Crescimento pessoal e autoajuda

Como aproveitar a vida

 
Equipe editorial
Por Equipe editorial. 11 maio 2023
Como aproveitar a vida

Como eliminar as preocupações e aproveitar a vida? Como aprender a viver o presente? Aproveitar mais não tem nada a ver com dinheiro. É possível aprender a desfrutar da vida e pensar menos no futuro. Neste artigo de Psicologia-Online, explicamos como aproveitar a vida e as pequenas coisas cotidianas com orientações psicológicas e conselhos de vida para aproveitar o momento e ser mais feliz.

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Índice

  1. Encontrar prazer no cotidiano
  2. Apreciar a rotina
  3. Prestar atenção no presente
  4. Viver conscientemente
  5. Buscar aquilo que gostamos e que nos motiva

Encontrar prazer no cotidiano

O que é o cotidiano? A Real Academia Española (RAE) define cotidiano como "a característica que distingue o que é rotineiro ou comum todos os dias". Segundo H. Giannini, o cotidiano seria o âmbito em que não acontece nada "especial", nada "extraordinário", apenas trivialidades: acordar quando o despertador toca, tomar café da manhã, pegar o ônibus ou metrô, ler o e-mail, etc. Milhares de gestos, pequenas e imperceptíveis ações que compõem o cotidiano. Tudo acontece como deve ser, sem surpresas, sem mudanças bruscas ou interrupções. Christian Lalive fala em "ritualidades" ou "etiquetas" que são estabelecidas na narrativa da vida cotidiana, constituindo assim o cotidiano.

De acordo com essas definições, parece que o cotidiano e a rotina são a mesma coisa, mas não é exatamente assim. O cotidiano é o conjunto de fatos e eventos que ocorrem no mundo que cerca uma pessoa e que ela vive e experimenta a cada momento do dia. Nesse conjunto de fatos, alguns se repetem constantemente e formam o "rotineiro", isto é, o normal, o habitual e o esperado, e outros surgem de forma imprevisível e inesperada, cortando a rotina e alterando a "normalidade", seja de forma agradável e satisfatória, seja de forma desfavorável. Lalive aponta: "no mais profundo da vida cotidiana, o acontecimento perturba o rotineiro, seus rituais e suas etiquetas e se impõe como o lugar de múltiplas dialéticas vividas (atuadas) do rotineiro e do acontecimento". Portanto, a rotina faz parte do cotidiano e está ligada a ele, pois se ambos fossem a mesma coisa, veríamos que o presente de hoje seria idêntico ao de amanhã.

Apreciar a rotina

O que caracteriza a rotina é a repetição do mesmo (Giannini afirma que "a rotina é o retorno ao conhecido, ao mesmo"), e essa regularidade a torna trivial e insignificante, criando a aparência de que temos controle sobre nossa vida cotidiana. Mas se ocorrer um infortúnio imprevisto e o esperado não acontecer, algo que acontece com mais frequência do que gostaríamos (o trem está atrasado, o carro não liga, uma torção no tornozelo, um acidente doméstico, uma gripe, etc.), ocorre uma ruptura da normalidade, uma "contrariedade", que provoca incerteza e preocupação. É então que o rotineiro se torna relevante, o insignificante se torna transcendental e aquilo que passava despercebido passa de repente a ser o centro de nossa atenção, e a consequência imediata é uma alteração emocional (raiva, frustração, medo, tristeza, ansiedade, etc.) que estraga nosso dia e permanece de forma insistente no nosso emocional, atrapalhando e importunando até que a situação adversa desapareça.

Está comprovado que a ruptura da rotina por alguma contrariedade causa mal-estar e tribulação e quando esta desaparece e volta a rotina, percebemos certo bem-estar. Diante desse fato, cabe fazer uma reflexão: por que se o rotineiro é fonte de bem-estar, só o apreciamos quando não o temos? (por exemplo, só lembramos da saúde quando estamos doentes). A resposta é simples: a rotina nos empurra para agir na maior parte do tempo "no modo automático" (ou seja, diante do mesmo estímulo repetitivo, oferecemos a mesma resposta) e não prestamos atenção a outras coisas interessantes que temos à nossa frente e estas passam despercebidas, e só lembramos delas quando não as temos mais.

Prestar atenção no presente

A vida cotidiana está cheia de estímulos agradáveis, alguns fazem parte das cenas rotineiras e outros estão em nosso ambiente, mas passam despercebidos porque não prestamos atenção suficiente para descobri-los e desfrutá-los. Giannini fala sobre "a possibilidade de me deter diante do desconhecido, do extraordinário, e deixar-me seduzir por ele, segui-lo". Portanto, não devemos desperdiçar as coisas que a vida nos oferece e apreciá-las adequadamente (seguindo o famoso "carpe diem" de Horácio). Por exemplo, algumas ideias para curtir a vida e viver o presente são as seguintes:

  • Apreciar uma paisagem fascinante;
  • Uma refeição saborosa;
  • A fragrância inebriante de um perfume;
  • Uma música envolvente;
  • Uma conversa prazerosa com amigos;
  • Uma reunião familiar agradável;
  • Um lar confortável;
  • Um trabalho inspirador.

Viver conscientemente

Para tornar o cotidiano agradável e satisfatório e os contratempos menos amargos ou frustrantes, é necessário gerir adequadamente a nossa rotina, transformando-a em uma rotina "saudável", saboreando os eventos rotineiros agradáveis e enfrentando com determinação os desagradáveis, tornando-a assim uma oportunidade, quer para desfrutar do bem-estar que ela proporciona, quer para crescer diante dos eventos perturbadores quando ela encontra algum obstáculo. Gerir adequadamente a rotina requer considerar os aspectos que falaremos a seguir.

Buscar aquilo que gostamos e que nos motiva

O cotidiano é formado pelas experiências que a pessoa tem no continuum do espaço-tempo no qual ocorrem os eventos da vida diária. Assim, podem ser observadas duas dimensões: uma espacial e outra temporal.

  • Na primeira, o espaço é configurado através do cenário, que é o espaço físico onde ocorrem todos os eventos (casa, trabalho, rua, etc.). O cenário é composto por todos os elementos (pessoas, objetos, ambientes, etc.) com os quais uma pessoa pode estabelecer qualquer tipo de relação (pessoal, ideológica, estética, sensorial, etc.) e em qualquer momento. Em um mesmo cenário, podem ocorrer múltiplas relações entre seus elementos;
  • Quanto à dimensão temporal, o tempo expressa o momento em que cada evento ocorre em um cenário específico e a duração da experiência que a pessoa tem nele. O tempo da cotidianidade é o presente e, dado que o tempo é um fluxo contínuo, pode-se dizer que se trata de um presente contínuo, sem interferências do passado ou do futuro.

Atendendo a essas duas dimensões, o cotidiano se configura como a soma de todos os cenários que vão se alternando ao longo dos dias sucessivos, e o objetivo da gestão dela será procurar passar o maior tempo possível em cenários agradáveis, estimulantes e gratificantes e evitar aqueles que geram desconforto, frustrações e mau estar.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Bégout, B. (2009). La potencia discreta de lo cotidiano.
  • Giannini, H. (2004). La “reflexión” cotidiana. Hacia una arqueología de la experiencia. Santiago de Chile: Universitaria.
  • Heller, A. (1987). Sociología de la vida cotidiana. Barcelona. Ed. Península.
  • Lalive D’Epinay, C. (2008). “La vida cotidiana: Construcción de un concepto sociológico y antropológico”, Sociedad hoy.
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