Psicologia clínica

Medo de sair de casa: sintomas, causas e tratamento

 
Equipe editorial
Por Equipe editorial. 17 setembro 2020
Medo de sair de casa: sintomas, causas e tratamento

Em Psicologia-Online, queremos falar com você sobre o medo de sair de casa por ser um dos problemas mais incapacitantes.

O medo de sair de casa isola as pessoas que sofrem com isso, diminui sua segurança e autoestima e afeta diferentes áreas da vida. Você sabe por que isso ocorre? Continue lendo para aprender a identificar seus sintomas, suas causas e como tratar esse problema.

Índice

  1. O medo de sair na rua é um transtorno?
  2. Sintomas do medo de sair de casa
  3. Por que tenho medo de sair de casa?
  4. Como perder o medo de sair de casa
  5. Medo de sair de casa após pós-quarentena pelo Coronavírus

O medo de sair na rua é um transtorno?

Em psicologia, um problema é considerado transtorno ou doença quando impede uma pessoa de desenvolver seu dia a dia com normalidade ou a afeta em uma ou várias áreas da vida. Portanto, se o medo de sair na rua está prejudicando você no trabalho, nas relações sociais ou está condicionando sua vida de alguma maneira, podemos considerá-lo uma doença.

A boa notícia é que existem tratamentos eficazes para esse tipo de problemas que lhe permitirão reduzir e/ou eliminar a ansiedade provocada ao sair de casa. E, portanto, com a ajuda de um terapeuta, você poderá desfrutar de sair novamente.

Sintomas do medo de sair de casa

Os sintomas do medo de sair de casa podem aparecer pelo simples fato de pensar que deve sair (para ir ao trabalho, ao supermercado ou a qualquer atividade) e se acentuam na hora de fazer isso. São:

  • Palpitações, batimentos cardíacos ou aceleração da frequência cardíaca.
  • Transpiração.
  • Tremor ou agitação.
  • Sensação de dificuldade para respirar ou de asfixia.
  • Sensação de sufocamento.
  • Dor ou pressão no peito.
  • Náuseas ou desconforto abdominal.
  • Diarreia.
  • Sensação de tontura, instabilidade, atordoamento.
  • Calafrios ou sensação de calor.
  • Parestesias (sensação de dormência ou de formigamento).
  • Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (separar-se de si mesmo).
Medo de sair de casa: sintomas, causas e tratamento - Sintomas do medo de sair de casa

Por que tenho medo de sair de casa?

O medo de sair de casa costuma ser a causa da agorafobia ou de uma fobia específica, embora também seja possível que apareça durante uma depressão ou algum transtorno de ansiedade.

A agorafobia é o medo de estar em lugares nos quais seria difícil escapar se tivermos um ataque de pânico. Portanto, costuma levar a se trancar em casa porque é o lugar onde quem sofre se sente mais seguro.

A fobia é o medo irracional de uma situação, objeto, animal ou pessoa. Se a fobia está relacionada com algo que está fora do lar, a reclusão é garantida.

Em relação a outros transtornos de ansiedade e à depressão, também é comum que quem sofre deles se sinta mais seguro em casa, isso reforça o comportamento de não sair e, portanto, a reclusão para evitar ao máximo qualquer emoção desagradável. Nesse artigo te explicamos como ajudar alguém com depressão.

Como perder o medo de sair de casa

Para superar o medo de sair de casa, o mais recomendável é procurar um especialista e seguir um tratamento. O mais eficaz compreende uma intervenção cognitivo-comportamental que estudará de onde vem o medo, o que o mantém e como trabalhar para eliminá-lo.

Por um lado, os pensamentos que fazem o medo aparecer são trabalhados. Por outro lado, proporcionam ferramentas para lidar com os diferentes sintomas associados.

Dentro do tratamento dos transtornos de ansiedade, são amplamente utilizados por sua eficácia:

  • A terapia de exposição: que consiste em expor-se ao estímulo temido até que a ansiedade seja reduzida (ao verificar que o perigo não era real). Pode ser feito diretamente ou aos poucos. E na imaginação ou ao vivo.
  • O mindfulness: uma terapia muito utilizada atualmente baseada na atenção plena às emoções que estão sentindo.

Medo de sair de casa após pós-quarentena pelo Coronavírus

Devido a situação de confinamento que temos vivido e ao estado atual da pandemia, está aumentando o medo de sair de casa.

Em algumas circunstâncias, é pelo próprio medo do contágio. Nos sentimos mais seguros em casa onde nenhum estranho se aproxima nem nos toca. E sair ou o simples fato de pensar em sair provoca ansiedade desencadeada por pensamentos catastróficos relacionados com a situação vivida (doença, hospitais lotados, mortes…).

Até que ponto podemos considerá-lo prejudicial? É compreensível que depois de uma situação traumática respondamos assim. No entanto, existem algumas coisas que podemos fazer para evitar que extrapole por enquanto, pelo menos até que tudo se solucione e estejamos de volta à verdadeira normalidade a que estamos acostumados. Será então quando o medo de sair será um problema por ser irracional. Enquanto:

  • Relacione-se com amigos e familiares. É importante manter o contato e não se isolar.
  • Faça algum exercício.
  • Não repita as notícias e consulte apenas fontes oficiais.
  • Saia para caminhar diariamente em locais abertos e com proteção.
  • Estabeleça uma rotina e inclua meditação ou relaxamento uma vez por dia.
  • Aproveite a situação para fazer coisas para as quais você não tinha tempo: pintar, ler, cozinhar, etc.
  • Raciocine sobre todos os pensamentos catastróficos. Trata-se de agir com bom senso e seguindo as recomendações.
  • Esqueça se os outros seguem as normas ou não. Isso não depende de você e você não pode controlar. Estar atentos aos outros só trará emoções negativas, como raiva e frustração.
  • Procure o positivo. Durante as primeiras semanas, muita solidariedade foi demonstrada, a comunicação com pessoas com as quais falávamos pouco antes aumentou, algumas relações foram estreitadas…

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • American Psychiatric Association (1995). Manual Diagnóstico y Estadístico de los Trastornos Mentales (DSM IV). Barcelona: MASSON
  • Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2014). Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales (DSM-5) (Quinta edición). Madrid: Editorial Médica Panamericana.
  • Martín, J; Moreno, P. (2011). Tratamiento psicológico del trastorno de pánico y la agorafobia: Manual para terapeutas. Bilbao: Biblioteca de psicología.
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