Como saber se sua/seu namorada/o te trai pelo WhatsApp
Alguma vez você notou que, em vez de focarem no momento presente, você e sua namorada ficam olhando seus celulares durante o tempo que passam juntos? Este comportamento se tornou bastante comum. Os novos dispositivos tecnológicos e a grande quantidade de redes sociais que foram desenvolvidas possibilitam novas formas de se vincular que favorecem o contato frequente.
Esta nova realidade traz consigo prós e contras se comparada às relações interpessoais e um dos aspectos que traz uma nova relevância neste contexto é o assunto da fidelidade. A ideia de que sua/seu namorada/o te trai pelo WhatsApp passou por sua cabeça? Neste artigo de Psicologia-Online, vamos falar sobre alguns comportamentos que poderiam ser considerados sinais de advertência. Vejamos como saber se sua/seu namorada/o te trai pelo WhatsApp.
Infidelidade nas redes sociais
A partir de um marco sociológico, Tania Rodríguez Salazar (2020) destaca que o conceito de fidelidade varia ao longo da história e nas diferentes sociedades. No imaginário romântico do ocidente, as relações monogâmicas - sexual e emocionalmente exclusivas - constituem o ideal sociocultural. Por este fato, a fidelidade geralmente é um dos aspectos mais valorizados nas relações de casal, pois contribui com um estado de humor particular que assegura a perduração do vínculo, sem importar o passar do tempo nem a mudança das forças iniciais que deram lugar à relação.
A incorporação dos meios digitais traz consigo novas formas de infidelidade. As redes sociais, como o WhatsApp, são canais de comunicação que facilitam e possibilitam se envolver com outras pessoas em termos românticos e potencializam formas de interação mais desinibidas em comparação com contextos presenciais. Estas condições dão lugar à criação de vínculos íntimos e tornaram comum se apaixonar, flertar, trair e até mesmo enviar mensagens, áudios, fotos ou vídeos com conteúdo sexual. Elementos do amor romântico, tais como a imaginação, a fantasia e a idealização do outro, se intensificaram através dos meios digitais.
Infidelidade virtual nas redes sociais
A infidelidade virtual ou cibernética, isto é, a infidelidade por meio da internet, é difícil de definir. Ainda existem perguntas sobre os tipos de comportamentos que os casais consideram como infidelidade na internet. Os casais desenvolvem regras sobre os comportamentos que são aceitáveis e inaceitáveis, mas frequentemente estas regras não são expressadas e se assume que o outro compartilha das mesmas.
Há diferentes definições de ciberinfidelidade, mas, em termos gerais, todas integram como atos infiéis qualquer ação que se oculta do/a parceiro/a e que toma tempo, energia ou qualidade das atividades feitas com o/a companheiro/a primário. Frank Pittman e Tina Wagers (2005) explicaram que o sinal primordial da infidelidade é o acobertamento da conduta.
Como saber se sua/seu namorada/o te trai pelas redes sociais
Os comportamentos geralmente associados com a infidelidade na internet são o cibersexo, o sexting, isto é, troca de mensagens com cunho sexual, os encontros, os flertes e ver pornografia. Algumas pesquisas avaliaram que o impacto negativo da ciberinfidelidade na relação primária é menor que o impacto da infidelidade offline pela ausência de contato físico. Outros estudos descobriram que ações que não possuem natureza sexual, como compartilhar segredos, expressar preocupação ou se comunicar diariamente, possuem potencial para gerar conflitos.
Como saber se sua namorada te trai pelo WhatsApp
Mesmo que existam maneiras de investigar possíveis infidelidades por WhatsApp revisando diretamente o aplicativo da pessoa, recorrer a este tipo de ação pode ser prejudicial e poderia aumentar o nível de ansiedade que é produzido pela simples suspeita de uma traição. Por este motivo, oferecemos informação sobre alguns estudos que se dedicaram a identificar comportamentos que poderiam se associar a uma infidelidade por redes sociais.
Por um lado, Juan A. González Rivera (2019) desenvolveu um inventário com o objetivo de medir o impacto das redes sociais no bem-estar dos casais monogâmicos em Porto Rico e na América Latina. Este instrumento é o Inventário Breve de Comportamentos Relacionados à Infidelidade nas Redes Sociais (ICRIRS) e possui oito itens focados em comportamentos ambíguos, isto quer dizer que poderiam estar associados a uma infidelidade cibernética, mas que também poderiam ser explicados por outras razões ou condições. Os comportamentos que o inventário examina são:
- Incômodo se você lê as conversas dela
- Certeza de que você se se irritaria se olhasse as mensagens
- Ocultar conversas ou conteúdos
- Maior intimidade emocional com outras pessoas nas redes sociais que com você
- Irritação se você pergunta com quem ela interage nas redes sociais
- Preferir que você não tenha acesso a suas redes sociais nem a seu celular.
Como saber se sua/seu namorada/o fala com outra pessoa
Por outro lado, Jaclyn D. Cravens, Kaitlin R. Leckie e Jason B. Whiting (2013) distinguem diversos sinais de advertência ao examinar os relatos de pessoas que experimentaram uma infidelidade cibernética por parte de seus/suas parceiros/as. Os sinais de advertência identificados são comportamentos observáveis que consistem em pistas verbais ou não verbais e pode se dividir em três subtemas. Vejamos 3 sinais ou dicas para saber se sua/seu namorada/o te trai pelo WhatsApp. Uma traição online é provável se você detectar o seguinte:
Presença de uma intuição ou pressentimento
O integrante do casal, que não está traindo, frequentemente comenta sobre um sentimento que pode ser traduzido como a ideia de que algo não anda bem no relacionamento. Os participantes do estudo definem como um sentimento visceral, um mau pressentimento e algumas mulheres como intuição feminina.
Mudança no comportamento
Surgem mudanças no comportamento da/o namorada/o, antes ou durante o tempo que a traição ocorre. Alguns exemplos destas mudanças são:
- Passa mais e mais tempo no WhatsApp
- Perda de peso
- Compra de roupa nova
- Demonstração de ressentimento por você
Segredos
Além da mudança geral de comportamento, nota-se uma tendência particular a ocultar coisas. Alguns exemplos incluem:
- Fechar janelas de internet para escondê-las de você quando você entra no quarto
- Ocultar mensagens ou conversas
- Falta de comunicação
- Preferir que você não tenha acesso às redes sociais nem ao celular dela
- Mudanças de senhas
- Novas limitações no acesso aos dispositivos tecnológicos, como colocar senha no celular
O que fazer diante de uma traição
A suspeita de que sua/seu namorada/o te trai pelo WhatsApp certamente se deve a aparição de novos comportamentos. É provável que, ao detectar estas novas condutas, sua resposta emocional acione os alarmes, tomando a forma de um sentimento visceral.
Muitos dos comportamentos mencionados se caracterizam por sua ambiguidade, isto quer dizer que não são sinais claros nem definitivos de uma traição. Uma forma de agir diante destas ambiguidades consiste em tentar se comunicar com sua/seu namorada/o e expressar de forma clara e direta suas preocupações. Se você acredita que faltam ferramentas para você enfrentar esta situação, não deixe de considerar a opção de pedir ajuda a um especialista em terapia de casal.
Se você segue com dúvidas, veja também o nosso artigo sobre Como descobrir uma traição e caso sua suspeita se revele verdadeira sugerimos a leitura de Como superar uma traição
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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- Cravens, J. D., Leckie, K. R., & Whiting, J. B. (2013). Facebook infidelity: When poking becomes problematic. Contemporary Family Therapy, 35(1), 74-90. DOI: 10.1007/s10591-012-9231-5
- Rivera, J. A. G. (2019). Conductas relacionadas a la infidelidad en las Redes Sociales: validación y estudio psicométrico. Informes Psicológicos, 19(2), 43-51 http://dx.doi.org/10.18566/infpsic.v19n2a03
- Salazar, T. R. (2020). La infidelidad en internet: un panorama sobre el fenómeno y su investigación. Digithum, (25) https://doi.org/10.7238/d.v0i225.3209