Tipos de medos mais comuns e suas características

Tipos de medos mais comuns e suas características

O que é o medo na psicologia? O medo é uma emoção que altera tanto a percepção como o raciocínio diante de eventos ou situações determinadas. Por que temos medo? Para que serve o medo? O medo adaptativo serve para nos proteger de situações ameaçadoras, no entanto, quando o medo é disfuncional, pode complicar nossa vida. Os medos disfuncionais podem gerar perturbações angustiantes diante da proximidade de danos (reais ou imaginários). Nesse sentido, os medos são vividos de forma habitual pelas pessoas, mas é necessário saber até que ponto se trata de um medo normativo e adequado e, pelo contrário, quando este medo psicológico ultrapassa a fronteira e é considerado um medo excessivo pode se transformar em uma fobia. É possível viver sem medo? Não, mas é possível regular o medo.

Existem muitos tipos de medo, você quer saber se seu maior medo está entre os 20 tipos mais comuns? Então, não hesite em continuar lendo este artigo de Psicologia-Online: 20 tipos de medo mais comuns e suas características, onde você encontrará uma lista de medos.

1. Aracnofobia

A aracnofobia se refere ao medo de aranhas. Trata-se de uma das fobias específicas mais comuns, entendendo-se como fobia específica um transtorno de ansiedade em que o medo surge pela presença ou pela antecipação de um objeto ou situação temida, neste caso, as aranhas.

Aracnofobia: sintomas

Os sintomas da aracnofobia podem surgir diante da visão de aranhas ou de maneira antecipada, ou seja, antes de visualizá-las, por exemplo, se a pessoa se aproxima de um local onde já havia visto aranhas. Assim, as pessoas com aracnofobia costumam apresentar alguns dos seguintes sintomas: comportamentos de evitação, náuseas, ansiedade, transpiração, taquicardias, choro, entre outros.

2. Apifobia

Um dos tipos de medo mais comuns é a apifobia. O termo apifobia se refere ao medo de abelhas e de vespas. Trata-se de um medo muito parecido com a aracnofobia, embora neste caso as aranhas sejam trocadas pelas abelhas e vespas. As pessoas que têm medo desses insetos experimentam sintomas muito parecidos ou idênticos aos sofridos pelas pessoas com medo de aranhas. Trata-se de um medo muito comum. O que provoca o medo? Possivelmente, o fato de as pessoas não conseguirem controlar esses insetos e que não possam se livrar deles com uma simples pisada, fato que aumenta as possibilidades de receber uma picada.

3. Ornitofobia

O medo de pássaros ou a ornitofobia refere-se a outro dos medos mais comuns, ao que as pessoas respondem, diante da presença de pássaros, com sintomatologias próprias da ansiedade (transpiração, taquicardia, aceleração do ritmo cardíaco…). Neste caso, como na apifobia, as pessoas não têm controle desses animais, fato que pode promover uma maior ansiedade. O medo dos pássaros pode ser dirigido tanto às aves predadoras (águias…) como a aves inofensivas (pombos, periquitos…).

4. Zoofobia

Como se chama a fobia de animais? Zoofobia. A zoofobia inclui todos os medos mais comuns dirigidos aos animais. Dentro da zoofobia encontram-se tanto a aracnofobia, como apifobia e a ornitofobia, sendo essas as mais comuns. No entanto, os medos de outros animais também estão incluídos, como por exemplo, fobia de cães (cinofobia), fobia de gatos (ailurofobia), fobia de cavalos (hipofobia), medo irracional de serpentes (ofidiofobia), fobia de tubarões (selacofobia), entre outros. Este tipo de medo pode ser explicado pela vivência de alguma situação traumática com algum animal específico ou, pelo contrário, pode-se tratar de um medo irracional e inexplicável.

5. Entomofobia

Seguindo a linha do medo de animais, deve-se levar em consideração a entomofobia, que se refere ao medo dos insetos em geral. É um dos tipos de medo mais comuns que está incluído dentro da zoofobia. No entanto, dentro da entomofobia é possível encontrar diferentes tipos de medo, entre os quais estão o medo de abelhas (apifobia), o medo de formigas (mirmecofobia), o medo de borboletas (motefobia), entre outros.

6. Agorafobia

Outro dos tipos de medo mais comuns é a agorafobia, considerada um transtorno de ansiedade. As pessoas que sofrem de agorafobia sentem medo diante de duas ou mais das seguintes situações: andar de transporte público, estar em espaços abertos ou fechados, fazer fila (por exemplo, no caixa de um supermercado), estar no meio de uma multidão, estar sozinho fora de casa em outras situações. Quando essas situações geram medo excessivo, as pessoas que sofrem costumam evitar este tipo de situações e, para enfrentá-las, quase sempre é necessária a presença de algum acompanhante.

Agorafobia: sintomas

As pessoas costumam se mostrar medrosas nessas situações devido à pensamentos e sintomas incapacitantes ou humilhantes em circunstâncias nas quais escapar seria difícil ou circunstâncias nas quais a pessoa é consciente que não teria nenhum tipo de ajuda disponível. Alguns desses pensamentos e sintomas podem ser os seguintes: tontura, desmaio, transpiração, tremores, taquicardias, palpitações, aceleração da frequência cardíaca, sensação de dificuldade ao respirar, sensação de asfixia, dor ou desconforto no tórax, náuseas, instabilidade, desrealização (sensação de irrealidade), medo de perder o controle, medo de morrer, entre outros.

7. Hematofobia

Outra das fobias específicas mais comuns é a hematofobia. Neste caso, o medo é direcionado à visão de sangue, agulhas e feridas, embora se deva mais ao medo direcionado ao temor pela antecipação das consequências desagradáveis das situações em que presenciam agulhas, sangue e/ou feridas, como por exemplo, a tontura e o desmaio. Assim, nesse tipo de medo também ocorrem comportamentos de evitação e/ou fuga, relacionadas com lugares, objetos e situações, como por exemplo, sala de doação de sangue, hospital, filmes violentos, entre outros.

As respostas fisiológicas ou os sintomas físicos mais notáveis da hematofobia ou fobia de sangue são divididos em duas fases. Na primeira fase ocorre um aumento do ritmo cardíaco, da pressão arterial e da respiração. Então, na segunda e última fase, ocorre uma diminuição rápida desses três aspectos mencionados, especialmente do ritmo cardíaco e da pressão arterial. Essa diminuição brusca é a que pode conduzir as pessoas às tonturas e, às vezes, ao desmaio por ver sangue.

8. Brontofobia

Outro dos tipos de medos mais comuns é a brontofobia. Qual é o significado de brontofobia? A brontofobia se refere ao medo de fenômenos meteorológicos, tais como as tempestades, os trovões e os raios. Em casos de medo não excessivo, as pessoas podem sentir ansiedade e/ou desconforto. No entanto, em casos extremos de medo de fenômenos meteorológicos, a vida diária das pessoas pode sofrer interferência, pois em épocas do ano em que são mais comuns esses fenômenos, as pessoas podem se sentir completamente desprotegidas, fato que as leva a serem incapazes de realizar atividades normais do seu dia a dia, como por exemplo, se levantar e ir trabalhar, sair para comprar pão, entre outros.

9. Claustrofobia

A claustrofobia é um dos tipos de medo mais comuns. Consiste no medo de estar em um espaço fechado. Embora existam diferentes tipos de claustrofobia, em geral, as pessoas claustrofóbicas procuram escapar ou evitar situações como as seguintes: estar em quartos pequenos ou sem ventilação, usar o elevador, usar um capacete integral (dos que cobrem todo o rosto), e outras situações nas quais encontram-se em lugares fechados ou pequenos que lhes causam a sensação de dificuldade para escapar. As dificuldades que as pessoas que têm esse medo apresentam são dificuldades respiratórias, medo de asfixia, a restrição ou incapacidade de se deslocar ou sair de um lugar, medo de ter um ataque de pânico, medo de se machucar devido aos nervos, medo de perder o controle ou enlouquecer, entre outros. Além disso, essas pessoas também costumam realizar comportamentos defensivos para diminuir a intensidade do seu medo, como por exemplo, deixar uma janela aberta, não colocar o trinco da porta, etc.

10. Escotofobia

A escotofobia é definida como o medo da escuridão. Trata-se de um medo muito comum na fase infantil, embora também possa ser sofrido na idade adulta. Se o medo é muito persistente, pode interferir significativamente no desenvolvimento do indivíduo e afetar consideravelmente o funcionamento familiar, principalmente, quando se trata de um medo do escuro na infância, visto que, em algumas ocasiões, com o objetivo de conseguir que a criança possa dormir, soluções inadequadas são realizadas, como por exemplo, deixar que a criança durma com os pais.

11. Hidrofobia

Outro dos tipos de medos mais comuns é a hidrofobia. O significado consiste em sentir medo da água. Não se trata da água como bebida, mas da água do mar ou da piscina, onde as pessoas possam nadar. As pessoas com este tipo de medo se mostram temerosas de cair dentro da água, de serem empurradas, por não serem capazes de nadar e engasgar ou se afogar ao engolir água, entre outros. Por essa razão, as pessoas que têm medo da água evitam ir à praia ou à lugares onde possam estar diante de uma piscina. No entanto, nos casos em que se deparam com uma situação temida, os comportamentos que costumam realizar para diminuir seu medo são: levar uma boia ou inflável que lhes permita não se afogar, estar acompanhadas de uma pessoa de confiança, não entrar na água e permanecer na margem.

12. Aerofobia

O medo de voar em aviões é comumente chamado aerofobia ou medo de voar. Podem ser diferenciados dois tipos entre as pessoas que têm medo de voar: as pessoas que evitam voar e as pessoas que o fazem com um intenso e considerável desconforto. Dentro desse medo podem ser encontrados outros temores que variam em função de cada pessoa, como por exemplo, pensar na possibilidade de ter um acidente (portanto, medo de se machucar morrer no acidente), ficar preso durante certo tempo em um espaço pequeno, tonturas e náuseas devido à instabilidade do avião, a altura, não ter o controle ou perdê-lo (por exemplo, gritando), entre outros.

13. Acrofobia

Outro dos tipos de medos mais comuns é a acrofobia. A acrofobia é caracterizada por ser comumente chamada de medo de altura. Existem diferentes aspectos que podem promover esse tipo de medo nas pessoas, tais como a distância que se encontram do solo, chão transparente ou com gradeado (não sólido), a falta de corrimões, olhar para baixo, certas atrações de parques temáticos, inclinar-se para fora de uma varanda ou uma janela, entre outros.

As pessoas com medo de altura, como em tanto outros medos, geralmente evitam estar em situações em que estejam à um certo desnível em relação ao solo. No entanto, quando as pessoas não podem evitar essas situações, costumam responder a elas com desconforto psicológico e uma sintomatologia própria da ansiedade.

14. Carcinofobia

A carcinofobia ou medo de ter câncer, é caracterizada pela presença de ansiedade diante de exames médicos, a busca por informações sobre a doença, entre outros. Nesse sentido, a carcinofobia pode afetar negativamente o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas que sofrem este medo. Por um lado, pode-se tratar de um medo de desenvolver uma recaída ou o reaparecimento de um tumor de uma doença já sofrida anteriormente. Por outro lado, pode-se tratar de um medo de desenvolver a doença sem nunca a ter sofrida antes.

15. Tanatofobia

Outro dos tipos de medo mais comuns é a tanatofobia. A tanatofobia é conhecida como o medo da morte, causada pela presença ou antecipação de objetos ou situações relacionadas com a morte (caixão, carro fúnebre, casa funerária, funeral,…). O fato de presenciar situações ou objetos relacionados com a morte provoca ansiedade nas pessoas com tanatofobia. É comum que essas pessoas procurem evitar situações desse tipo. Normalmente as pessoas que sofrem de medo da morte são pessoas que estão em um período vital próximo ao final da vida.

Assim, geralmente são as pessoas idosas ou as que sofrem de uma doença grave e incurável que muitas vezes sofrem deste tipo de medo. Portanto, pode-se dizer que a tanatofobia está intimamente relacionada com a carcinofobia (medo de sofrer de câncer) ou com o medo de ficar doente, seja por um câncer ou por qualquer outro tipo de doença grave que coloque em perigo a vida da pessoa.

16. Glossofobia

Glossofobia ou medo de falar em público, é um dos tipos de medo mais comuns entre estudantes adultos e adolescentes que se dedicam a fazer conferências, exposições e outros. As pessoas com esse tipo de medo consideram que o fato de ter que se apresentar diante de um público e falar é uma das situações mais difíceis a que estão expostas. O medo de falar em público é uma resposta de ansiedade à diferentes aspectos (a reação do público, a avaliação do professor, etecetera).

17. Amaxofobia

A amaxofobia é definida como o medo de dirigir, tanto durante como antes de dirigir, ou seja, o medo também aparece de maneira antecipada à ação. Essas pessoas podem demonstrar ter um grande medo de ter um acidente, se ferir, ficar na fila de um congestionamento com a sensação de ficar preso, aspectos próprios da estrada (curvas, buracos, declive…), velocidade, entre outros.

Cabe destacar que as pessoas que sentem ansiedade ao pegar o carro, mas conseguem dirigi-lo, não sofre de amaxofobia, simplesmente trata-se de um medo leve de dirigir, mas de fácil superação. Por outro lado, quando as pessoas sofrem um medo excessivo e incapacitante, pode ser considerado amaxofobia.

18. Tripofobia

A tripofobia é caracterizada pelo medo à sucessão repetitiva de figuras geométricas, muito próximas e em grandes quantidades, principalmente se forem de pequenas fendas e/ou buracos (por exemplo, um favo de mel). Trata-se de padrões de formas geométricas que têm um aspecto assimétrico. As pessoas que têm esse tipo de medo, demonstram expressar repulsa e/ou ansiedade diante desse tipo de padrões.

19. Harpaxofobia

Outro dos tipos de medos mais comuns é a harpaxofobia. A harpaxofobia é o medo de alguém entrar em casa, medo de ladrões ou de ser roubado. O crime é percebido como uma ameaça que faz com que as pessoas se sintam inseguras e/ou indefesas de potenciais agressores. Neste sentido, o medo de ladrões ou de ser roubado vai além, pois está estritamente relacionado com o medo da possibilidade ou da percepção das pessoas de serem agredidas com violência. Portanto, pode estar muito relacionado com a vivência de experiências anteriores, dependendo se anteriormente já fomos roubados com ou sem violência ou, pelo contrário, se nunca fomos roubados ou, criamos ideias relacionadas com filmes, experiências de amigos ou familiares, entre outros.

20. Coulrofobia

A coulrofobia é o nome que denomina o medo de palhaços. Este tipo de medo pode ser objeto de zombaria por outras pessoas, principalmente quando se trata de crianças, mas as pessoas que sofrem este medo realmente passam por situações desagradáveis e negativas quando veem a figura de um palhaço. Essas pessoas geralmente experimentam ansiedade, tremores, mal-estar, sensação de medo intenso, taquicardia, aceleração do ritmo cardíaco, dificuldades para respirar, entre outros. As pessoas com medo de palhaços procuram evitar situações em que possam encontrar com tal figura, mas na população infantil é mais difícil de evitar, pois é uma figura muito comum nas festas de aniversário.

Superar o medo: tratamento

Existem tratamentos para superar o medo, o mais comum: a exposição, uma técnica cognitivo-comportamental que tem mostrado bons resultados no tratamento das fobias. Como saber se é necessário procurar um especialista? Os diferentes tipos de medos psicológicos devem ser tratados por especialistas quando estes:

  • Experimentam de maneira desproporcionada: medos intensos e excessivos, que podem chegar a incapacitar a pessoa.
  • Não tem uma explicação lógica: os pacientes são conscientes do absurdo que pode ser seu medo, mas, mesmo assim, não consegue superá-lo.
  • São incontroláveis: quando os medos estão fora do alcance do paciente e este é incapaz de controlá-los voluntariamente.
  • Tentam evitar: quando os pacientes compreendem que a única maneira de se sentirem bem é evitando seus medos e tudo aquilo que pode causá-lo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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