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Técnicas para uma comunicação eficaz

 
Equipe editorial
Por Equipe editorial. 2 dezembro 2020
Técnicas para uma comunicação eficaz

As pessoas são seres “sociais”, no sentido de que passamos a maior parte de nossas vidas com outras pessoas. Portanto, é importante aprender a se entender com os outros e a funcionar adequadamente em situações sociais. Certas habilidades de comunicação nos ajudam a melhorar as relações interpessoais. A comunicação é o ato pelo qual uma pessoa estabelece com outra um contato que lhe permite transmitir informações.

É por isso que é importante aprender a se comunicar de forma otimizada, positiva e clara. Nesse artigo de Psicologia-Online vamos descobrir quais são as melhores técnicas para a comunicação eficaz e que o ajudarão a estabelecer pontes de compreensão muito mais positivas e sem erros.

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6 elementos para uma comunicação eficaz

A comunicação eficaz entre duas pessoas é produzida quando o receptor interpreta a mensagem no sentido pretendido pelo emissor.

  1. Emissor: a pessoa (ou pessoas) que emite uma mensagem;
  2. Receptor: a pessoa (ou pessoas) que recebe a mensagem;
  3. Mensagem: conteúdo da informação enviada;
  4. Canal: meio pelo qual a mensagem é enviada;
  5. Código: sinais e regras usadas para enviar a mensagem;
  6. Contexto: situação em que ocorre a comunicação.
Técnicas para uma comunicação eficaz - 6 elementos para uma comunicação eficaz

Tipos de comunicação: verbal e não verbal

As formas de comunicação humana podem ser agrupadas em duas grandes categorias: a comunicação verbal e a comunicação não verbal:

  • A comunicação verbal se refere às palavras que utilizamos e às inflexões de nossa voz (tons de voz).
  • A comunicação não verbal refere-se à um grande número de canais, entre os quais podemos citar como os mais importantes o contato visual, os gestos faciais, os movimentos de braços e mãos ou a postura e a distância corporal.

Comunicação verbal

  • Palavras (o que dizemos);
  • Tom da nossa voz.

Comunicação não verbal:

  • Contato visual
  • Expressão facial (gestos faciais)
  • Movimentos de braços e mãos
  • Postura e distância corporal

Apesar da importância que normalmente atribuímos à comunicação verbal, entre 65% e 80% do total de nossa comunicação com os outros é feita por meio de canais não verbais. Para se comunicar de maneira eficaz, as mensagens verbais e não verbais devem coincidir entre si. Muitas dificuldades na comunicação ocorrem quando nossas palavras se contradizem com nosso comportamento não verbal. Exemplo:

  • Um filho dá um presente de aniversário para seu pai e este, com uma expressão de decepção, diz: “Obrigado, é exatamente o que eu queria”.
  • Um menino encontra seu melhor amigo na rua e, ao cumprimentá-lo, o outro retribui a saudação com um frio e seco “oi” e desvia o olhar.

Técnicas de comunicação eficaz e efetiva: a escuta ativa

Mas vamos ao que interessa e descobrir quais são as técnicas para a comunicação eficaz. Todos conhecemos e poderíamos citar teoricamente quais são os princípios básicos para conseguir uma correta comunicação, mas, talvez por parecer simples, frequentemente esquecemos deles. Algumas das estratégias que podemos empregar são tão simples como as seguintes.

A escuta ativa

Um dos princípios mais importantes e difíceis de todo o processo comunicativo é o saber escutar. A falta de comunicação que sofremos hoje em dia se deve em grande parte por não sabermos escutar os outros. Estamos mais tempo preocupados com as próprias emissões, e nessa necessidade própria de comunicar se perde a essência da comunicação, ou seja, de compartilhar com os outros.

Existe a crença equivocada de que se escuta automaticamente, mas não é assim. Escutar requer um esforço maior do que se faz ao falar e também do que se faz ao escutar sem interpretar o que se ouve. Mas o que é realmente a escuta ativa?.

A escuta ativa significa escutar e entender a comunicação do ponto de vista de quem fala. Qual é a diferença entre ouvir e escutar? Existem grandes diferenças. Ouvir é simplesmente perceber vibrações sonoras. Enquanto que escutar é entender, compreender ou dar sentido ao que se ouve. A escuta efetiva deve ser necessariamente ativa e não passiva.

A escuta ativa refere-se à habilidade de escutar não apenas o que a pessoa está expressando diretamente, mas também os sentimentos, ideias ou pensamentos que estão por trás do que se está dizendo. Para conseguir entender alguém, também é preciso certa empatia, ou seja, saber se colocar no lugar da outra pessoa.

Elementos que facilitam a escuta ativa

  • Disposição psicológica: se preparar interiormente para escutar. Observar o outro: identificar o conteúdo do que ele diz, os objetivos e os sentimentos.
  • Expressar ao outro que você o está escutando com comunicação verbal (entendo, uhum, uh, etc.) e não verbal (contato visual, gestos, inclinação do corpo, etc.).

Elementos a evitar na escuta ativa

  • Não se distrair, porque se distrair é fácil em determinados momentos. A curva da atenção começa em um ponto muito alto, diminui à medida que a mensagem continua e aumenta novamente no final da mensagem. Tente combater essa tendência fazendo um esforço especial para o meio da mensagem com objeto de que nossa atenção não diminua.
  • Não interrompa o orador.
  • Não julgue.
  • Não ofereça ajuda ou soluções prematuras.
  • Não rejeite o que a outra pessoa está sentindo, por exemplo: "não se preocupe, isso não é nada".
  • Não conte "sua história" quando o outro precisa falar com você.
  • Não o contra-argumente. Por exemplo: o outro diz "me sinto mal" e você responde "e eu também".
  • Evite a "síndrome do especialista": você já tem as respostas ao problema da outra pessoa, antes mesmo que ela lhe conte o restante.
Técnicas para uma comunicação eficaz - Técnicas de comunicação eficaz e efetiva: a escuta ativa

Habilidades para a escuta ativa

Como vimos anteriormente, a escuta ativa é um pilar imprescindível para poder desenvolver corretamente nossas habilidades de comunicação. Ela é definida como a capacidade de compreender em todos os níveis aquilo que nos estão dizendo.

Técnicas de comunicação: elementos da escuta ativa

  • Mostrar empatia: escutar ativamente as emoções dos outros é tentar "estar em sua pele" e entender seus motivos. É escutar seus sentimentos e fazer com que saibam que "tomamos conta", tentar entender o que essa pessoa sente. Não se trata de mostrar alegria, mas sim de ser simpático. Simplesmente, somos capazes de nos colocar no lugar dele. No entanto, não significa aceitar nem estar de acordo com a posição do outro. Para demonstrar essa atitude, usaremos frases como: “entendo o que você sente”, “eu percebo que...”.
  • Parafrasear: este conceito significa verificar ou dizer com as próprias palavras o que parece que o emissor acaba de dizer. É muito importante no processo de escuta, pois ajuda a compreender o que o outro está dizendo e permite verificar se realmente está entendendo e não interpretando mal o que está sendo dito. Um exemplo de parafrasear pode ser: “Então, a meu ver, o que aconteceu foi que...”, “Quer dizer que você se sentiu...?”.
  • Emitir palavras de reforço ou elogios: podem ser definidos como verbalizações que bajulam a outra pessoa ou reforçam seu discurso ao transmitir que alguém o aprova, está de acordo ou compreende o que acaba de dizer. Alguns exemplos dessa técnica de comunicação seriam: "Isso é muito divertido"; "Adoro conversar com você" ou "Você deve ser muito bom jogando tênis". Outro tipo de frases menos diretas também serve para transmitir o interesse pela conversação: "Bem", "umm" ou "Ótimo!".
  • Resumir: por meio dessa habilidade de comunicação, informamos à outra pessoa nosso grau de compreensão ou da necessidade de maiores esclarecimentos.

Habilidades de comunicação e suas técnicas

Mas, além da escuta ativa, existem outras técnicas para a comunicação eficaz. Aqui, descobrimos alguns exemplos e habilidades de comunicação que o ajudarão a conseguir uma boa escuta e compreensão.

Técnicas de comunicação eficaz: habilidades

  • Evite os rótulos: ao criticar a outra pessoa, fale do que ela faz, não o que ela é. Os rótulos não ajudam a pessoa a mudar, mas reforçam suas defesas. Falar do que é uma pessoa seria: "você se esqueceu de tirar o lixo de novo. Você é um desastre"; enquanto que falar do que faz seria: "você esqueceu de tirar o lixo de novo. Ultimamente você tem esquecido muito das coisas".
  • Discutir os assuntos um de cada vez, não "aproveitar" o que está sendo discutido, por exemplo sobre a impontualidade do cônjuge, para censurá-lo de passagem por estar ausente, esquecido e que não é carinhoso.
  • Não acumular emoções negativas sem comunicá-las, pois elas produzirão uma explosão que leva a uma hostilidade destrutiva.
  • Não falar do passado: relembrar antigas vantagens, ou trazer à tona a “roupa suja” do passado, não só não traz nada de útil, mas também desperta sentimentos ruins. O passado só deve ser trazido à tona de forma construtiva, para utilizá-lo de modelo quando tiver sido bom e estivermos tentando reconstituir comportamentos positivos, talvez um pouco esquecidos. Mas é claro que o passado não pode ser mudado; portanto, é necessário direcionar as energias ao presente e ao futuro.
  • Seja específico: ser específico, concreto, preciso, é uma das técnicas para uma comunicação efetiva. Depois de uma comunicação específica, há mudanças; é uma forma concreta de avançar. Quando se é inespecífico, raramente mobiliza alguma coisa. Se, por exemplo, nos sentimos solitários e desejamos mais tempo para estar com nosso cônjuge, não diga apenas algo como: “Você me ignora”, “Me sinto só”, “Sempre está ocupado/a”. Embora tal formulação expresse um sentimento, se não fizermos uma proposta específica, provavelmente as coisas não mudarão. Seria apropriado acrescentar algo mais. Por exemplo: “O que você acha se ambos nos comprometermos em deixar tudo o que temos em mãos às 9 da noite, e assim poderemos jantar juntos e conversar?”.
  • Evite as generalizações: os termos "sempre" e "nunca" raramente são verdadeiros e tendem a formar rótulos. É diferente dizer: "ultimamente te vejo um pouco ausente" do que "você está sempre nas nuvens". Para ser justo e honesto, para chegar a acordos, para produzir mudanças, são mais eficazes expressões do tipo: “Na maioria das vezes”, “Às vezes”, “Algumas vezes”, “Frequentemente”. São formas de expressão que permitem ao outro se sentir corretamente valorizado.
  • Seja breve: repetir várias vezes a mesma coisa com diferentes palavras, ou prolongar excessivamente a abordagem, não é agradável para quem escuta. Produz a sensação de ser tratado como alguém de pouca luz ou como uma criança. Em qualquer caso, corre o risco de ser evitado como incômodo quando começa a falar. É preciso lembrar que: “O bom, se breve, é duas vezes melhor”.
Técnicas para uma comunicação eficaz - Habilidades de comunicação e suas técnicas

A importância da comunicação não verbal

Pra cuidar da comunicação não verbal, levaremos em consideração o seguinte:

  • A comunicação não verbal deve andar de mãos dadas com a verbal. Dizer "você sabe que eu te amo" com uma cara irritada deixará a outra pessoa pior do que se não tivesse dito nada.
  • Contato visual: é a porcentagem do tempo em que você olha nos olhos da outra pessoa. O contato visual deve ser frequente, mas não exagerado.
  • Afeto: é o tom emocional adequado para a situação na qual você está interagindo. É baseado em índices como o tom de voz, a expressão facial e o volume da voz (nem muito alto nem muito baixo).

Escolha o lugar e o momento adequados

Às vezes, um bom estilo comunicativo, um modelo coerente ou um conteúdo adequado podem ser arruinados se não tivermos escolhido o momento adequado para transmiti-lo ou para estabelecer uma relação. É importante cuidar de alguns aspectos que se referem ao momento em que se deseja estabelecer a comunicação:

  • A atmosfera: o lugar, o barulho que existe, o nível de intimidade...
  • Se vamos criticar ou pedir explicações, devemos esperar para ficar a sós com nosso interlocutor.
  • Se vamos elogiá-lo, será bom que ele esteja com seu grupo ou com outras pessoas importantes.
  • Se uma discussão começou e vemos que está ficando fora de controle ou que não é o momento apropriado, usaremos frases como: “se não se importa, podemos continuar discutindo isso em... mais tarde”.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia

DE LAS HERAS RENERO, Mª DOLORES Y COLS. Programa Discover. Junta Castilla y León.
E. CABALLO, VICENTE. Manual de evaluación y tratamiento de las habilidades sociales. SIGLO XXI. 1999.
GOLDSTEIN ARNOLD. Habilidades sociales y autocontrol en la adolescencia. SIGLO XXI. 1999.
LUENGO MARTÍN, Mª ÁNGELES Y COLS. Construyendo la Salud. MEC.
MARTHA DAVIS, MATTHEW MCKAY. Técnicas de autocontrol emocional. MARTÍNEZ ROCA. 1998.
VALLÉS ARANDIGA A. Y VALLÉS TORTOSA C. Programa de refuerzo de las habilidades sociales III. EOS.

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