Transtornos neurocognitivos: o que são, tipos, causas e tratamento

Transtornos neurocognitivos: o que são, tipos, causas e tratamento

De repente, algo no mundo mudou. As lembranças começam a ser difusas, você não sabe com precisão certas datas importantes, tem dificuldade de prestar atenção em certas situações e é complexo encontrar as palavras para expressar uma ideia. É compreensível que isto possa acontecer conosco na vida diária se estivermos atravessando alguma situação que nos gera estresse e/ou ansiedade.

Por que isso está acontecendo comigo? Por que está ocorrendo agora? Provavelmente você tenha feito este tipo de questionamentos se você sentiu que algo assim está acontecendo com você. Estas dificuldades podem nos assustar, já que desconhecemos os motivos que as ocasionam, mas conhecer com maior precisão e detalhe este tipo de problemáticas pode ser de utilidade para abordar situações complexas. Neste artigo de Psicologia-Online, te daremos informações sobre os transtornos neurocognitivos: o que são, tipos, causas e tratamento.

O que são os transtornos neurocognitivos

Os transtornos neurocognitivos correspondem a condições que ocorrem em diversas áreas do cérebro encarregadas de funções mentais, tais como a memória, a linguagem, a atenção, o aprendizado ou o pensamento, entre outros. Geralmente, os transtornos neurocognitivos surgem em pessoas adultas mais velhas, entretanto estas dificuldades também podem aparecer em jovens em uma idade precoce.

Tipos de transtornos neurocognitivos

É importante diferenciar os tipos de transtornos neurocognitivos a fim de estabelecer uma classificação clara das características que cada um apresenta. Isto é crucial dada a gravidade de quadros existentes segundo cada patologia, assim como o modo de abordagem de cada um deles.

Segundo os critérios diagnósticos do DSM-V[1], os tratamentos neurocognitivos se divertem em três categorias:

  • Delírio: este transtorno corresponde a um estado de confusão no qual se produzem alterações na consciência, a linguagem ou a atenção, entre outros. Por sua vez, uma das características principais é a presença de alucinações.
  • Transtorno neurocognitivos menor: representa um déficit cognitivo leve com respeito às capacidades cognitivas de uma pessoa.
  • Transtorno neurocognitivo maior ou demência: produz um maior deterioramento cognitivo que interfere de modo direto nas atividades cotidianas da pessoa.

Uma vez vista as categorias, te mostramos quais são os transtornos neurocognitivos mais frequentes:

  • Mal de Parkinson: é uma doença neurodegenerativa que altera a capacidade de movimento que uma pessoa pode realizar. Além disso, vai afetando paulatinamente as diferentes áreas do cérebro. Neste artigo você encontrará mais informações sobre os sintomas e tratamento do Parkinson.
  • Alzheimer: condição comportamental e cognitiva que se produz por causa da perda de memória a curto e longo prazo. Da mesma forma que o Parkinson, o Alzheimer está relacionado a um transtorno neurodegenerativo do cérebro.
  • Demência vascular: este tipo de transtorno neurocognitivo está vinculado à destruição de certas zonas do córtex cerebral por causa de um bloqueio sanguíneo. Isto traz como consequência dificuldades no funcionamento cerebral.
  • Demência com corpos de Lewy: trata-se de outro transtorno neurodegenerativo que altera progressivamente a atividade cerebral. De forma geral, quem sofre deste quadro apresenta alucinações visuais, tremores corporais e alterações em seus movimentos.
  • Demência frontotemporal: este quadro clínico se corresponde com alterações cerebrais que incidem de modo direto no funcionamento do lóbulo frontal e temporal. Os efeitos destas dificuldades consistem em modificações comportamentais, alterações na linguagem e no comportamento.

Causas dos transtornos neurocognitivos

Compreender as possíveis origens dos transtornos neurocognitivos pode ser de grande interesse a fim de encontrar métodos eficazes para abordar estes problemas. Nos parágrafos seguintes, desenvolveremos as causas dos transtornos neurocognitivos mais relevantes:

  • Fatores genéticos: a alteração de certos genes presentes em pessoas que sofrem de transtornos neurocognitivos possui uma implicância direta a respeito do desenvolvimento das doenças. Da mesma forma, a herança genética representa um fato transcendental, dado que se um familiar apresentou algum transtorno neurocognitivo, é possível que a pessoa também sofra com isso.
  • Comorbidades: a existência de uma doença orgânica de base pode condicionar o desenvolvimento de um transtorno neurocognitivo. É importante dar ênfase no histórico clínico de cada paciente a fim de situar a origem da patologia.

Sintomas dos transtornos neurocognitivos

É crucial conhecer as manifestações, tanto físicas como emocionais e comportamentais, que se desprendem dos transtornos neurocognitivos. A seguir, explicaremos os sintomas mais importantes:

  • Alterações comportamentais.
  • Dificuldades nas relações interpessoais.
  • Perda de memória, atenção e concentração.
  • Confusão.
  • Ansiedade.
  • Apatia.
  • Alterações na percepção.
  • Problemas no sono.
  • Dificuldades na linguagem.

Cabe mencionar que a presença de alguma destas particularidades não implica necessariamente um transtorno neurocognitivo. É imprescindível que o diagnóstico seja estabelecido por um profissional da saúde da área, a fim de avaliar as condições clínicas de cada paciente.

Tratamento dos transtornos neurocognitivos

Apesar das dificuldades que estas patologias acarretam, na verdade, existe uma série de tratamentos disponíveis para fazer frente aos sintomas dos diferentes transtornos neurocognitivos. A seguir, indicaremos os tratamentos mais eficazes:

  • Tratamento farmacológico: este tipo de abordagem consiste em ingerir medicamentos que atuam sobre as conexões neuronais do córtex cerebral. Deste modo, são produzidas melhorias na qualidade de vida do paciente.
  • Fisioterapia: este tratamento consiste no desenvolvimento da mobilidade corporal, o equilíbrio e a força do paciente. Tal procedimento é eficaz diante das patologias que implicam dificuldades na coordenação.
  • Psicoterapia: a terapia pode ajudar a melhorar a área comunicacional do paciente através de diversas estratégias que apontam para a construção de recursos frente a determinadas situações.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría. (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.) Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Tello-Rodríguez, T., Alarcón, R., Vizcarra-Escobar, D. (2016). Salud mental en el adulto mayor: Trastornos neurocognitivos mayores, afectivos y del sueño. Rev Perú Med Exp Salud Pública, 33 (2), 342-350.