O que é psicologia reversa no amor e como usá-la
A psicologia reversa no amor envolve dizer ou fazer o oposto do que se deseja alcançar para influenciar o parceiro. O objetivo da psicologia reversa é persuadir uma pessoa com o contrário do que realmente se deseja. Esta técnica, que deriva da "reatância" ou tendência de querer fazer o oposto do que nos é pedido, pode ser muito eficaz em determinados contextos. Mas, pode ela ser aplicada no amor e nas relações de casal? É adequado ou pode resultar contraproducente?
Neste artigo de Psicologia-Online, contamos o que é psicologia reversa no amor e como usá-la. Descubra também como ela pode ajudar a evitar discussões.
O que é psicologia reversa no amor
A psicologia reversa no amor é um conjunto de técnicas psicológicas usadas para influenciar os sentimentos e comportamentos de outra pessoa. Para isso, sugere-se ou insinua-se o contrário do que realmente se deseja alcançar. Se você quer entender melhor a psicologia reversa, não perca este artigo sobre "Habilidades comunicativas: quais são e como desenvolvê-las".
Este método parte da tendência de que as pessoas fazem o oposto do que é sugerido quando sentem que sua liberdade está sendo ameaçada. No entanto, esta técnica nem sempre é eficaz e pode levar a uma atitude manipuladora por parte de quem a utiliza. Portanto, a chave é usá-la de forma sutil e respeitosa, sem forçar nem pressionar a outra pessoa.
No final das contas, a psicologia reversa, como qualquer outra ferramenta psicológica, pode ter efeitos positivos e negativos: se usada de forma ética e com boas intenções, pode ajudar a melhorar a comunicação e a dinâmica em uma relação. Se, pelo contrário, for empregada com a intenção de restringir a liberdade da outra pessoa ou manipular sua percepção das coisas, pode causar desconfiança e ressentimento.
Como usar a psicologia reversa no amor
Em um relacionamento ou, até mesmo, durante o processo de conquista, existem algumas técnicas de psicologia reversa que você pode aplicar. Estas são algumas das mais habituais e eficazes no amor:
Desinteresse calculado
Mostrar indiferença em relação a algo pode aumentar o interesse da outra pessoa. Por exemplo, se você sempre é o primeiro a propor algo, tente deixar que a outra pessoa tome a iniciativa. Essa mudança pode fazer com que o outro sinta que precisa se esforçar mais para manter o relacionamento.
Elogios indiretos
Em vez de pedir diretamente ao seu parceiro que aja de uma forma determinada, elogie-o para que ele se sinta motivado a agir assim. Se você deseja que ele seja mais atencioso, elogie-o com algo como: "adoro quando você tem iniciativa e fazemos planos novos juntos". Aqui você encontrará ideias de "Jogos para casais para fortalecer a relação".
Desafio sutil
Pequenos desafios podem despertar o interesse de algumas pessoas. Assim, se seu parceiro é competitivo e você deseja que ele se interesse mais pelos seus hobbies, você poderia dizer: "não acho que você goste disso tanto quanto eu". Comentários desse tipo podem motivar a outra pessoa a experimentar a atividade e, possivelmente, a apreciá-la.
Desistir
Durante uma discussão, é comum que um dos dois adote o papel de perdedor. Dessa forma, a outra pessoa abaixa as defesas e descobre que não queria apenas vencer a discussão, mas que talvez estava sendo injusta demais.
Exemplos cotidianos de psicologia reversa
Recorrer à psicologia reversa no amor é muito mais comum do que pode parecer. Na verdade, não são poucas as pessoas que utilizam essas técnicas de forma inconsciente, tanto dentro quanto fora de um relacionamento amoroso.
Um exemplo cotidiano é quando o chefe de uma empresa sugere a um de seus funcionários que ele ainda não está pronto para assumir um novo desafio, motivando-o a demonstrar o contrário e a aceitar o desafio com entusiasmo. Algo semelhante acontece na publicidade, quando se sugere que um produto é difícil de conseguir e se desperta o desejo dos consumidores em obtê-lo. A seguir, mostramos mais exemplos de psicologia reversa cotidianos:
- Sair para jantar: você quer que seu parceiro escolha um restaurante novo para sair para jantar, mas ele costuma ser indeciso. Em vez de sugerir diretamente um restaurante novo, você poderia dizer: "não sei se você gostaria de experimentar algo diferente desta vez, mas podemos ir ao mesmo lugar de sempre, se preferir";
- Passar tempo juntos: você quer passar o fim de semana com seu parceiro. Tente dizer: "você tem planos para este fim de semana? Não vamos poder passar muito tempo juntos, não?";
- Planejar uma viagem: você quer que seu parceiro escolha um destino para as próximas férias em casal. Em vez de propor o destino você mesmo, diga: "se você tivesse que escolher entre Milão e Minorca, onde preferiria ir de férias neste verão?";
- Resolver conflitos: você quer conversar com seu parceiro sobre um problema ou um tema delicado. Em vez de forçar a conversa, você poderia dizer: "parece que você não quer falar sobre isso agora, eu entendo".
É possível voltar com um ex usando psicologia reversa?
Quando um relacionamento termina, usar a psicologia reversa com a intenção de recuperar o vínculo pode ser arriscado e potencialmente prejudicial. Embora possam ocorrer casos em que a psicologia reversa gera um resultado favorável, é comum que essa técnica cause confusão, ressentimento e/ou desconfiança.
No final das contas, relacionamentos saudáveis e equilibrados se baseiam em uma comunicação transparente, empatia e respeito mútuo. Ou seja, tentar manipular seu ex-parceiro por meio dessa técnica psicológica não só violaria esses princípios como, provavelmente, pioraria a situação.
Portanto, se o seu objetivo é se reconciliar com seu ex, é aconselhável agir com autenticidade e disposição para resolver os problemas que levaram à separação. No entanto, se você tiver dúvidas sobre como agir ou acredita que pode estar em um relacionamento tóxico e viciante, recomendamos consultar um psicólogo. Neste artigo, você encontrará dicas sobre "Como falar com o ex depois de muito tempo".
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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