A loucura é algo que pode nos atormentar dia após dia. As pessoas que enfrentam momentos difíceis geralmente estão amontoadas de ideias que representam medos constantes, algo do que, se pensarmos com mais detalhe, nos daremos conta com facilidade. Depois de tudo, quantas pessoas tiveram a sensação de perder o controle depois de um evento extremamente desagradável? De que forma alguém que conhecemos reagiu diante de uma perda importante na vida? Como é possível superar as decepções? Neste sentido, existe um quadro clínico vinculado ao medo de experimentar estados de descontrole e loucura que pode provocar consequências desfavoráveis para a pessoa.
Neste artigo de Psicologia-Online te explicamos o Medo de enlouquecer: o que é e como superá-lo.
Como se chama o medo de ficar louco
O que é o medo de ficar louco? O medo de ficar louco/a consiste na sensação física e mental diante da ideia de perder o controle que uma pessoa sente em uma determinada situação e que isto gere uma série de comportamentos, pensamentos e emoções sobre os quais não tenha intenção.
De um ponto de vista clínico, é importante considerar que o medo de ficar louco/a recebe o nome de transtorno de pânico. Esta definição é implementada pelo DSM-V[1] na base das particularidades que o quadro possui. Segundo este manual, existem alguns critérios diagnósticos que permitem sua detecção. A seguir, veremos quais são:
- Aumento repentino da ansiedade.
- Preocupação recorrente por padecer ou voltar a sentir sintomas similares aos do ataque de pânico.
- Deterioramento das relações profissionais, sociais e amizades a partir da presença de indicadores.
- As alterações não podem ser explicadas pela presença de outros transtornos de saúde mental nem da ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos.
- Duração de um mês ou mais.
Por que temos medo de enlouquecer
Para abordar este tema de forma mais clara, é imprescindível compreender as possíveis origens que dão lugar a este medo. A seguir te mostraremos as principais causas do medo de ficar louco:
Fatores ambientais
Em primeiro lugar, cabe considerar as experiências traumáticas que tenham tido em diferentes momentos da vida. Este tipo de situações podem desencadear uma sensação de perda absoluta de controle pelo estresse que pode se vislumbrar. Aqui podemos encontrar perdas familiares, desilusões amorosas, maus tratos verbais e/ou físicos, entre outros.
Fatores orgânicos
Por outro lado, a biologia também pode propiciar a aparição do medo de ficar louco, já que existem diversos neurotransmissores que estão associados ao processamento de informação proveniente do exterior.
Em algumas circunstâncias, o medo de ficar louco se reflete em um aumento do cortisol, hormônio vinculado à aparição do estresse.
Sintomas do medo de enlouquecer
O medo de ficar louco apresenta algumas manifestações físicas, emocionais e comportamentais que afetam a personalidade de quem sofre desta condição. A seguir, te mostramos os sintomas principais do medo de ficar louco:
- Evitação de eventos sociais.
- Medo de magoar outras pessoas.
- Sensação de irrealidade.
- Isolamento.
- Preocupações excessivas.
- Suor excessivo.
- Palpitações.
- Alterações do sono.
- Desregulação alimentar.
- Tonturas.
- Vômitos.
- Náuseas.
Com a finalidade de descartar dúvidas, é imprescindível que o diagnóstico seja elaborado por um profissional de saúde mental para que avalie as características de cada paciente e tenha em conta suas particularidades.
Como vencer o medo de enlouquecer
Apesar dos obstáculos que implica o medo de ficar louco/a, existem algumas alternativas que ajudam a melhorar a qualidade de vida de quem sofre deste problema. Aqui te deixamos alguns conselhos para tratar o medo de ficar louco/a:
Ir a um psicólogo
O principal conselho para reduzir este tipo de pensamentos é começar um tratamento psicológico. O espaço terapêutico fornece a possibilidade de elaborar estratégias condizentes com as possibilidades de cada pessoa para superar problemas tais como o medo de ficar louco/a.
Com a ajuda de um profissional de saúde especializado, se estabelecerá um plano de tratamento que deverá seguir em um tempo específico, dependendo do grau de afetação de cada pessoa.
Prática de esportes
Por outro lado, a atividade física pode resultar em outra grande aliada para combater os sintomas do medo de ficar louco/a. Em linhas gerais, o esporte provoca uma contenção emocional e encontros sociais que ocasionam uma sensação de bem-estar.
Meditação
A meditação é uma prática baseada em empregar a respiração diafragmática para relaxar o sistema nervoso central. Depois de um determinado tempo meditando, é possível que o corpo entre em um estado de tranquilidade. No entanto, em algumas ocasiões pode ser necessária a presença de um instrutor durante os exercícios.
No seguinte artigo te explicamos com detalhes Como fazer meditação em casa.
Escrever e/ou falar com pessoas de confiança
O fato de colocar em palavras aquilo que nos incomoda geralmente gera um alívio considerável. No entanto, é necessário que esta ação seja destinada a pessoas com as quais exista uma confiança prévia que se trata de um tema de saúde mental.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
Se pretende ler mais artigos parecidos a Medo de enlouquecer: o que é e como superá-lo, recomendamos que entre na nossa categoria de Psicologia clínica.
- Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
- Cano Vindel, A., Mae Wood, C,, Dongil, E., Latorre, J.M. (2011). El trastorno de pánico en atención primaria. Revista Papeles del Psicólogo, 32 (3), 265-273.
- Escribano, S. (2017). Trastorno de pánico y su tratamiento psicológico. Revisión y actualización. Revista Katharsis, 23 (2), 166-176.