Memória emocional: o que é, tipos e exemplos

Memória emocional: o que é, tipos e exemplos

Todos temos diferentes tipos de memórias. Através dela, armazenamos e resgatamos lembranças de situações e eventos passados, como também podemos recuperar sensações fisiológicas, o que é conhecido como a memória emocional. Em alguns casos, a única coisa que nos resta sobre alguma situação é a memória emocional, mesmo que as lembranças já não existam. Conscientes disso, é normal que nos perguntemos se nosso corpo tem memória emocional e como isso nos afeta.

Para esclarecer, neste post de Psicologia-Online explicamos o que é a memória emocional, os diferentes tipos de memória emocional e exemplos para que possamos entender o que acontece quando nosso corpo ativa a memória emocional.

O que é a memoria emocional?

A memória emocional nada mais é do que a recuperação das sensações fisiológicas que já tivemos no passado diante de alguma situação parecido. Em outras palavras, diante de algum evento o nosso corpo reage rapidamente de acordo com a lembrança daquilo que viveu no passado em alguma situação parecida.

As sensações fisiológicas são reações automáticas que nosso corpo tem entre as quais podemos encontrar hiperventilação, aumento da frequência cardíaca, sudorese, tremores e até mesmo nossa temperatura corporal, dentre outras.

Do ponto de vista da psicologia evolucionista, a existência desse tipo de memória é justificada como forma de sobrevivência: se reagimos mais rápido do que a última vez diante de um perigo, as chances de sobrevivência são mais altas.

Tipos de memória emocional

A memoria emocional a qual tratamos hoje está definida a partir da psicologia evolucionista, mas existem outras forma de abordar e interpretar o termo.

Também há registros de que a memória emocional é a encarregada da recuperação de outros tipos de detalhes sobre um evento passado e não apenas as reações fisiológicas.

Há quem chame isso de 'memória afetiva', fazendo referência à técnica que consiste em trazer lembranças ao invés de provocar emoções, ou seja, aplicando a teoria da memória emocional seguindo o caminho inverso.

Em algumas ocasiões, a recuperação de certas lembranças pode ser acionada por um detalhe específico que desperta certas emoções. Este é o caso da música. Através da música, podem ser produzidas certas emoções que nosso cérebro acaba se relacionando com memórias específicas.

Exemplos de memória emocional

Existem muitos exemplos que podem ser citados para explicar a memória emocional mas estes dois, especificamente, são bem comuns e ajudam a entender em maior profundidade essa função do nosso cérebro:

Fobias

Em muitas ocasiões, temos medo de algo em particular, como cachorros, aranhas, vespas, altura... e mesmo assim não nos lembramos da origem desse medo. Neste momento, a memória emocional está agindo exclusivamente: nosso corpo está lembrando como tivemos que agir no passado e está transferindo essa ação para o presente, embora omita situação em que agimos assim pela primeira vez.

No caso das fobias as sensações fisiológicas costumam ser hiperventilação, sudorese e até paralisia do corpo como exemplos de sensações que o nosso corpo decide acionar através da memória emocional. Para se aprofundar, falamos sobre tipos de fobias e exemplos neste post.

Lembranças através das emoções

Como explicamos anteriormente, a memória emocional pode ser definida em ordem inversa. Certamente, em alguma ocasião em que você se sentiu triste por causa de uma situação particular, você começou a se lembrar de todos os tipos de momentos dolorosos de seu passado, mesmo que eles não tenham nada a ver com a situação atual.

Neste caso, é também a memória emocional que está em ação. Através da expressão de uma certa emoção e de certas sensações fisiológicas, é muito mais fácil lembrar como outras situações no passado nos fizeram sentir da mesma maneira. Entenda quais são os tipos de memória humana.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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