Sigmund Freud: biografia, teoria da psicanálise, livros e frases

Sigmund Freud: biografia, teoria da psicanálise, livros e frases

Quem foi Sigmund Freud? Sigmund Freud é o psiquiatra mais famoso e um grande pesquisador no terreno da mente humana. Foi um neurologista, de origem austríaca e judia. Freud se envolveu com teorias inovadoras baseadas na sexualidade, desenrolando o mistério das neuroses e relacionando-as com os traumas sexuais. É o autor que deu significado a termos do calibre de repressão, inconsciente e superego.

Atualmente, Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise e uma das figuras mais influentes do pensamento contemporâneo. Se você quer saber quem foi Sigmund Freud e o que ele representa para a psicologia, continue lendo este artigo sobre Sigmund Freud: biografia e sua teoria da psicanálise. Veremos os fatos mais importantes de sua vida e suas contribuições para a psicologia. Viajaremos pela interessante biografia de Sigmund Freud? Vamos lá?

Sigmund Freud: biografia

O início da história de Sigmund Freud

A história de Sigmund Freud começa com o Dr. Joseph Breuer, uma das grandes influências de Freud. Breuer teve uma paciente, Anna O., que foi a principal cuidadora de seu pai doente durante grande parte de sua vida. Quando seu pai faleceu, Anna O. começou a mostrar uma série de sintomas estranhos que iam desde a rejeição de comida até paralisias parciais, passando por alucinações visuais. Depois dos exames médicos correspondentes, foi determinado que tais sintomas, apesar de parecerem físicos, não tinham nenhuma causa orgânica demonstrável. Outro sintoma mostrado pela paciente eram fantasias infantis, mudanças drásticas no estado de humor e tentativas de suicídio. Breuer diagnosticou o caso como histeria.

Onze anos depois, Breuer e seu ajudante, Freud, colocaram sua teoria da histeria em um livro. A teoria explicava que a histeria era considerada resultado de um trauma que não podia ser aceito pela pessoa que havia sofrido ele. As emoções que desatariam essa situação traumática acabavam reprimidas e se expressavam através de sintomas comportamentais ou físicos. Em tais casos, quando o paciente chegava a entender e aceitar o trauma e origem dos sintomas, estes desapareciam.

A paciente Anna O. estava melhorando pouco a pouco de seus sintomas com o tratamento de Breuer, mas parecia que a paciente estava se apaixonando por ele. Então, por motivos pessoais, Breuer teve que interromper o tratamento. Mais tarde, Freud chegou ao fundo da questão, postulando abertamente que por trás das neuroses, havia um desejo sexual.

Biografia de Sigmund Freud

Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg, uma cidade alemã. Filho de um comerciante de lã e uma jovem de 21 anos. Tinha dois meios-irmãos por parte de pai e outros 6 irmãos. Seus pais tinham uma diferença de idade de 20 anos. Freud recebeu uma educação tradicional judia, porém não foi um judeu praticante.

Em 1860, quando Freud tinha uns 3 anos, sua família se mudou para Leipzig e um ano depois, se mudou para Viena, cidade onde Freud ficaria praticamente durante toda a vida. Seus pais atravessaram maus momentos econômicos, mas sempre se preocuparam com a educação de seu filho.

Sigmund Freud era um bom estudante e em 1873, com 17 anos, conseguiu uma vaga na escola de medicina da Universidade de Viena. Algo que, neste período, não era tão simples para um jovem judeu na capital da Áustria.

No Instituto de Ernst von Brücke, em 1882, se apaixonou pela fisiologia e pela pesquisa com seu professor, que acreditava que o funcionamento do organismo podia ser explicado através das forças físico-químicas. Freud era muito bom na pesquisa de neurofisiologia, inclusive foi um dos pioneiros em postular a utilização terapêutica da cocaína. Seu professor, Brücke, o ajudou a conseguir uma bolsa para estudar com o psiquiatra Charcot, no hospital da Salpêtriere de Paris e com Bernheim em Nancy, os quais eram dois grandes cientistas que investigavam a hipnose como um tratamento para pacientes com histeria. Isto marca a biografia de Sigmund Freud.

Para completar sua formação como residente de neurologia, Freud voltou a Viena. Em 1882, começou a trabalhar no Hospital geral de Viena. Posteriormente, em 1886, abriu sua própria clínica de neuropsiquiatria com a ajuda de Joseph Breuer. Começou a tratar a histeria através da hipnose e da catarse, tal como havia aprendido com seu mentor Breuer no tratamento de Anna O. Nesse mesmo ano, casou-se com sua noiva Marta Bernays. Com ela teve 5 filhos, entre eles Anna Freud.

Em 1889 assistiu ao Primeiro Congresso Internacional de Hipnotismo. Freud estava cada vez mais focado nas "doenças dos nervos" e a autoanálise.

Entre 1895 e 1900, Freud abandonou a hipnose e a catarse, e desenvolveu uma nova técnica: a associação livre. Tal técnica consistia em incentivar as pacientes a verbalizar qualquer produto de suas mentes, sem censura. Com isso, os sintomas das pacientes com histeria melhoravam.

Outro dos eventos mais importantes da biografia de Sigmund Freud foi em 1899, quando publicou uma de suas obras mais relevantes: A interpretação dos sonhos. Iniciando assim uma disciplina teórica e prática em torno da mente humana: a psicanálise.

Em 1902, obteve seu título de professor extraordinário e o reconhecimento como o criador da psicanálise. Ganhou a reputação de curador da histeria. Também começaram as reuniões semanais da Sociedade Psicológica, onde os intelectuais se reuniam para compartilhar ideias. Sigmund Freud foi convidado por G. Stanley Hall em 1908 para ir aos Estados Unidos, com o objetivo de que Freud desse uma série de conferências para divulgar a psicanálise.

Freud, com seu trabalho e obras, adquiriu fama e muitos seguidores, que mais tarde formariam o movimento psicanalítico. Freud rejeitava os que não estavam de acordo com suas teorias, estabelecendo rivalidade entre diferentes escolas de pensamento. Freud era um homem metódico e rígido quanto a seus costumes, e gostava de comer às 1 em ponto, passear e visitar o Museu Histórico de Arte.

Freud desenvolveu câncer maxilofacial, motivo pelo qual foi operado cerca de 33 vezes. Tal doença provocava dificuldades auditivas e afetava sua capacidade de fala. No entanto, continuou trabalhando e escrevendo durante toda sua vida.

Viena era uma cidade católica, e por isso as teorias sobre a sexualidade de Freud causaram grande escândalo. Porém, não foi isso que o impulsionou a ir embora antes da Segunda Guerra Mundial, mas sim a pouca segurança que Viena oferecia aos judeus. Foi então quando Freud, convencido graças a Marie Bonaparte, emigrou para a Inglaterra, se instalando em Londres.

Sigmund Freud morreu em Londres no dia 23 de setembro de 1939, do câncer que tinha sido diagnosticado em 1923. Seu legado continua vivo na atualidade.

Anna Freud, sua filha, continuou seus estudos e suas teorias sobre a psicologia infantil. Anna Freud foi uma psicanalista reconhecida, especialmente no campo do desenvolvimento psicológico.

Freud e a psicanálise

Sigmund Freud é conhecido como fundador da psicanálise, uma corrente da psicologia.

O que é a psicanálise

A psicanálise é uma corrente da psicologia que se baseia em teorias sobre a mente humana. Esta teoria oferece um modelo de funcionamento da mente e uma terapia baseada nesse modelo. A psicanálise parte da ideia de que temos uma grande parte da mente que é inconsciente e segue com as partes da identidade (Ego, Id e Superego).

Atualmente, a psicanálise não faz parte dos ramos da psicologia científica. E foi amplamente refutada, já que carece de validação científica.

O método psicanalítico de Freud

Sigmund Freud desenvolveu o método psicanalítico, que consiste em provocar a liberação do reprimido para que possa ir à consciência. O principal procedimento do método psicanalítico de Freud é o método das associações livres. Este método se baseia na ideia de que a atividade psíquica está influenciada por impulsos inconscientes e pré-conscientes. Consiste em deixar a mente vagar livremente e explicar tudo o que venha à consciência. O objetivo que se busca, é tornar consciente os fatos perturbadores inconscientes que são a causa do mal-estar.

Outro procedimento do método psicanalítico de Freud é o estudo dos atos falhos. Este consiste em levar em conta e interpretar os atos falhos, que são ações imprevistas que escapam do controle consciente. Exemplos de atos falhos são equívocos no discurso, na leitura ou na escrita.

Outro procedimento é a interpretação dos sonhos. Segundo Freud, os sonhos revelam de forma simbólica os impulsos instintivos, desejos inconscientes reprimidos ou insatisfeitos.

Sigmund Freud: teoria

Sigmund Freud popularizou os conceitos de consciente e inconsciente, entendendo a mente consciente como aquela que se dá conta de seus pensamentos, enquanto que a mente inconsciente, a parte maior, é a que inclui tudo aquilo que não é acessível à consciência, como instintos, impulsos ou traumas. Também existe o pré-consciente, aquilo que somos capazes de lembrar, ou seja, o que podemos trazer à consciência.

O inconsciente psicológico é o ponto de partida da teoria de Freud. Segundo ele, o conteúdo da mente inconsciente é a origem de nossas motivações, motivações que temos tendência de negar ou resistir. Aqui entra em jogo a censura, adquirida através da educação. Tais impulsos e motivações do inconsciente aparecem de forma disfarçada. As 3 forças (consciente, inconsciente e censura) possuem relações dinâmicas. A personalidade depende da combinação entre elas.

O Id, o Ego e o Superego

Em primeiro lugar, o Id. O Id, para Sigmund Freud, é o corpo e o sistema nervoso, destinado a satisfazer nossas necessidades como a fome, a sede, o sexo e evitar a dor. O Id traduz as necessidades do corpo em motivações, para Freud, os impulsos ou desejos. A transformação de necessidade em desejo se chama processo primário. O propósito disso é preservar o princípio de prazer, isto é, atender as necessidades biológicas. Para Freud, um bebê é praticamente Id. O Id está composto pelos instintos e o reprimido, estes influem no pensamento e no comportamento. Quando uma necessidade não está satisfeita, por exemplo, temos fome, e esta começa a chamar a atenção cada vez mais. Isso seria o desejo invadindo a consciência.

Em segundo lugar, o Ego. O Ego é a parte consciente. Tal parte emerge desde o Ego e se modela pela influência do mundo exterior. O Ego é uma parte mais racional que atua como intermediário entre o Id e o mundo exterior. Permite frear os impulsos do Id e dar resposta às exigências do entorno. Segundo Sigmund Freud, o Ego é regido pelo princípio de realidade, que tem como objetivo fazer com que o comportamento da pessoa se adapte ao meio. O Ego decide se satisfaz ou não os impulsos do Id. Quando o Ego não satisfaz os impulsos do id, gera-se a repressão.

Por último, o Superego. O Superego se forma pela influência dos pais e outros educadores. O aspecto moral que leva em conta as exigências e as normas interiorizadas durante a educação. O Superego é a consciência moral e sua função é reprimir os impulsos que não correspondam com os princípios éticos.

A teoria da personalidade de Freud diz que a personalidade corresponde com o Ego e surge das reclamações do Id e a repressão do Superego.

Os mecanismos de defesa

Os mecanismos de defesa, segundo a teoria psicanalítica de Freud, são estratégias inconsistentes que servem para evitar, negar ou distorcer pensamentos que produzem ansiedade. Freud propôs diversos mecanismos de defesa, como por exemplo: negação, repressão, formação reativa, regressão, projeção, racionalização, compensação e sublimação.

Os impulsos na teoria de Freud

Os impulsos, na teoria de Freud, são as tensões devidas às necessidades do Ego, que exercem pressão para a ação. Distingue dois instintos básicos e opostos:

  • Eros, o impulso de vida ou instinto de amor. Este impulso tem como objetivo garantir a sobrevivência, gerar uniões e satisfazer as necessidades. Busca o prazer e obter gratificação.
  • Thanatos, impulso de morte ou instinto de destruição. Este impulso representa o desejo inconsciente de morte, de regressão e desintegração.

A teoria psicossexual de Freud

Segundo Sigmund Freud, os fatores sexuais são decisivos. Com seus estudos encontrou que o sexual tinha uma grande importância. Por isso, o desenvolvimento psicossexual é um elemento central da teoria de Freud.

A teoria psicossexual de Freud sustenta que os instintos produzem uma energia psicológica a qual chamou de libido e e esta se desenvolve durante 5 etapas. As etapas de Freud são as seguintes:

  • Etapa oral. Do nascimento ao primeiro ano, o foco de satisfação se encontra na boca. O prazer se obtém através da sucção. Se existir gratificação escassa ou exagerada deste desejo, pode-se produzir uma fixação psicológica que dá lugar a uma personalidade com traços passivos, crédulos, imaturos e pessimistas.
  • Etapa anal. Dos 18 meses aos 3 anos, o prazer se encontra no ânus. O prazer é obtido expulsando e retendo as fezes. Um treinamento estrito dos esfíncteres pode influenciar na personalidade da criança como traços autodestrutivos e teimosos.
  • Etapa fálica. Dos 3 aos 6 anos, começa-se a descobrir os genitais. Nesta etapa é quando podem se formar o complexo de Édipo e o complexo de Electra. Se a gratificação não é suficiente, traços de personalidade como egoísmo, vaidade e timidez podem se desenvolver
  • Etapa de latência. Dos 6 aos 12 anos, perde-se o interesse no sexual e os traços de personalidade previamente desenvolvidos se consolidam.
  • Etapa genital. Desde a puberdade até a idade adulta, o interesse sexual se encontra na zoa erógena.

A repercussão de sua pesquisa e a importância de suas teorias seguem vigentes hoje em dia. No seguinte artigo você encontrará informação mais detalhada sobre as etapas de Freud do desenvolvimento psicossexual.

Sigmund Freud: livros

Sigmund Freud teve muito interesse em deixar por escrito seus estudos e descobertas, onde podemos encontrar as teorias do psiquiatra. A seguir, mostramos uma lista com os livros mais relevantes de Sigmund Freud:

  • Estudos sobre a histeria (1895)
  • A interpretação dos sonhos (1899)
  • Psicopatologia da vida cotidiana (1901)
  • Três ensaios para uma teoria sexual (1905)
  • Totem e Tabu (1913)
  • Introdução do narcisismo (1914)
  • Introdução à psicanálise (1917)
  • Mais além do princípio do prazer (1920)
  • El Ego e o Id (1923)
  • Inibição, sintoma e angústia (1926)
  • O futuro de uma ilusão (1927)
  • O mal-estar na cultura (1930)

Frases de Freud

Sigmund Freud teve muita repercussão por seus estudos e o impacto que tiveram. Graças à sua criatividade, Freud deixou algumas frases célebres que continuam a ser utilizadas. Algumas das frases mais conhecidas de Sigmund Freud são as seguintes:

  • "Você está bem porque não colocamos nome no que você tem."
  • "Uma pessoa é doa do que cala e escrava do que fala."
  • "Existem duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é se fazer de idiota e a outra ser."
  • "Fui um homem afortunado na vida: nada me foi fácil."
  • "O melhor é inimigo do bom."

Biografia de Sigmund Freud resumida (o mais importante)

A seguir, um resumo da biografia de Sigmund Freud com as datas mais relevantes. Um esquema da vida de Freud perfeito para estudar.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
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