Quero me separar e não tenho coragem, o que eu faço?

Quero me separar e não tenho coragem, o que eu faço?

"Quero me separar e não tenho coragem. Farei mal aos meus filhos? Preciso de força. Não tenho dinheiro." A separação é uma decisão complicada que não deve ser tomada levianamente, especialmente, quando há filhos envolvidos. No entanto, se você tem certeza que o que quer é separar, é porque algo não está indo bem e a separação é necessária.

É normal que você tenha dúvidas, que seja difícil tomar uma decisão e que não saiba por onde começar. Por isso, neste artigo de Psicologia-Online falaremos sobre o que fazer quando você quer se separar, mas não tem coragem. Explicaremos como administrar uma separação, mesmo quando você tem dúvidas ou não tem recursos.

Aspectos a considerar para tomar a decisão de se separar

Tomar a decisão de se separar não é fácil. Se não está claro, você deve levar em consideração uma série de fatores para tomar a decisão correta.

  • O amor acabou. Importante distinguir o amor da paixão. A paixão, entendida como as sensações intensas do começo do relacionamento, não dura mais que dois anos. Após, os sentimentos são diferentes, mas continua sendo amor… ou não.
  • Se você não vê um futuro com seu cônjuge e não está muito interessado no que acontece ou o preocupa, pode ser que já não haja amor. Se você percebe que isso não muda com o tempo, a separação é uma opção correta, porque ficar juntos por costume não é justo com seu cônjuge e nem com você.
  • Vocês não têm nada em comum. Neste caso, e se há amor básico, vocês podem tentar trabalhar na relação e fazer um esforço para realizar as coisas juntos. Algo que os dois gostam e às vezes um pequeno esforço para acompanhar o outro em seus hobbies.
  • Vocês brigam continuamente. Aqui também há solução se há amor e respeito. Mas requer muito esforço por parte dos dois membros do casal, não vale apenas um.
  • Desrespeito, abuso emocional ou físico. Aqui, deve-se terminar o relacionamento. Depois que certos limites são ultrapassados, as coisas geralmente pioram. Caso tenha filhos, pense que para eles não é bom viver em um ambiente no qual não há respeito.
  • Vocês querem coisas diferentes. É importante deixar claro o que se espera de uma relação desde o início para que não seja um problema depois. Por exemplo, que tipo de relacionamento vocês estão dispostos a ter (aberta ou exclusiva) ou se querem filhos ou não. É verdade que às vezes mudamos de opinião, mas geralmente isso não acontece, e esperar que aconteça não é o mais recomendável.
  • Infidelidade. Se vocês deixaram claro que seu relacionamento seria exclusivo, uma infidelidade é motivo de rompimento. No entanto, isso depende do que os membros do casal querem. Só eles vão decidir se querem continuar com a relação e virar a página. Recuperar a confiança e não se deixar levar pelo ciúme é difícil, mas podem conseguir com paciência, esforço e tempo.

Neste artigo, você encontrará outros sinais para saber quando terminar um relacionamento.

Quero me separar e não tenho coragem, o que eu faço?

Há tempos que você pensa na possibilidade de romper seu casamento ou deixar seu relacionamento amoroso, mas não sabe por onde começar. A seguir, explicamos os primeiros passos a serem seguidos se você quer uma separação ou divórcio:

  1. O primeiro é clarear suas ideias e tomar uma decisão. Você já tem? Pois, agora vem a ser congruente com suas decisões.
  2. Comunique seu cônjuge e sua família. É bom contar com o apoio de algumas pessoas ao seu redor porque pode ser muito difícil.
  3. Se vocês têm coisas em comum, terão que chegar a um acordo. Se for complicado, vocês podem consultar um profissional para que a repartição seja igualitária.
  4. Se vocês têm filhos, vocês devem comunicar a decisão de se separarem aos filhos, deixando claro que ainda os amam da mesma forma e que a decisão é independente deles. É importante que cada decisão que vocês tomem seja pensando no bem-estar deles e não em seu próprio benefício. E nunca falem mal um do outro aos seus filhos. Vocês são os pais deles e isso é o que importa, não o que cada um fez ao outro.

A falta de recursos econômicos na separação

Você quer separar, mas não tem dinheiro? É uma situação muito comum. A dependência econômica costuma ser uma das barreiras que impedem a separação. Mas não está tudo perdido. Qual a importância do dinheiro em um divórcio? Como você pode seguir em frente sem seu cônjuge?

  1. Se esse é seu caso, não hesite em pedir ajuda à sua família para o novo começo. Família, amizades próximas, pessoas de confiança... eles poderão lhe dar essa ajuda que você precisa. Não tenha medo de pedir ajuda, isso pode acontecer com todos nós.
  2. Procurar um emprego é a primeira coisa. Você deverá encontrar algum trabalho remunerado. Por pouco que seja no início, o importante é entrar no mercado de trabalho e ir crescendo aos poucos. Aqui explicamos como se comportar em uma entrevista de emprego.
  3. Se adaptar à sua nova situação econômica. Se seus recursos econômicos mudaram muito em relação à quando você estava em um relacionamento, você deverá reorganizar seus gastos e sua vida, adaptando-se à nova realidade. Essa é uma maneira de ser responsável por si mesmo/a e de sua vida e isso aumentará sua autoestima e permitirá escolher seus cônjuges livremente e criar relações igualitárias nas quais não dependa economicamente da outra pessoa.

No caso de você ser mulher e a separação ser devido à violência de gênero, no Brasil existem instituições que você pode procurar para ajudá-la no processo de separação. Quando há abuso, não tenha dúvidas, saia daí a qualquer custo. Peça ajuda e busque apoio (família, amigos, associações de mulheres…).

Como se separar sem sofrer

Se você não está bem com seu cônjuge, a separação é uma libertação. No entanto, as mudanças costumam ser difíceis, principalmente quando há dependência emocional. Pode ser que a princípio você passe por momentos difíceis, que se sinta deslocado ou deslocada, mas pense que se você tomou a decisão de se separar é porque não estava bem e o sofrimento é passageiro.

  • Para evitar que o sofrimento dure mais do que o necessário, o melhor é cortar toda comunicação com seu ex cônjuge que não seja essencial. Nada de redes sociais nem de mensagens. Isso é mais complicado quando há filhos em comum, mas você deve limitar a comunicação ao que é realmente necessário.
  • Se distrair e socializar com pessoas fora do relacionamento também costuma funcionar. Bem como iniciar atividades novas e dedicar um tempo para si mesmo/a.
  • Aprender a ficar sozinho ou sozinha é muito importante.
  • Se conhecer, se esclarecer e aumentar a segurança em si mesmo/a. Além disso, é fundamental para que no futuro, o seu próximo relacionamento, caso você decida ter, funcione. Quando você se separa e procura um cônjuge em seguida, passa da dependência do seu ex cônjuge para a dependência do novo cônjuge, o que conhecemos como relação rebote, e isso tira sua liberdade de decidir o que realmente quer.

Neste artigo, oferecemos mais orientações para terminar um namoro numa boa.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Riso, W. (2017). Ya te dije adiós, ahora cómo te olvido. Barcelona: Zenith.