Terapia de casal

Ele/a prefere a família do que eu, isso é normal?

Ele/a prefere a família do que eu, isso é normal?

Para a maioria das pessoas, a família é um pilar muito importante da vida. De fato, é de onde viemos e em grande parte o que nos fez ser quem somos. São o primeiro contato social que temos. Satisfazem nossas necessidades, tanto materiais, como emocionais e intelectuais. No entanto, o que acontece quando somos incapazes de estabelecer novos vínculos por não nos separarmos dela? É então quando nos encontramos diante de uma situação de dependência pela família.

Na medida que os anos vão passando, a família continua sendo um grande apoio para a maioria das pessoas, mesmo que também apareçam novas figuras importantes: as amizades, os colegas de trabalho e o/a parceiro/a. Chega um momento na vida que a pessoa deve "abandonar o ninho" e começar sua vida de forma autônoma, mantendo laços com sua família mas trilhando seu próprio caminho. Nós do Psicologia-Online queremos responder a seguinte dúvida: é normal que ele/a prefira a família do que eu?

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Índice

  1. Ele/a depende emocionalmente de sua família
  2. Ele/a prefere a família do que eu, isso é normal?
  3. O que fazer quando ele/a prefere a família?

Ele/a depende emocionalmente de sua família

Depender emocionalmente da família pode ser um impedimento para empreender a própria vida; isto é, para poder chegar a formar sua própria família.

Pode acontecer de encontrarmos pessoas que, pela forma com que se relacionaram com a família, desenvolvam um padrão de relação com muita insegurança. Às vezes, sem darmos conta e de forma inconsciente, os progenitores transmitem certos medos e desconfiança para as coisas externas, gerando a percepção de que somente o lar e o que é muito bem conhecido são seguros. A pessoa, então, pode se relacionar com novas pessoas com certos medos e perceber situações não conhecidas como ameaçadoras, com muito receio de seguir novos caminhos e relacionamentos. Este fato pode ser fonte de ansiedade e mal-estar para quem o vive e se vê reduzido ao voltar para o lar, onde tudo é conhecido e se sente seguro.


Ele/a prefere a família do que eu, isso é normal?

Como já foi mencionado anteriormente, a família é uma parte importante para a vida de uma pessoa, já que é o primeiro contato com o mundo que temos. De fato, ter problemas com ela é fonte de mal-estar para muita gente. Mesmo assim, dar prioridade a ela sempre não é um fato normal, devemos encontrar um equilíbrio com outras relações.

As pessoas devem estabelecer mais vínculos, além dos familiares. A maturação de um indivíduo passa por sair do lar e estabelecer mais relações que nos permitam ver, observar e aprender diferentes formas de relacionamento e adotar aquelas que acreditamos ser mais úteis para nosso desenvolvimento. De fato, muitas pessoas dizem ter tido professores e professoras que as marcaram, os quais foram um modelo a seguir, ou também amigos que podem ser referências.

Uma pessoa cuja família a proporcionou uma base segura para se relacionar com o mundo, será aquela que é capaz de explorar novas oportunidades e novas metas, estabelecer novas relações - já que recebeu de sua família a confiança necessária para poder explorar - e, além disso, terá a certeza de que ela estará lá haja o que houver. Isto facilitará as competências para estabelecer uma harmonia entre novos vínculos e novas prioridades mantendo a família como uma delas. Por outro lado, aquelas pessoas que em seu lar perceberam as novas relações e experiências como coisas ameaçadoras, terão um desafio maior ao priorizar novas relações diante das já conhecidas, que são as que fazem elas se sentirem seguras.



O que fazer quando ele/a prefere a família?

Se ele/a sempre prioriza a família, prefere os planos com ela e valoriza mais a opinião dela, é normal que você se sinta deslocado/a ou incomodado/a. Como abordar a situação?

1. Expressar compreensão

É importante que seu/sua parceiro/a veja que você entende que a família é um apoio importante e que você compreende a importância que ele/a dá. Faça-o/a entender que sua intenção não é, em nenhum momento, o/a afastar dela, mas sim encontrar um equilíbrio entre a família e suas outras relações, neste caso, você como parceiro/a.

2. Comunicar suas emoções

Mesmo assim, é fundamental também que você possa comunicar quais emoções surgem em você a respeito dessa constante prioridade que ele/a dá. Para isso, é importante que você expresse como se sente pelo fato de que sua família sempre venha antes de você. Lembre-se de fazer isso de uma forma assertiva e empática: "entendo que a família é muito importante para você, mas em certos casos isto me faz sentir excluído/a, de forma alguma quero que você deixe de os ver ou que se afaste, mas podemos procurar momentos diferentes para dedicar a ambos".

No seguinte artigo você encontrará técnicas para desenvolver a assertividade, a capacidade que permite expressar nossas opiniões respeitando a dos outros.

3. Encontrar um equilíbrio

Tente negociar com seu/sua parceiro/a certos aspectos da relação como, por exemplo, fixar que, ao menos um dia na semana vocês irão jantar juntos ou que em um fim de semana por mês vocês tentarão fazer um plano especial e até mesmo organizar uma comida ou janta com os amigos. Desse modo, pouco a pouco ele/a irá descobrindo que pode fazer outros planos no quais pode ficar à vontade sem sua família presente o tempo todo. Para que a negociação possa ser frutífera, em certos casos, também pode ser importante mostrar o respaldo de sua família, oferecendo-se para também fazer algum plano conjunto, se o/a parceiro/a quiser. Assim, vocês podem ir combinando os planos de casal com o tempo para a família e atividades com as amizades.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Bowlby, J. (2003). Vínculos afectivos: formación, desarrollo y pérdida. Madrid: Morata.


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1 comentário
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Suzana
Lendo esse artigoe me identifiquei bastantes. Pois no meu caso nao é diferente, meu marido vive mais pros parentes ( pai,maee irmã) que a própria familia, ele faz tudo dentro da casa do paii dele onde vive: o pai, mãe e irmã. Tudo quem resolve é ele( leva a mae praa consultas , leva pra fazer exames maiis de duas vezes por dia, leva o pai pra tirar dinheiro, fazer fompras, como se pai jap podesse pagar urber ou taxi. O pai ganha super bem e paga um urber pra nada , tudo sao meu medo. Eu chamo ele ate de maria gasolina. A irma dele é a mesma coisa, meu marido vai pro trabalho e volta conversando com ela pra resolver as coisas que nao é dele , compra tudo pra irma , concerta tv. Vai lá dar remédio é u verdeiro inferno na vida da gente . Dao tudo um bando de folgados . Isso acabou com nosso casamento, nao aguento mais isso. Pedi a separação e ele nao sai de casa . Oque fazer ?

Obs: a familia nao gosta dele. O pai dar presente a todos os irmaos dele, menos a ele. Meu marido fez cirurgia ninguém veio visitar e nem ligou pra saber como esta .
Ele/a prefere a família do que eu, isso é normal?