Uma relação amorosa pode ser afetada pela presença do transtorno explosivo intermitente, um diagnóstico que pode produzir sérios inconvenientes nos relacionamentos. Existem situações estressantes que podem ser motivo de intensos conflitos entre pessoas que mantêm uma relação amorosa. Isso afeta de forma negativa se alguma das partes começa a ter sintomas desse transtorno de saúde mental, o que pode ocasionar situações de violência verbal e/ou física e maus-tratos.
Ainda que se saiba informações sobre essa temática, é necessário fornecer uma maior clareza a partir da compreensão de seus indicadores, as origens do quadro clínico e a resolução de conflitos. Neste artigo de Psicologia-Online, iremos explicar o que é o transtorno explosivo intermitente no relacionamento: sintomas, causas e tratamento.
O que é o transtorno explosivo intermitente
O transtorno explosivo intermitente no relacionamento é um quadro clínico que se caracteriza pela presença de comportamentos impulsivos que surgem de forma repentina em situações pontuais. Uma das principais características dessa patologia é a manifestação de violência, tanto física quanto verbal, diante de fatos que não justificam esse tipo de reação.
O transtorno explosivo intermitente foi incluído pelo DSM-5[1] dentro dos transtornos disruptivos de controle dos impulsos e do comportamento a partir de seus critérios diagnósticos. Para considerar essa problemática como um quadro clínico, uma série de requisitos devem ser observados:
- Falta de controle dos impulsos acompanhados de agressividade.
- A impulsividade gera danos e/ou lesões em objetos, animais e/ou pessoas.
- Reações desproporcionais em relação às situações iniciais.
- Falta de planejamento do momento de agressividade.
- Deterioração das relações sociais, profissionais e familiares devido a esses episódios.
- As alterações não podem ser explicadas a partir da presença de outros transtornos mentais nem pela ingestão de substâncias tóxicas e/ou medicamentos.
Sintomas do transtorno explosivo intermitente
O transtorno explosivo intermitente no casal se manifesta por meio de determinados sinais. A seguir, veremos como saber se meu/minha parceiro/a tem o transtorno explosivo intermitente:
- Respostas verbais e/ou físicas desmedidas quando surge uma situação de conflito.
- Mudanças de humor.
- Dificuldade na regulação das emoções.
- Danos feitos a outra pessoa ou a objetos que a representem.
- Falta de empatia em momentos de crise.
- Vergonha depois de um comportamento impulsivo.
- Sentimento de culpa.
Como saber se tenho TEI e por que acontece?
Uma pessoa pode ser diagnosticada com o transtorno explosivo intermitente devido a uma série de causas que levam à aparição dos sintomas físicos, emocionais e comportamentais. Aqui falaremos sobre os principais motivos de seu surgimento.
- Fatores ambientais: as vivências traumáticas na vida de uma pessoa determinam sua forma de ser diante de certas circunstâncias. Em linhas gerais, o transtorno explosivo intermitente se forma a partir da exposição a situações de violência física, verbal por parte de seu ambiente familiar. Dessa forma, se internalizam essas reações e se reproduzem no relacionamento amoroso.
- Fatores genéticos: a alteração dos níveis de serotonina da lugar a uma falta de regulação dos impulsos. Da mesma forma, uma ativação exagerada da amígdala cerebral implica em reações de raiva persistentes que não são planejadas. Por outro lado, a herança genética que se recebe por parte dos progenitores pode provocar o transtorno explosivo intermitente no/a parceiro/a.
Como tratar o transtorno explosivo intermitente no relacionamento
Como lidar com alguém que tem TEI? O transtorno explosivo intermitente no relacionamento pode ser tratado por meio de algumas terapias como uma alta efetividade. A seguir, veremos algumas delas.
Terapia psicológica
Realizar sessões de terapia psicológica com um profissional de saúde mental ajuda a construir ferramentas para melhorar a comunicação no relacionamento. Nesse sentido, esse tipo de abordagem trabalha sobre as emoções, pensamentos e comportamentos que desatam as situações de impulsividade na pessoa que sofre desse quadro clínico.
Da mesma forma, a terapia psicológica tenta situar a origem dos problemas vinculados e fomenta um espaço de reflexão para melhorar o nosso dia a dia.
Medicação psiquiátrica
Em termos gerais, as pessoas que foram diagnosticadas com um transtorno explosivo intermitente devem consumir medicamentos ansiolíticos, estabilizadores e/ou antidepressivos, de acordo com cada caso. O objetivo desses medicamentos é reduzir a intensidade própria dos ataques de raiva que a pessoa pode acabar sentindo.
No entanto, é imprescindível que o uso de medicação farmacológica seja supervisionado por um profissional de saúde mental. No seguinte artigo você encontrará mais informações sobre os diferentes tipos de medicamentos para ansiedade.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta edición). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
- Eddy. L. (2020). Trastornos del comportamiento. Adolescere, 8 (1), 28-39.
- Zapata, J.P., Palacio, J. (2016). Trastorno explosivo intermitente: un diagnóstico controversial. Revista Colombiana de Psiquiatría, 45 (3), 214-223.