Raciocínio indutivo: características, tipos e exemplos

Raciocínio indutivo: características, tipos e exemplos

Os raciocínios indutivos são, destacadamente, o tipo de argumento mais comum que geralmente encontramos em nossa vida cotidiana. Da mesma forma, os raciocínios indutivos são uma ferramenta essencial para experimentar um mundo em que tomamos decisões baseadas em predições, mas sem certeza absoluta, já que não podem garantir logicamente a verdade de uma conclusão.

Por este motivo, neste artigo de Psicologia-Online falaremos sobre raciocínio indutivo: características, tipos e exemplos.

O que é raciocínio indutivo

O método indutivo, também chamado método aristotélico, é um processo que busca estabelecer uma lei universal a partir de casos particulares. Da mesma forma, o termo indução, do latim inductio e em grego antigo traduzido com a expressão espagoghé, significa de forma literal "levar para dentro", "chamar a si mesmo" ou "tirar de si mesmo".

Em contrapartida ao método indutivo encontramos o método dedutivo, que procede do universal ao particular, ao invés do particular ao universal e, de forma geral, nos expões a menos erros.

Características do raciocínio indutivo

Portanto, o raciocínio indutivo consiste em uma generalização baseada em dados de experiências ou observações que agem como indícios. No entanto, este procedimento não garante que a escolha seja correta, mas geralmente ajuda a resolver o problema poupando o trabalho cognitivo e enriquecendo a bagagem de conhecimentos.

Deste modo, raciocínio indutivo é utilizado para:

  • A formação de conceitos.
  • A criação de hipóteses.
  • A identificação da relação causal.
  • As escolhas e generalizações.
  • Na maioria dos processos de tomada de decisões.

Assim, o conceito de similaridade tem uma grande importância no processo de raciocínio indutivo, já que nos permite generalizar e tirar conclusões na base da semelhança entre classes, eventos, animais ou coisas.

Fundamentos do raciocínio indutivo

O raciocínio indutivo é composto de dois aspectos fundamentais:

  1. A análise dos dados: identificar tendências ou esquemas úteis para formular hipóteses sobre as quais orientar nossas ações futuras. Portanto, é evidente que a capacidade de interpretar os dados é essencial e que quanto mais modelos mentais tenhamos a nossa disposição, mais poderemos entender o que realmente está acontecendo.
  2. A verificação contínua das hipóteses: isto é, verificar as hipóteses de partida sobre a base da aprendizagem derivada da nova informação. Em sistemas complexos, e ao contrário do que acontece no raciocínio dedutivo, nunca temos a certeza de que as hipóteses sejam corretas, por mais bem construídas que sejam. Por isso, será necessário prová-las de forma contínua e modificá-las sobre a base das novas evidências.

Tipos de raciocínio indutivo

Podemos avaliar os raciocínios indutivos através de um espectro eficaz ou mais forte até ineficaz ou mais fraco. O raciocínio mais efetivo é aquele nas quais as premissas conduzem a uma conclusão que provavelmente seja certa, com um alto grau de probabilidade.

Raciocínio indutivo enumerativo

Um dos primeiros filósofos que recorreu a este conceito foi Aristóteles, que atribui a Sócrates o mérito de tê-las descoberto. Aristóteles sustentava que a indução era, precisamente, «o procedimento que leva dos detalhes ao universal». Portanto, os argumentos indutivos por enumeração são um tipo de argumento que pretendem chegar a uma conclusão geral a partir de um número finito de casos.

No entanto, devido a sua incapacidade para obter afirmações cientificamente vinculantes a partir de casos individuais concretos, ao processo indutivo se negou toda a validez pela lógica metafísica.

Raciocínio indutivo por eliminação

O primeiro filósofo que se afastou da auctoritas aristotélica, considerada válida no século XVII, foi Francis Bacon. Francis argumentou que a indução devia ser ou não por enumeração, como a aristotélica, mas por eliminação. Deste modo, Bacon abriu as portas a uma reconsideração da indução, estabelecendo uma estreita relação com a pesquisa científica, a observação e a experimentação.

Depois de Bacon, no entanto, a concepção da indução como passou do particular ao universal foi reempregada progressivamente por uma concepção diferente, que definiu a indução como a "inferência expansiva, mas apenas provável" e a dedução como uma "inferência não extensiva, mas necessária".

Raciocício indutivo: exemplos

No método indutivo se parte de uma aplicação do aspecto em questão ou problema real e da interpretação de alguns dados para chegar a conclusões gerais e, finalmente, a teoria real, graças ao processo de abstração e generalização.

A forma típica de raciocínio indutivo é a seguinte: "dado que os objetos de uma classe identificada através da propriedade P também desfrutam da propriedade Q, qualquer outro objeto que desfrute de P também desfrutará de Q".

Para simplificar a questão, é necessário dar alguns exemplos de raciocínio indutivo:

  • Retirei da bolsa uma bola azul;
  • Retirei outra bola azul da bolsa;
  • Portanto, é razoável pensar que todas as bolas da bolsa são azuis.

Ou ainda:

  • Vi um corvo preto;
  • Vi outro corvo preto;
  • Portanto, posso dizer que provavelmente todos os corvos são pretos.

Como podemos ver, na última afirmação se utilizam duas expressões ("é razoável pensar" e "provavelmente") que fazem com que o resultado não seja definitivo. Isto se deve ao fato de que o método indutivo é a base do método experimental em que apenas a recopilação de dados e a repetição do experimento ao longo do tempo permitem validar em sentido geral o resultado obtido.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Arcangeli, E. (2014). Ragionamento induttivo definizione e significato. Disponível em: <https://www.igorvitale.org/ragionamento-induttivo-definizione/> Acesso em: 20 de setembro de 2022.