos é que levam associados numerosos efeitos colaterais como sonolência, boca seca, taquicardia, etc. No entanto, este fato será sempre levado em conta pelo médico ou profissional de saúde que supervisiona o tratamento.

Função da Imipramina

Quais efeitos tem a Imipramina? Como antidepressivo tricíclico, a Imipramina é um fármaco utilizado no tratamento dos transtornos depressivos. Tais transtornos aparecem organizados e especificados nas classificações diagnósticas DSM-5 (Associação Americana de Psiquiatria) e CIE-11 (Organização Mundial da Saúde) e entre os quais se encontram o transtorno depressivo maior ou a distimia.

O tratamento com Imipramina também seria indicado para outros transtornos e problemas de saúde. Segundo o Vademecum (2016), pode ser utilizada para:

  • Casos de crises de angústia.
  • Síndrome de dor crônica.
  • Enurese noturna.

Doses recomendadas de Imipramina

A seguir, serão expostas as doses que o Vademecum (2016) recomenda para o tratamento dos diferentes problemas para os quais é recomendado o uso de Imipramina. Esta exposição não pretende ser um guia para a automedicação do fármaco, mas sim uma breve explicação de seu uso.

Em primeiro lugar, as recomendações do Vademecum (2016) para o tratamento de transtornos depressivos com Imipramina indicam começar com pequenas doses iniciais e ir incrementando-as até conseguir a melhoria desejada. Depois desta melhoria, as doses irão sendo reduzidas até alcançar uma dose ótima de manutenção.

O profissional da saúde deverá levar em conta a idade do paciente na hora de prescrever Imipramina. Deve-se salientar que a prescrição do fármaco para pessoas idosas, crianças e adolescentes deve seguir critérios específicos. Este fato é importante se considerarmos que a Imipramina pode se utilizar em casos de dor crônica (que os idosos podem ter) e a enurese (um transtorno relacionado com a infância).

Contraindicações da Imipramina

Além dos efeitos colaterais, o tratamento com Imipramina também apresenta certas contraindicações, fazendo com que se deva evitar a ingestão do remédio se:

  • O paciente apresenta hipersensibilidade a tal medicamento.
  • O paciente apresenta hipersensibilidade aos antidepressivos tricíclicos do grupo de benzodiazepina (grupo ao qual pertence a Imipramina).
  • O paciente se encontra em estado agudo de infarto do miocárdio.
  • O paciente se encontra em tratamento com inibidores reversíveis seletivos da monoamina oxidase, IMAO.

Além disso, não se recomenda conduzir ou dirigir maquinário pesado após sua ingestão, seu uso em períodos de lactação e é preciso levar em consideração a situação de gravidez.

Dado o exposto aqui a respeito dos efeitos secundários e contraindicações, é importante levar em conta que nunca devemos nos automedicar. A Imipramina se trata de um fármaco cuja administração sempre deve estar sob supervisão de um profissional da saúde qualificado para isso.

Efeitos colaterais da Imipramina

Como todos os remédios, a Imipramina também tem uma lista de reações adversas e/ou efeitos colaterais associados. Nem todos os efeitos adversos vão aparecer em todos os pacientes e, no caso de aparecerem, podem não aparecer com a mesma intensidade.

No entanto, é normal que possam surgir dúvidas a respeito do tratamento de Imipramina ao ler o prospecto. Se isto acontecer, nossa recomendação é consultar tais dúvidas com o médico e/ou farmacêutico.

Com tudo isso, entre os efeitos colaterais de Imipramina que o Vademecum (2016) propõe e que podem surgir estão:

  • Aumento de peso.
  • Anorexia.
  • Inquietação.
  • Confusão.
  • Delírio.
  • Alucinações.
  • Ansiedade.
  • Agitação.
  • Mania.
  • Hipomania.
  • Alterações da libido.
  • Transtornos do sono.
  • Desorientação.
  • Tremor.
  • Vertigem.
  • Cefaleias.
  • Sonolência.
  • Parestesias.
  • Visão turva.
  • Transtornos de acomodação visual.
  • Diminuição das lágrimas.
  • Taquicardia sinusal.
  • Mudanças no ECG.
  • Arritmias.
  • Palpitações.
  • Transtornos de coordenação.
  • Sufocos.
  • Hipotensão postural.
  • Boca seca.
  • Prisão de ventre.
  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Mudanças na função hepática.
  • Hiperidrose.
  • Dermatite alérgica.
  • Erupção.
  • Urticária.
  • Problemas para urinar.
  • Fatiga.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA (2014). DSM-5. Guía de consulta de los criterios diagnósticos del DSM-5-Breviario. Madrid: Editorial Médica Panamericana.
  • Bravo Ortiz, M.F. (2002) Psicofarmacología para psicólogos. Madrid: Síntesis
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) (2018) Clasificación Internacional de Enfermedades, 11.a revisión. Recuperado de https://icd.who.int/es
  • Vademecum (2016) Imipramina. Recuperado de https://www.vademecum.es/principios-activos-imipramina-N06AA02-es