Inteligência cristalizada: o que é e exemplos

Inteligência cristalizada: o que é e exemplos

A inteligência cristalizada é um tipo de funcionamento cognitivo executado a partir dos conhecimentos prévios que a pessoa acumulou de suas experiências vividas no passado. Não é totalmente independente da inteligência fluida, que é aquela que funciona para resolver problemas novos, já que ambos os tipos de inteligência interagem continuamente, mas na psicologia se separam como dois tipos de inteligência diferentes.

No seguinte artigo de Psicologia-Online, vamos falar sobre a inteligência cristalizada e exporemos alguns exemplos sobre este tipo de inteligência e como melhorá-la com diferentes exercícios práticos.

Inteligência cristalizada: o que é

A inteligência cristalizada constitui o tipo de inteligência derivada do conjunto de aprendizagens e experiências que a pessoa adquiriu e interiorizou em sua vida. Trata-se de uma inteligência que funciona sobre as aprendizagens prévias e, em função delas, funciona de um modo ou de outro.

A partir das aprendizagens adquiridas ao longo da vida, cada pessoa elabora e desenvolve certas capacidades, habilidades e estratégias que permitirão seguir se aprofundando em seus aprendizados de vida e que constituirão a denominada inteligência cristalizada.

Pela própria definição, trata-se de uma inteligência flexível, adaptativa e em renovação constante que se nutre com cada novo aprendizado que a pessoa realiza. Deste modo, diante de cada nova aquisição cognitiva, a inteligência cristalizada se molda e se aperfeiçoa, adaptando-se ao novo conglomerado de aprendizados realizados.

Se levarmos em conta o anterior, os aspectos socioculturais determinarão em grande medida o desenvolvimento da inteligência cristalizada. Por isso, esta será condicionada pelos seguintes fatores:

  • Nível econômico da família.
  • Escolaridade.
  • Motivações pessoais.
  • Interesses priorizados no contexto familiar, educacional e socio-comunitário.

Inteligência fluida e cristalizada: diferenças

A inteligência fluida é a que permite se adaptar a qualquer situação e resolver os problemas que vão surgindo. Em relação à inteligência cristalizada, cabe destacar que ambas interagem de maneira permanente.

Por um lado, a inteligência fluida permite resolver novos problemas e armazena essa informação na memória. Posteriormente, esta será utilizada pela inteligência cristalizada. Por outro lado, uma maior qualidade de inteligência cristalizada, isto é, a maior ou mais variada experiência acumulada, permitirá um funcionamento melhor da inteligência fluida, pois esta disporá de mais recursos para resolver as novas situações que se apresentem.

O que a inteligência cristalizada mede

Objetivamente, a inteligência cristalizada mede as capacidades, habilidades e estratégias cognitivas que são adquiridas e aperfeiçoadas através do aprendizado. Sobretudo se baseia na bagagem adquirida previamente.

Se levarmos em conta que este tipo de inteligência é condicionado pelo contexto sociocultural em que as pessoas se encontram, é normal encontrar diferenças no funcionamento e no uso da inteligência cristalizada entre diferentes culturas. Vejamos um exemplo para entendê-lo melhor:

Uma pessoa europeia criada em uma sociedade ocidental capitalista não apresentará um mesmo funcionamento que um aborígene da Austrália. No entanto, e ao contrário do que se acredita devido às clássicas medições do quociente intelectual, o funcionamento da inteligência cristalizada em ambas as pessoas apresentará diferenças qualitativas quanto ao tipo de processamento e uso de tal inteligência. Mesmo assim, não será relevante quanto a diferenças ao grau de inteligência que cada um deles apresenta.

Como melhorar a inteligência cristalizada

Existem diferentes maneiras de melhorar a inteligência cristalizada. A seguir, oferecemos 4 exercícios simples que nos permitirão aumentar a qualidade deste tipo de inteligência:

  • Ler informações variadas de fontes diferentes: a leitura de diferentes conteúdos, e obtida através de diferentes perspectivas, contribui para enriquecer nossa visão de mundo e da vida. Por sua vez, a leitura melhora a linguagem e, com isso, favorece uma melhor compreensão do mundo, das relações e do funcionamento social.
  • Viver experiências: ter uma vida ativa na qual ocorram experiências variadas nutre o conhecimento das coisas, das pessoas e do mundo. Com isso, melhora nosso arcabouço de conhecimentos e experiências sobre o qual nossa inteligência cristalizada trabalha.
  • Trabalhar o autoconhecimento e a escuta interior: muitos dos aprendizados vitais que adquirimos e que nos servem para aprofundar em nossos aprendizados provêm do autoconhecimento e a voz interior. Ampliar esta habilidade melhorará nossa inteligência cristalizada.
  • Desenvolver a observação exterior para apreciar pequenos detalhes: a vida, a natureza, a complexidade humana são tão amplas e complexas que, quanto mais desenvolvemos a observação e apreciação dos pequenos detalhes, mais conhecimentos adquirimos sobre manifestações sutis da vida. Com isso melhoraremos nossa inteligência cristalizada.

Exemplos de inteligência cristalizada

Existem múltiplos exemplos da inteligência cristalizada. A seguir, exporemos alguns deles.

  • Todo tipo de atividades automatizadas.
  • Redação de textos ou livros.
  • Exposições orais. Neste contexto, te serão úteis estas técnicas para falar em público.
  • Uso de dispositivos e tecnologias.
  • Realização das tarefas do lar, do trabalho e boa parte das educativas.

Todos estes exemplos, entre muitos outros, requerem ações baseadas em conhecimentos prévios que vêm da inteligência cristalizada.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Palomares, L. Inteligencia cristalizada: Definición, evolución y medición.
  • Sánchez, E. (2021). Entrenamiento Cognitivo: La inteligencia cristalizada en el proceso de aprendizaje. Journal of Neuroscience and Public Health, 1(3), 91-97.