Terapia de casal

Tenho medo de terminar e me arrepender, o que fazer?

 
Cristina Alavedra Barceló
Por Cristina Alavedra Barceló, Psicóloga. 28 abril 2021
Tenho medo de terminar e me arrepender, o que fazer?

Colocar um ponto final em uma relação é uma das decisões mais difíceis que muitas pessoas podem tomar. Somos tomados/as por dúvidas de se queremos terminar, que vêm acompanhadas de vários medos: o que acontece se eu errar ou me arrepender? E se depois do término me dou conta de que gosto dessa pessoa e que quero estar junto dessa pessoa? Neste artigo de Psicologia-Online queremos dar algumas orientações que podem ajudar a saber o que fazer em relação a essas questões. Continue lendo para solucionar a dúvida 'tenho medo de terminar e me arrepender, o que fazer?'.

Índice
  1. Use a imaginação
  2. Escute-se duas vezes quando estiver com essa pessoa
  3. Fale com a outra pessoa
  4. Diário dos sentimentos
  5. Lista de prós e conteas
  6. Perguntar
  7. Dar um tempo
  8. O que você mudaria e o que você manteria

Use a imaginação

Vamos propor uma espécie de jogo: imagine-se durante um dia inteiro que essa pessoa não é sua parceira. Não faça planos, pense no futuro como se essa pessoa já não estivesse na sua vida e, uma vez passado esse dia, escreva como você se sentiu, quais foram as impressões do fato de não ver a outra pessoa no seu futuro, como você esteve nesse dia sem essa pessoa. Tudo isso são experiências e sensações que poderão te ajudar a tomar uma decisão.

Escute-se duas vezes quando estiver com essa pessoa

Nosso corpo é sábio e nos manda sinais. Quando estiver com a outra pessoa, escute, observe o que você sente ao lado dela, se você se imagina passando mais tempo com essa pessoa, se tem vontade de compartilhar experiências com ela, o que sentiria se agora ela te dissesse que está indo embora por um longo período. Você sentiria saudades?

Fale com a outra pessoa

A comunicação sempre é a base de um relacionamento, tanto nos bons quanto nos maus momentos - e é por isso que você deve manter um diálogo aberto. Lembre-se que as relações são bidirecionais, vão em ambos os sentidos, e talvez o que você sente seja fruto do que a outra metade do casal sente também. Pergunte como essa pessoa se sente em relação ao relacionamento, se ainda sente encantamento, se quer fazer planos com você, etc.

Diário dos sentimentos

Esta seria uma mistura dos dois primeiros tópicos, mas diferente deles, nele você deverá registrar a cada dia durante várias semanas apontamentos sobre como você se sente com a relação. Por quanto tempo você vai querer escrever no diário é uma decisão sua, mas isso deve ter um fim, ou seja, uma data para terminar. Chegado o dia, descanse por alguns dias e prepare-se para lê-lo por inteiro. A evolução ou não evolução de seus sentimentos acerca do relacionamento podem te ajudar a tomar uma decisão.

Lista de prós e conteas

Essa é uma ferramenta muito comum, mas nem por isso menos útil quando avaliamos deixar ou não uma relação. É importante ver o que perdemos e o que ganhamos com essa ação - como em quase tudo na vida, sempre ponderamos os prós e os contras de nossas ações. Por que não fazer isso agora?

Perguntar

Pergunte às pessoas ao seu redor como elas te veem e quais percepções têm atualmente sobre você. Em muitas ocasiões, as pessoas de fora e ao nosso redor percebem coisas que nós mesmos não somos capazes de perceber. Talvez nos vejam mais apegados/as ou se deram conta de que arrumamos qualquer desculpa para não estar com a outra pessoa. Às vezes, aqueles que estão ao nosso redor podem abrir nossos olhos sobre muitas coisas. Obviamente, devemos perguntar às pessoas que são de confiança e que nos conhecem bem.

Dar um tempo

Nem todos os casais e nem todas as relações aceitam dar um tempo. Obviamente, antes de dar esse passo, avalie se seu/sua parceiro/a pode ou não aceitar dar um tempo. Se depois de pensar sobre isso você acredita que é uma opção, pode pedir ao seu namorado ou namorada um tempo onde os dois tiram um espaço para pensar. Vocês podem estabelecer regras e normas sobre o que pode e o que não pode acontecer durante esse tempo, se vocês querem ou não manter um contato esporádico por mensagens ou se preferem a desconexão absoluta. Esse tempo pode servir para que ambos reflitam sobre que rumo querem que tome o relacionamento ou se já não querem mais que ele continue.

O que você mudaria e o que você manteria

Considere o relacionamento hoje: pergunte-se quantas coisas sobre seu/sua parceiro/a você gostaria de mudar e quantas gostaria que permanecessem. Uma vez feito isso, pontue cada coisa com a importância que tem para você (tanto o que você gostaria que permanecesse quanto o que gostaria que mudasse). Feito esse exercício, reflita sobre quantas das coisas que você gostaria de mudar são algo que pode ser trabalhado dentro do relacionamento ou é inato e característico do/a seu/sua parceiro/a. Esse exercício pode ser muito útil, já que permite que você veja de forma gráfica em que ponto está a relação para você e, além disso, adiciona a pergunta final: quanto esforço você está disposto ou disposta a fazer para que certas coisas da relação mudem? Nesse outro artigo explicamos como ter um relacionamento saudável.

Se ao final você chegar a conclusão de que o melhor é terminar o relacionamento, recomendamos que leia nosso artigo sobre como terminar um namoro numa boa.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Riso, W. (2003). ¿Amar o depender?: cómo superar el apego afectivo y hacer del amor una experiencia plena y saludable. Editorial: Norma.
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