Neuropsicologia

Neurofeedback: o que é e para que serve

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 25 outubro 2022
Neurofeedback: o que é e para que serve

Ao longo do tempo surgiram perguntas sobre aspectos próprios de cada pessoa, como por exemplo "como processamos a informação?" ou "qual é o papel do cérebro como órgão principal?". Além destas perguntas, é certo que a atividade cerebral possui um papel importante na hora de compreender como podemos captar os estímulos de nosso entorno. Existem algumas técnicas que se encarregaram de estudar detalhadamente estes procedimentos.

Por outro lado, os avanços da pesquisa científica mostram que existe uma relação entre neurônios, o cérebro e algumas patologias mentais. Neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre o Neurofeedback: o que é e para que serve.

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Índice

  1. O que é o neurofeedback na psicologia
  2. Para que serve o neurofeedback
  3. Procedimento do neurofeedback
  4. Neurofeedback funciona?

O que é o neurofeedback na psicologia

Em termos gerais, o neurofeedback na psicologia consiste no estudo das ondas cerebrais para determinar a atividade cerebral de uma pessoa. Outra de suas funções consiste em ajudar a compreender diversos problemas com uma base orgânica.

Para conseguir isso, pretende-se obter mais informações sobre estes quadros através de pesquisas relacionadas com processos de aprendizagem.

História do neurofeedback

As origens do neurofeedback se remetem às últimas décadas do século XIX, aproximadamente. Em primeiro lugar, surgiram as pesquisas iniciadas por Richard Caton, que tinha como finalidade estudar diversos estados mentais em relação com a atividade cerebral.

No ano de 1920, o psiquiatra Hans Berger realizou outro estudo sobre os movimentos das ondas cerebrais para compreender determinadas emoções dos pacientes que iam a uma consulta. Alguns anos mais tardes, Berger chegou à conclusão de que as alterações das ondas cerebrais poderiam dar lugar a patologias clínicas.

Na década de 1960, o doutor Barry Sterman iniciou outros estudos clínicos com a finalidade de indagar sobre possíveis tratamentos para a epilepsia. Este médico utilizou o neurofeedback como terapia para a reabilitação de pacientes com convulsões, obtendo bons resultados.

Para que serve o neurofeedback

A partir das pesquisas descritas anteriormente, se deduziu que o neurofeedback possui várias utilidades segundo a condição que deve ser tratada. A seguir, descreveremos para que serve o neurofeedback:

  • Regulação cerebral.
  • Ansiedade.
  • Depressão.
  • Problemas de base orgânica.
  • Patologias psiquiátricas severas.

No entanto, é preciso ter em conta que a aplicação desta técnica sempre deve ser realizada por um profissional da saúde especializado, dado que são avaliadas as características de cada paciente.

Procedimento do neurofeedback

Esta técnica possui uma série de passos que devem ser seguidos para que seja feito de modo correto. Nos seguintes pontos, desenvolvermos os passos a seguir para realizar o neurofeedback:

  1. Em primeiro lugar, se realiza uma primeira entrevista com o paciente para determinar o motivo da consulta e a gravidade do quadro. Aqui se determina se é necessária a intervenção através do neurofeedback.
  2. Inicia-se o estudo das ondas cerebrais mediante o registro de uma avaliação neurológica do paciente afetado.
  3. Uma vez analisado o caso e elaboradas as estratégias a se implementar, serão realizadas sessões semanais com o paciente para avaliar o funcionamento dos sinais elétricos do cérebro através de um eletroencefalograma. Posteriormente, serão apresentados estímulos visuais e auditivos à pessoa para situar o modo de ação dos circuitos neuronais.
Neurofeedback: o que é e para que serve - Procedimento do neurofeedback

Neurofeedback funciona?

A partir dos estudos realizados durante vários anos, chegou-se à conclusão de que o neurofeedback possui uma grande eficácia e efetividade na remissão dos sintomas dos pacientes que tomam este tipo de tratamento. No entanto, cabe destacar que sua aplicação ocorre em determinadas condições clínicas dado que assim é possível avaliar as variáveis que incidem no desenvolvimento de alterações neurológicas.

Por outro lado, o neurofeedback é indicado para a abordagem dos transtornos de atenção, transtornos de estresse pós-traumático, epilepsia ou autismo, entre outros. Dessa forma, embora ainda existam áreas a serem pesquisadas, foi demonstrado que o neurofeedback pode realizar modificações nas conexões neuronais que se levam a cabo nos pacientes afetados.

Por tudo isso, é possível corroborar que os avanços depois da realização de várias sessões de neurofeedback podem ser duradouros. No entanto, de se levar em consideração que existem diversas variáveis que podem causar retrocessos no tratamento, como por exemplo a idade, a gravidade da patologia, os antecedentes médicos, doenças pré-existentes, entre outros.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Carrobles, J.A. (2016). Bio/Neurofeedback. Revista Clínica y Salud, 27 (3), 125-131.
  • Fajardo, A., Guzmán, A.L. (2016). Neurofeedback, aplicaciones y eficacia. Interdisciplina, 33 (1), 81-93.
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