O que é mau caráter: causas e como controlar

O que é mau caráter: causas e como controlar

No decorrer de nosso dia a dia interagimos com diferentes pessoas: algumas próximas, conhecidas, que vemos todos os dias e outras com as quais temos contatos esporádicos e até mesmo que não voltamos a ver. Os preconceitos fazem com que cataloguemos as outras pessoas de acordo com diferentes critérios para assim podermos antecipar quais tipos de comportamentos podem chegar a manifestar.

Uma forma de classificar as pessoas é segundo seu caráter. Mesmo que não seja frequente apontar que alguém tem "bom caráter", é certo que podemos, sim, incluir em nossas descrições o "mau caráter" como traço característico de algumas pessoas.

Ao que nos referimos quando falamos de mau caráter? Continue lendo este artigo de Psicologia-Online no qual refletimos sobre o que é mau caráter, suas causas e como controlá-lo.

O que é mau caráter

A que nos referimos quando falamos sobre o que é ser mau caráter? Este conceito pode englobar numerosos comportamentos, atitudes, pensamentos, verbalizações que catalogamos como excessivas ou inapropriadas em relação à situação concreta.

Um dos exemplos de mau caráter é que podemos encontrar pessoas que são muito sensíveis às piadas de pessoas próximas. pessoas que se irritam com muita facilidade ou pessoas que se sentem atacadas com facilidade e reagem de forma defensiva constantemente.

O caráter faz parte de nossa personalidade mesmo que, em muitos casos, é utilizado como sinônimo desta. A personalidade é aquela parte de nosso comportamento que permanece estável em diferentes situações. Vejamos as partes das quais se compõe a personalidade:

  • O temperamento: parte da personalidade com a qual nascemos, determinada biologicamente.
  • O caráter: parte da personalidade que seria mais moldável e que vai sendo construída durante os primeiros anos de vida. Entre ela encontraríamos atitudes morais, sociais e religiosas, tal e como indica o dicionário de psicologia da Associação Americana de Psiquiatria.[1]

Tenha em conta, mais uma vez, que o mau caráter é um amplo conceito que pode ser definido de muitas formas e pode ter conotações diferentes para cada pessoa.

Por último, podemos considerar que o mau caráter surge de uma má gestão das emoções, em especial de nossa raiva. Neste sentido, podem estar presentes padrões de pensamento que não sejam totalmente adaptados e estilos de pensamento enviesados que se focam em buscar ameaças a nosso redor.

Causas do mau caráter

Por que as pessoas têm mau caráter? As causas podem ser inúmeras e ir desde assuntos mais simples até causas mais complexas. No entanto, podemos nos perguntar se verdadeiramente a pessoa é assim e tem "mau caráter" ou se este é passageiro e motivado por alguma causa que, em maior ou menor medida, o justifique.

Por um lado, como apontamos no tópico anterior, o caráter é uma parte da personalidade e, em muitos casos, até mesmo se utilizam ambos os conceitos como sinônimos. Se fizermos esta consideração, poderíamos pensar que a pessoa foi e sempre será assim ou terá tendência a se comportar assim.

Temos de observar que se nos referimos ao mau caráter para definir nossa personalidade, tal definição irá ter uma conotação negativa a respeito de nós mesmos. Neste caso, as causas do mau caráter se atribuem à pessoa ser assim.

Por outro lado, podemos pensar que a pessoa mostra mau caráter por causas mais temporais e efêmeras. Talvez a pessoa esteja mais irritável porque está preocupada com um familiar, porque teve um dia ruim ou porque não está atravessando um bom momento, não porque "seja assim".

Características do mau caráter

Como temos apontado, o mau caráter pode abranger vários comportamentos, portanto, cada pessoa pode apresentar uma ideia diferente sobre o que significa ter mau caráter. Partindo deste pressuposto, as características associadas ao mau caráter podem variar em função da definição que façamos de tal termo.

Retomando a definição que estamos buscando construir neste artigo, vejamos quais são as características de mau caráter:

  • A resposta diante de determinados estímulos é excessiva e desproporcional.
  • Não se trata de um fenômeno isolado temporariamente, mas sim que deveria se manter no tempo.
  • Os comportamentos que demonstram mau caráter deveriam estar presentes em diferentes contextos e não estar limitados a situações específicas.
  • Considerando que se trata de um aspecto que concerne à personalidade, o mau caráter tem estado presente "desde sempre".
  • Se considerarmos que há uma má gestão das emoções, também poderíamos observar uma má gestão de outro tipo de emoções como a tristeza. Descubra como lidar com a tristeza.
  • Pode ter repercussões na vida cotidiana da pessoa: na esfera profissional, social, educativa, familiar, etc.

Como controlar o mau caráter

Se você se pergunta como pode controlar o mau caráter, entendendo que é consequência de uma incorreta gestão emocional, a seguir veremos como controlá-lo:

  • Aprender técnicas de regulação emocional: ser consciente das sensações que nossas emoções produzem em nosso corpo, identificar e etiquetar nossas emoções e colocar em prática estratégias para controlar tais emoções.
  • Técnicas de comunicação assertiva: abandonar o estilo de comunicação agressivo prototípico desta forma de se comportar. Neste artigo, você verá as dinâmicas da comunicação assertiva.
  • Outras opções: se considerarmos que o mau caráter seja um problema de personalidade, deveremos valorizar de que forma interfere na vida diária e que necessidades surgem que deveriam ser atendidas.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA (2020). APA Dictionary of Psychology. Recuperado de https://dictionary.apa.org
Bibliografia
  • CABALLO, V.E. (2004). Conceptos actuales sobre los trastornos de la personalidad. En Caballo, V.E. (Coord.), Manual de trastornos de la personalidad. Descripción, evaluación y tratamiento (PP.137-160). Madrid: Editorial Síntesis