Psicologia clínica

Pantofobia (medo de tudo): o que é e como tratar

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 24 fevereiro 2022
Pantofobia (medo de tudo): o que é e como tratar

Um dia você está caminhando e começa a sentir um medo enorme. O medo te invade e em seu corpo surgem sensações que você não havia experimentado antes. Há algo que não anda bem e, no entanto, é difícil entender o porque desta situação. É normal sentir medo diante de situações desconhecidas, mas às vezes pode monopolizar toda nossa vida e nos gerar inconvenientes, é então quando falamos de pantofobia, panfobia ou omnifobia.

Se você se encontra lendo estas linhas, possivelmente tenha tido deste tipo de sensações ou conheça alguma pessoa que se refira a estas vivências. Quando os problemas aparecem, o importante é poder agir a tempo para resolver e obter informação que pode nos ajudar com as fobias de uma maneira melhor. Quer saber mais sobre isto? Neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre a pantofobia, que consiste em ter medo de tudo, e também como tratá-la.

Índice

  1. Pantofobia: o medo de tudo
  2. Sintomas da pantofobia
  3. Causas da pantofobia: por que eu sinto medo de tudo?
  4. Tratamento da pantofobia

Pantofobia: o medo de tudo

O significado de pantofobia é o de um medo irracional e exacerbado por qualquer tipo de situações, pessoas e/ou objetos. Se bem que este quadro clínico não se encontra delimitado dentro dos parâmetros estabelecidos pelo DSM-V[1], poderia se apontar dentro dos transtornos de ansiedade generalizada, já que não se trata de um medo específico, mas sim de um medo que abarca toda a vida da pessoa que sofre dele.

Além destas qualidades, a pantofobia compartilha características que podem aparecer nas pessoas que sofrem de paranoia e fobia social. Por razão destas circunstâncias, não existe uma definição concreta do quadro, mesmo que seja possível realizar uma aproximação dela.

Pantofobia (medo de tudo): o que é e como tratar - Pantofobia: o medo de tudo

Sintomas da pantofobia

Um aspecto muito importante que deve ser considerado são as manifestações tanto físicas como emocionais características desta problemática. Estas têm uma grande relevância, já que podem dar conta do diagnóstico. Os principais sintomas que as pessoas com pantofobia possuem são os seguintes:

  • Ansiedade patológica
  • Palpitações
  • Sudorese excessiva
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Tremores
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Nervosismo
  • Pensamentos negativos referentes à si mesmas
  • Baixa autoestima
  • Autorreprovação
  • Vergonha
  • Pensamentos vinculados ao fato de que outras pessoas podem causar danos

Cabe destacar que a presença de algum destes sintomas não implica que estejamos frente a um quadro de pantofobia. Para poder estabelecer um diagnóstico, é necessário que o mesmo seja feito por um profissional da saúde mental, já que será o encarregado de considerar as particularidades do paciente a partir de sua história familiar, doenças pré-existentes, idade, sexo, entre outros.

Causas da pantofobia: por que eu sinto medo de tudo?

Para poder entender com maior profundidade os quadros de pantofobia, panfobia ou omnifobia, segundo cada caso, é importante prestar atenção às causas. Estas dão conta das origens da problemática a partir de certos fatos pontuais que possuem uma grande importância. A seguir, situaremos as principais causas da pantofobia:

Fatores ambientais

Em algumas oportunidades, geralmente ocorre que a pessoa com pantofobia tenha vivido no passado situações que geraram um grande medo que persiste ao longo da vida e aparece em todas as áreas. Neste sentido, é importante considerar o valor que as experiências traumáticas têm na formação da personalidade.

Por outro lado, a imitação de comportamentos também desempenha um papel chave, já que é frequente que haja algum membro da família que possa sofrer desta doença. Diante disto, a pessoa pode ter imitado este tipo de comportamento e o adotado como padrão na vida.

Fatores genéticos

O medo também se encontra associado a diversas reações que aparecem no organismo. Neste aspecto, cabe esclarecer que existem conexões entre neurônios que influenciam no processamento da informação proveniente do entorno.

Diante disto, é possível que a pessoa que sofre de pantofobia possua certos receptores neuronais no córtex cerebral que desencadeiam reações de medo diante de qualquer situação. Aqui vale a pena dar ênfase na herança genética como traço fundamental.

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Tratamento da pantofobia

Além dos problemas que a ansiedade patológica gera na vida das pessoas com pantofobia, felizmente existem tratamentos disponíveis na atualidade que possuem uma boa eficácia na abordagem desta problemática. Aqui trataremos dos mais relevantes:

Terapia psicológica

A terapia pode ajudar a superar situações de estresse, ansiedade patológica e/ou medo de uma forma mais tolerável para a pessoa. Existem terapias de duração curta focadas na solução de problemas em um período limitado de sessões.

Esta classe de terapias utilize diferentes estratégias para que as pessoas com pantofobia tenham ferramentas para abordar sua fobia. Aqui destacaremos a terapia cognitivo-comportamental como uma das mais importantes.

Por outro lado, as terapias de longa duração apontam a origem no passado dos conflitos de uma pessoa para que seja possível agir de outra maneira diante daquelas situações que geram dificuldades. A psicanálise é a terapia longa mais conhecida. Clique no artigo seguinte se quer aprender O que é a psicanálise.

Medicação psiquiátrica

Em certos casos nos quais as pessoas com pantofobia, panfobia ou omnifobia apresentam uma gravidade considerável, a administração de medicamentos que atuem sobre a química do cérebro pode ajudar a diminuir os sintomas da pantofobia. No entanto, deve se ter em conta que precisa ser indicada por um profissional de saúde que trabalhe em conjunto com um psicólogo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría. (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta edición). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Tizón, J. (2011). El poder del miedo. ¿Dónde guardamos nuestros temores cotidianos?. Barcelona: Editorial Milenio.
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