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Amor ou obsessão: como identificar

 
Equipe editorial
Por Equipe editorial. 9 novembro 2022
Amor ou obsessão: como identificar

O amor é um sentimento tão profundo e genial que é capaz de alterar a química do organismo até o ponto em que os hormônios inundem nossa corrente sanguínea e isso dê espaço a diferentes reações. O detalhe é que existe uma linha tênue entre o amor e a obsessão, a qual muitas vezes passa despercebida se não medidas as consequências.

Ainda que seja possível chegar a pensar que o amor e a obsessão são a mesma coisa, a verdade é que são dois conceitos muitos diferentes. Nas relações sadias, a ansiedade do início do relacionamento desaparece com o tempo. Por isso, se seu/sua companheiro ou você não está seguro do que sente com a relação, neste artigo de Psicologia-Online falaremos sobre Amor ou obsessão: como identificar.

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Índice

  1. O que é amor
  2. Como saber se é amor ou obsessão
  3. Como saber se é amor ou obsessão

O que é amor

O amor é uma emoção associada a fortes sentimentos de ternura, afeto e carinho que se manifesta por uma pessoa ou por algo que se ama. Segundo a American Psychological Association (APA)[1], é uma expressão que pode ter diferentes formas, incluídas as demonstrações de cuidado e de identificação pelo próximo, seja o pai, a mãe, os filhos, o/a parceiro/a ou amigos, entre outros.

Como se trata de um conceito tão amplo, as pesquisas introduziram diferentes teorias para explicar os tipos de amor, nos quais se incluem o amor passional, erótico, fraternal, o amor-próprio e outras formas que respondem à percepção individual.

Como se manifesta o amor

O amor é um sentimento que nasce de maneira voluntária e tende a colocar por cima o bem-estar do ser amado. Se manifesta por meio de sensações prazerosas que se experimentam quando estamos na presença da pessoa querida. Isto inclui, além disso, sintomas físicos como o aumento de oxitocina, a aceleração do pulso e do ritmo cardíaco, assim como uma sensação de calma e paz.

Como saber se é amor ou obsessão

A obsessão são pensamentos repetitivos e intrusivos sobre uma ideia fixa, os quais geram impulsos incontroláveis que se traduzem em um estado de ansiedade e insegurança permanente, ao se imaginar cenários negativos na relação. Então, o que é obsessão no amor? É uma idealização altamente tóxica onde surge a necessidade de controle absoluto sobre o/a companheiro/a.

O que é a obsessão por uma pessoa

Com a obsessão, se confunde o amor com sacrifício e com entrega total, o que inclui passar por cima do bem-estar do/a companheiro. Quem sobre com uma obsessão, se esquece dos problemas da vida real e se submerge em uma espiral de pensamentos como, por exemplo, paranoia pela infidelidade ou pelo afastamento, necessidade de controlar as rotinas do/a companheiro/a, entre outras ações que são negativas para todo tipo de relação.

Neste artigo, te contamos como saber se tenho obsessão por alguém.

Amor ou obsessão: como identificar - Como saber se é amor ou obsessão

Como saber se é amor ou obsessão

Como saber se é amor ou obsessão? No início das relações, é difícil identificar se se trata de uma coisa ou outra. No entanto, a seguir, você verá as principais diferenças entre amor e obsessão para que, aplicando a inteligência emocional, saiba identificar cada uma destas emoções.

  1. Quanto à consolidação de planos: quando em uma relação existe um amor sadio, as partes podem se dedicar a alcançar seu próprio desenvolvimento pessoal, independentemente dos planos que tenham como casal. Neste sentido, a relação não limita o crescimento pessoal. Por um lado, a obsessão tende a coagir as decisões individuais por considerar que o/a companheiro/a não tem direito a tomar suas próprias decisões.
  2. Quanto à comunicação: o amor permite às pessoas expressar abertamente suas emoções, sentimentos e estados de humor, sem o medo de que isso destrua a relação. Enquanto que, com a obsessão, a comunicação fica limitada, já que algum dos dois tem medo de dizer o que sente. Além disso, os obsessivos dificilmente podem começar ou terminar o dia sem falar com a outra pessoa, e assim a comunicação se torna uma via para liberar a obsessão.
  3. Quanto a suas ações: quando o amor é recíproco e equilibrado, todas as partes dão e recebem da mesma forma, inclusive não têm interesse em obter nada em troca, além do bem-estar de seu/sua companheiro/a. Por outro lado, quem está obcecado, vive em função de agradar, chegando a irritar o/a parceiro/a com a necessidade de receber a todo momento de sua aprovação.
  4. Quanto ao carinho e ao controle: mesmo que o amor esteja ligado a demonstrações de afeto e carinho, não implica um controle absoluto pela pessoa amada. Por outro lado, a obsessão passa do carinho à necessidade de controle e está unida a uma necessidade de autoridade que não tem nada a ver com o cuidado e a consideração do amor.
  5. Quanto ao espaço individual: quando há amor, os casais respeitam o espaço individual e tratam de não interferir nas decisões de outra pessoa, a menos que seja solicitado. Com a obsessão, desaparece o respeito pelo espaço individual, o que leva a aparição dos ciúmes e da paranoia pela separação.
  6. Quanto à autoestima: outra das diferenças entre amor e a obsessão é que as relações baseadas no amor são bases para elevar a autoestima, já que os envolvidos se complementam e se equilibram para se ajudar a encontrar a melhor versão deles mesmos. Enquanto a obsessão faz com que a outra pessoa se perceba como um elemento que, se não está presente, faz com que a vida não faça sentido.
  7. Quanto à razão: quando uma pessoa está obcecada com outra, não irá contrariar suas ações ou ideias, mesmo que incorretas. Isto faz com que se caia em uma idealização que pode ser muito negativa. Enquanto que, nas relações baseadas no amor sadio, as pessoas sentem conforto e confiança para serem honestos, sem cair no abuso ou na falta de respeito.
  8. Quanto às sensações: o amor verdadeiro vem acompanhado de emoções fortes e reconfortantes como carinho, paz, tranquilidade, estabilidade, sossego, etc. Enquanto que a obsessão traz consequências, como a sensação de sufocamento, de limitação de asfixia e de controle que, de forma geral, deriva em ansiedade, estresse ou na separação.
  9. Quanto ao controle emocional: quando a pessoa é obsessiva, não aceitará um não como resposta e não saberá como controlar a rejeição. Por exemplo, geralmente ameaçam diante de um possível rompimento ou se comportam de forma irracional se o/a companheiro/a pede um pouco de espaço. Com o amor, os casais podem se comunicar para dar seu próprio tempo e até reconhecem quando não são compatíveis para deixar o outro seguir seu caminho.
  10. Quanto ao tempo com seus entes queridos: quando as pessoas se amam de verdade, nunca exigirão à outra pessoa que se afaste de sua família ou de seus amigos. Mas quem é obsessivo, reclamará toda a atenção de seu/sua companheiro/a, ao ponto de proibi-la de se reunir ou de se comunicar com as pessoas queridas.

Dessa forma, quem ama de verdade se esforçará para te fazer feliz, mas quem é obsessivo irá querer apressar tudo na relação para ter o controle absoluto de sua vida. De forma definitiva, tenha cuidado com as relações obsessivas e identificá-las a tempo para poder sair desse círculo danoso.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Diccionario de la Sociedad Americana de Psicólogos (APA). Definición de amor. Disponible en: https://dictionary.apa.org/love
  2. Diccionario de la Sociedad Americana de Psicólogos (APA). Definición de obsesión. Disponible en: https://dictionary.apa.org/lovehttps://dictionary.apa.org/obsession
Bibliografia
  • Brenlla, M. E., Brizzio, A., & Carreras, M. A. (2004). Actitudes hacia el amor y apego. Psicodebate. Psicología, Cultura y Sociedad, (4), 7-23.
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