Mania de perseguição: definição, sintomas e tratamento

Mania de perseguição: definição, sintomas e tratamento

Certamente, em algum momento te chamaram de paranoico ou você pensou que alguém era paranoico. Este termo é usado frequentemente, já que paranoia é o principal sintoma do transtorno delirante ou do delírio persecutório (ou mania de perseguição). De forma geral, as paranoias consistem na crença inquebrável de que algo está acontecendo ou algo acontece de certa forma, mesmo que as evidências mostrem o contrário, e ninguém consegue fazer a pessoa mudar de ideia.

O transtorno delirante, também conhecido como psicose paranóide, o qual pertence ao subtipo de mania de perseguição ou delírio persecutório, se baseia em situações que poderiam acontecer. Isto é, o delírio não consiste em algo fantasioso. No entanto, isto não implica que essa pessoa esteja correta, mas sim que realiza uma interpretação errônea da realidade.

Continue lendo este artigo de Psicologia-Online para entender o que é a mania de perseguição e quais são seus sintomas e seu tratamento. Veremos o que significa mania de perseguição, quais são suas causas e como ajudar alguém que a apresenta.

O que é a mania de perseguição?

As pessoas com mania de perseguição ou delírio persecutório ficam convencidas de que eles/as mesmos/as ou alguém próximo deles/as estão sendo perseguidos, espionados ou que está acontecendo uma conspiração. Tudo isso, no final, com a intenção de prejudicá-los/as.

Esta crença permanece mesmo que as evidências mostrem o contrário. Além disso, qualquer atitude, gesto, ou fato que ocorra na presença deles, ou até mesmo presenciado através da televisão, por exemplo, serão interpretados como uma demonstração de que sua crença tem uma base bem fundamentada. Em alguns casos, esta crença se desenvolve no sentido de que pensam que o interesse dos outros é ridicularizá-los.

Causas da mania de perseguição

A mania de perseguição é um delírio que possui várias causas, entre elas:

  • Os transtornos psicóticos: este tipo de transtorno delirante resulta, em muitos casos, um sintoma da esquizofrenia, mas nem sempre é assim e pode ser um transtorno por si só. A mania de perseguição pode acontecer devido a uma doença. Também pode aparecer em episódios maníacos do transtorno bipolar ou em transtornos depressivos com sintomas psicóticos.
  • Consumo de substâncias: por outro lado, o consumo de substâncias psicoativas é outra das causas dos sintomas psicóticos como a mania de perseguição.
  • Deterioramento cognitivo: outra possível causa dos delírios é a demência.

Sintomas da mania de perseguição

Como é uma pessoa paranoica? Alguns dos sintomas mais frequentes de pessoas com este tipo de delírios são:

  • A presença de uma ideia ou crença inquebrável, sem meios de fazê-la pensar o contrário.
  • Se alguém pergunta a ela o que está acontecendo, a pessoa tende a não dar informações, até mesmo chega a suspeitar de quem a questiona, como se esta fosse parte da conspiração.
  • A ideia afeta a vida do indivíduo e todos seus aspectos, incluindo o profissional, social e familiar, já que geralmente essa ideia não desaparece em nenhum momento.
  • Esta doença se deve ao fato de o indivíduo gastar parte de seu tempo buscando evidências de seu delírio.
  • A pessoa acaba relacionando com seu delírio tudo o que ocorre a ela.
  • Esta crença que ela tem, mesmo que possa ser real em um caso hipotético, é altamente improvável.
  • Qualquer comentário ou ação que se relacione com seu delírio a afeta muito, portanto a pessoa se mostra hipersensível diante do mesmo.
  • De forma geral, quando se questiona sobre a veracidade de seu delírio, a pessoa reage de forma agressiva.
  • Estado de humor irritável ou deprimido.
  • Em resposta ao delírio, a pessoa acaba adquirindo uma atitude e uma forma de ser um tanto extravagante e estranha.
  • Isolamento social devido a sua desconfiança com os outros.
  • Fadiga devido à preocupação constante por seu delírio.
  • Medo constante, assim como ansiedade, em muitos dos casos.

Tratamento da mania de perseguição

Os delírios possuem tratamento? Qual é a terapia para a mania de perseguição?

Tratamento farmacológico

É bastante habitual o uso de antipsicóticos como a risperidona e antidepressivos com o fim de reduzir os delírios. Embora esta medicação geralmente é eficaz apenas temporariamente neste tipo de problema. Além disso, devido à natureza do transtorno, o paciente pode chegar a pensar que seu psiquiatra faz parte da conspiração e, portanto, se nega a tomar a medicação ou para de tomá-la depois de um tempo.

Em alguns casos, também é apropriado o uso de alguns ansiolíticos como os benzodiazepínicos já que o transtorno pode produzir altos níveis de ansiedade.

Tratamento psicológico

Geralmente, neste tipo de problema se aplicam as técnicas próprias da terapia cognitivo-comportamental. Esta consiste em que a pessoa anote e expresse tudo sobre seus delírios e que, pouco a pouco, psicólogo e paciente vão destacando as ideias irracionais que a pessoa está tendo e fazendo com que ela vá reestruturando seus pensamentos, assim como seu comportamento a respeito do delírio.

De qualquer forma, o ideal é um tratamento combinado já que o psicólogo é imprescindível para a aderência ao tratamento farmacológico.

Outro tipo de exercício que se realiza na psicoterapia é o treinamento em habilidades sociais com o fim de que a pessoa possa voltar a se inserir na sociedade.

Como ajudar uma pessoa com mania de perseguição? Para ajudar uma pessoa paranoica, o mais importante é procurar profissionais, oferecer apoio e não confrontar nem validar o delírio.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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  • Blais MA, Smallwood P, Groves JE, Rivas-Vazquez RA, Hopwood CJ. Personality and personality disorders. In: Stern TA, Fava M, Wilens TE, Rosenbaum JF, eds. Massachusetts General Hospital Comprehensive Clinical Psychiatry. 2nd ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2016:chap 39.