Teoria de Skinner: behaviorismo e condicionamento operante

Teoria de Skinner: behaviorismo e condicionamento operante

O behaviorismo é um ramo da psicologia que, como o próprio nome indica, se baseia na observação do comportamento e análise da mesmo. O behaviorismo surgiu como uma contraposição à psicanálise e tinha como objetivo proporcionar uma base científica, demonstrável e mensurável à psicologia. Pioneiros como Watson ou Pavlov começaram a realizar experimentos com vários animais que lançaram as bases do behaviorismo e condicionamento.

Alguns anos mais tarde, o psicólogo Burrhus Frederic Skinner adicionou uma grande descoberta a este ramo da psicologia: o condicionamento operante. Você quer conhecer a teoria de Skinner sobre o behaviorismo e condicionamento? Então recomendamos que você continue lendo este artigo de Psicologia-Online.

A teoria behaviorista de Skinner

Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um importante psicólogo, inventor e escritor norte-americano reconhecido em todo o mundo por contribuir com rigor científico à psicologia. Em 1938, escreveu seu primeiro estudo chamado "O comportamento dos organismos: uma análise experimental[1]" e foi colocando no papel tudo aquilo que estudou até que, em 1974, resumiu seu trabalho em uma famosa obra chamada "Sobre o Behaviorismo[2]"

Neste livro, Skinner explica os fundamentos da análise do comportamento e como seus experimentos com animais podem ser aplicados à terapia psicológica em humanos. O autor nos explica como se pode entender a psicologia a partir de um ponto de vista operante e como nosso comportamento afeta nossos pensamentos.

O condicionamento clássico de Watson e Pavlov

Como mencionamos anteriormente, a psicologia comportamental nasceu antes de Skinner publicar seus estudos. Dois grandes pioneiros deste ramo da psicologia, John Watson e Ivan Pavlov, estudaram o que hoje conhecemos como condicionamento clássico.

O condicionamento clássico é um procedimento pelo qual podemos induzir reflexo ou uma resposta a um animal (e em alguns casos, a uma pessoa). Com experimentos como o dos cães de Pavlov ou a indução de uma fobia à uma criança de Watson, pretendia-se demonstrar que a mente humana podia ser medida, observada e modificada através do comportamento.

A psicologia comportamental

Os quatro princípios básicos da psicologia comportamental são:

  1. A psicologia é uma ciência, portanto utilizará uma metodologia empírica e demonstrável;
  2. Essa metodologia é caracterizada pelo uso de variáveis que podem ser medidas (exemplo: medir a ansiedade pelo número de batimentos cardíacos por minuto);
  3. Os resultados dos experimentos realizados em laboratório, podem ser extrapolados para a vida real;
  4. O comportamento é aprendido, não existe nenhuma forma de inatismo (rejeição total a outros ramos da psicologia).

A contribuição do condicionamento de Skinner para essa disciplina é muito importante, pois acrescentou o princípio do reforço, o conceito de recompensa e definiu o condicionamento operante, tudo através de experimentos como a famosa caixa de Skinner.

Na imagem a seguir, podemos observar o processo de condicionamento clássico, onde é induzida uma resposta de salivação a um cão (experimento de Pavlov).

A caixa de Skinner

Oficialmente chamada "câmara de condicionamento operante", a caixa de Skinner é uma das invenções mais conhecidas da história da psicologia. Foi criada com o objetivo de demonstrar que poderia induzir e modificar o comportamento de um animal (em primeiro lugar, utilizou um rato) através de estímulos externos. A caixa é um dos pilares nos quais se baseia o já conhecido behaviorismo de Skinner.

Partes da caixa

A caixa tinha os seguintes elementos:

  • Duas luzes
  • Um alto-falante
  • Um botão
  • Piso eletrificado (em alguns casos)
  • Dispensador de comida

Funcionamento da caixa de Skinner

  1. Um rato era introduzido dentro da caixa (geralmente era privado de comida antes, para que sua motivação por se alimentar fosse maior).
  2. O rato experimentava seu novo ambiente até descobrir o botão e pressioná-lo. Automaticamente saía uma unidade de comida (pellet) do dispensador depois do botão ser pressionado.
  3. O rato, motivado por conseguir mais comida, mudava seu comportamento e aprendia rapidamente a pressionar o botão para receber comida (associação de comportamento-estímulo e reforço positivo).
  4. O condicionamento também poderia ocorrer por omissão de um estímulo negativo (reforço negativo). Neste caso, o rato era introduzido na caixa com o piso eletrificado, se o botão fosse pressionado, a corrente deixava de passar pelo piso. Deste modo, o rato aprendia a pressionar o botão para deixar de sentir dor.
Imagem: sites.psu.edu

Skinner e o condicionamento operante

Como vimos, o condicionamento operante é um pouco mais complicado que o condicionamento clássico de Watson e Pavlov. Neste caso, a associação não é entre um estímulo e um reflexo, mas entre um estímulo, um comportamento e um reforço.

Ou seja, no caso do condicionamento operante, é necessária uma aprendizagem sobre o que acontece após o comportamento. Por exemplo, no caso da caixa de Skinner, o rato aprende que, depois de apertar o botão, recebe um prêmio.

Reforço positivo e negativo

Como o behaviorismo se baseia em medir comportamentos, tudo o que ocorre no condicionamento de Skinner está minuciosamente analisado e classificado. Portanto, podemos distinguir dois tipos de reforços na teoria de B.F. Skinner sobre o behaviorismo e condicionamento operante:

  • O reforço positivo, um elemento que atua como prêmio, geralmente satisfaz alguma necessidade básica ou gera uma resposta agradável.
  • O reforço negativo, um elemento que nos gera uma resposta de dor, descontentamento ou desconforto, esse fator atua como punição.

Podemos encontrar exemplos de condicionamento operante em nosso dia a dia. Por exemplo, nos esforçamos em estudar porque aprendemos a receber uma recompensa depois (boas notas e reconhecimento), ou tomamos um medicamento para evitar a dor de cabeça, assim como o rato pressiona um botão para evitar a dor do piso eletrificado.

Críticas ao behaviorismo de Skinner

Apesar de ser um modelo mensurável e empírico, a teoria de Skinner sobre o behaviorismo e condicionamento é bastante simplista ao falar sobre a mente humana.

A principal crítica do behaviorismo é a falta de visão interna e a simplicidade de seu modelo, sendo pouco crível que se possa medir e compreender a psique humana através de experimentos realizados em outros animais.

Por isso, hoje em dia é proposto o modelo cognitivo-comportamental, que une o ramo cognitivo (pensamento) com o behaviorismo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. The Behavior of Organisms: An Experimental Analysis, 1938.
  2. Skinner, B. F., & Ardila, R. (1977). Sobre el conductismo. Fontanella.