Psicologia social

Tipos de feminismo que existem na atualidade

 
Marta Thomen Bastardas
Por Marta Thomen Bastardas, Psicóloga. Atualizado: 7 junho 2023
Tipos de feminismo que existem na atualidade

O feminismo surge como um movimento social e político no final do século XVIII. No entanto, a consideração atual que temos sobre o feminismo vem mudando ao longo dos anos, devido à sua longa trajetória na história. Atualmente, é concebido como um movimento que visa conscientizar sobre a situação de subordinação da mulher dentro da sociedade e sua opressão. Diversos tipos de feminismo têm surgido a partir do conceito geral de fazer mais visível a figura da mulher na sociedade.

Para conhecer o que é ser feminista, bem como a trajetória do feminismo desde suas origens e os tipos de feminismo que surgiram, continue lendo este artigo de Psicologia-Online, tipos de feminismo que existem na atualidade.

Índice

  1. O que é ser feminista
  2. Origem e história do feminismo
  3. Principais tipos de feminismo
  4. Feminismo liberal
  5. Feminismo radical
  6. Feminismo interseccional
  7. Outros tipos de feminismo
  8. 3 pilares do feminismo

O que é ser feminista

Atualmente, fala-se muito de feminismo e feministas, mas o que é exatamente ser feminista? Ser feminista é ser uma pessoa que busca desligar a discriminação com o gênero, desprendendo-se dos tabus sexuais que oprimem e reorganizar nossa sociedade, no sentido de derrubar os limites do desenvolvimento pessoal por causa do sexo.

Atualmente, o feminismo não concebe gêneros, tanto um homem como uma mulher podem ser feministas. Portanto, ser feminista é ser uma pessoa que acredita na igualdade de gênero e a assume na sua vida, executando-a a partir de práxis pessoais e profissionais. Em suma, uma pessoa feminista busca conviver em igualdade de direitos, oportunidades e condições.

Origem e história do feminismo

Primeira Onda do Feminismo

A Primeira Onda do Feminismo é o feminismo ilustrado e a Revolução Francesa. Neste ponto encontra-se a origem do feminismo. A primeira expressão do feminismo nasce na Revolução Francesa e as revoluções socialistas, ao observar que as liberdades, os direitos e a igualdade jurídica foram os pilares das revoluções liberais do momento, mas não afetaram as mulheres. Diante disso, as mulheres começaram a reivindicar seu direito de autonomia e igualdade.

Essa primeira aproximação do feminismo era regida pelos princípios da ilustração, sendo sua ideia fundamental a busca da igualdade entre ambos os sexos. As mulheres lutaram pelo direito à igualdade jurídica e legal e pela possibilidade de exercer outros ofícios que não eram meramente administrativos ou domésticos.

Segunda Onda do Feminismo

A Segunda Onda do Feminismo compreende desde a revolução francesa até meados do século XIX e consiste no feminismo liberal sufragista. Continuando com a história do feminismo, temos a segunda onda do feminismo, a qual nasce nos Estados Unidos, devido a luta pela independência do país e ao encerramento da escravidão. As mulheres lutaram pela causa, envolvendo-se em questões políticas e sociais. Como resultado, as mulheres começaram a lutar pelo sufrágio, o qual constava de dois objetivos: o direito da mulher ao voto e os direitos educacionais. Diante disso, a solução apresentada pelo referido grupo se sustentava em descartar toda legislação discriminatória. No entanto, até depois da Primeira Guerra Mundial não foi aceito o direito a voto em igualdade de condições. A Primeira GM permitiu o acesso das mulheres à economia, à indústria e à administração pública, porque os homens estavam no front e diante disso, foi inegável reconhecer as demandas das mulheres sufragistas.

No entanto, na Espanha, o feminismo apareceu posteriormente, surgindo em 1920 associações feministas que defendiam o direito da educação e do voto. Somente na década de 1930 que a maioria dos países reconheceram o direito de igualdade de voto.

Posteriormente, as mulheres levantaram o direito a acessibilidade ao ensino superior e a todas as profissões profissionais. Por outro lado, exigiram igualdade de direitos civis e desejavam compartilhar com o homem a autoridade parental dos filhos. Além disso, buscavam a igualdade salarial, enfatizando os valores de igualdade e os valores democráticos. Todas essas premissas foram sustentadas em um movimento centrado em princípios liberais.

Terceira Onda do Feminismo

A seguir, a Terceira Onda do Feminismo, que consiste no feminismo contemporâneo. O feminismo contemporâneo nasce como resultado das revoluções dos anos 60, até a atualidade. Uma das principais objeções era a diversidade da mulher, em um feminismo baseado na crítica do uso monolítico da mulher, expressando a diversidade de situações entre as mulheres. A diversidade foi entendida como o gênero, a raça, a etnia, o país e a preferência sexual.

Por outro lado, buscava derrubar o estereótipo sexualizado da mulher nos meios de comunicação, na publicidade e até na arte. Outra premissa foi a abolição do patriarcado determinando que, muito além do direito à educação e ao voto obtidos anos atrás, é a própria estrutura da sociedade que compromete as desigualdades, configurando hierarquias que ainda hoje beneficiam os homens.

Finalmente, nasce o debate com o lema “o pessoal é político”, onde se manifesta a abolição da violência contra as mulheres, o direito ao aborto ou à concepção e à saúde feminina. A partir dos anos oitenta, as diferentes correntes de feminismo que foram surgindo como tipos de feminismos, expostas a seguir, entram em um intenso debate. Por último, é interessante ler algumas frases feministas para conhecer melhor o que é o feminismo e ver como ele evoluiu na história.

Principais tipos de feminismo

Os principais tipos de feminismo são os chamados liberal, radical e interseccional, veja o que defende cada um.

Feminismo liberal

O feminismo liberal é uma corrente dentro do movimento feminista que busca alcançar a igualdade de gênero por meio de uma abordagem política e social baseada nos princípios do liberalismo. O feminismo liberal valoriza os direitos individuais, a liberdade de escolha e a autonomia das mulheres, defendendo que elas devem ter as mesmas oportunidades e direitos que os homens.

Os feministas liberais lutam por uma série de questões, incluindo igualdade salarial, acesso igualitário à educação e aos cargos de liderança, proteção contra a violência de gênero e a garantia dos direitos reprodutivos das mulheres. Eles argumentam que o Estado deve desempenhar um papel ativo na promoção da igualdade de gênero, através de políticas públicas e legislação que combatam a discriminação e criem condições equitativas para mulheres e homens.

Críticas ao feminismo liberal

O feminismo liberal também tem sido alvo de críticas. Algumas pessoas argumentam que sua ênfase nos direitos individuais e na igualdade formal pode não abordar adequadamente as desigualdades estruturais e sistêmicas que afetam as mulheres. Além disso, há críticas de que o feminismo liberal pode ser exclusivo para mulheres de certas classes sociais, negligenciando as experiências e necessidades de mulheres de grupos marginalizados, como mulheres negras, indígenas, transgêneros ou pobres.

Feminismo radical

O feminismo radical é uma corrente dentro do movimento feminista que busca analisar e combater as raízes estruturais da opressão de gênero. Ele enfoca a opressão das mulheres como resultado de estruturas sociais e culturais patriarcais, que beneficiam os homens e perpetuam a desigualdade de gênero.

As feministas radicais acreditam que a opressão das mulheres é inerente à sociedade e que a luta pela igualdade de gênero requer mudanças fundamentais na estrutura social e na ordem patriarcal. Elas argumentam que a opressão de gênero está profundamente enraizada nas instituições sociais, como a família, o casamento, a sexualidade, a educação e a economia. Portanto, o feminismo radical busca questionar e transformar essas estruturas para alcançar a libertação das mulheres.

Algumas das principais questões abordadas pelo feminismo radical incluem a violência contra as mulheres, a exploração sexual, a opressão reprodutiva, a divisão sexual do trabalho e a objetificação das mulheres na mídia e na cultura. As feministas radicais também criticam a noção de gênero como uma construção social e argumentam que a categoria de mulher é baseada na biologia e nas experiências compartilhadas de opressão.

Críticas ao feminismo radical

É importante ressaltar que o feminismo radical também tem sido objeto de críticas. Algumas pessoas argumentam que sua ênfase na opressão de gênero exclusivamente em termos de sexo biológico pode excluir e marginalizar as experiências de mulheres transgênero. Além disso, há divergências dentro do feminismo radical em relação a questões como sexualidade, maternidade e identidade de gênero.

Feminismo interseccional

O feminismo interseccional é uma abordagem do feminismo que reconhece e busca compreender as interseções entre diferentes formas de opressão e discriminação, como gênero, raça, classe social, sexualidade, habilidade física e outras características identitárias. Ele reconhece que as experiências das mulheres são moldadas por uma combinação de diferentes sistemas de opressão e privilégios, e busca enfrentar essas interseções de forma integrada.

A teoria da interseccionalidade foi desenvolvida por acadêmicas feministas negras, como Kimberlé Crenshaw, nos anos 1980. Ela argumenta que as formas de opressão não podem ser analisadas isoladamente, mas sim de maneira interconectada, considerando a interação e sobreposição de diferentes identidades e sistemas de poder.

O feminismo interseccional reconhece que as mulheres têm experiências diferentes com base em sua raça, classe social, orientação sexual, deficiência, entre outros aspectos. Ele busca dar visibilidade e voz às experiências de mulheres que são marginalizadas e enfrentam múltiplas formas de discriminação.

Além disso, o feminismo interseccional enfatiza a importância de incluir perspectivas e experiências diversas nos debates e nas lutas feministas, a fim de construir uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres.

O feminismo interseccional busca abordar questões como o racismo, a exploração econômica, a violência sistêmica, o preconceito baseado na orientação sexual e a exclusão de mulheres transgênero. Ele também destaca a importância de alianças entre diferentes movimentos sociais, reconhecendo que as lutas contra a opressão devem ser interligadas e solidárias.

É importante destacar que o feminismo interseccional é um conceito em constante evolução e que está aberto a interpretações e perspectivas diversas. Ele busca ampliar a compreensão do feminismo tradicional, reconhecendo e enfrentando as complexidades das experiências das mulheres em sociedade.

Outros tipos de feminismo

Hoje existem uma diversidade grande de tipos de feminismo e cada um defende ideias específicas. Agora que você já conhece os principais tipos de feminismo, vejamos quais são os outros:

Feminismo anarquista

O feminismo anarquista começa nos finais da segunda onda feminista, nos anos 60. Refere-se a um feminismo radical, o qual defende que o sistema patriarcal de nossa sociedade é o verdadeiro problema, pois transmiti o autoritarismo e a opressão do homem sobre o gênero feminino. Essa corrente defende que se a função é lutar contra o patriarcado, essas devem se opor à todas as manifestações deste, porque são estruturas opressivas por si mesmas.

Feminismo abolicionista

Compartilha as premissas do feminismo radical, destacando também a luta contra a prostituição e a pornografia, classificando-as como manifestações próprias do patriarcado.

Transfeminismo

Outro dos tipos de feminismo que existem na atualidade é o transfeminismo. Como o feminismo abolicionista, este tipo de feminismo compartilha as principais premissas do feminismo radical, acrescentando a não concepção da transexualidade, pois acreditam que os aspectos masculinidade e feminilidade são construções formuladas pela sociedade, às quais se opõem.

Feminismo igualitário

Compartilha a ideia do transfeminismo de nos desfazer dos papéis de gênero, os quais interpreta como influências da cultura e da educação. Seu principal objetivo é que a mulher possa ter o mesmo status que o homem, diferindo de outras correntes feministas, pois se refere ao conceito de status masculino, enquanto as outras não.

Feminismo da diferença

Ao contrário da corrente igualitária, surge nos anos 90, introduzindo a perspectiva da diferença entre o homem e a mulher. Começaram com o trabalho da crítica à linguagem e seu trabalho sobre esta. Reivindica a diferença entre homens e mulheres, com diferenças de valores, indicando que as mulheres não devem ser tratadas como homens. Estabelecem uma ruptura radical com o sistema patriarcal, com o objetivo de mudar a concepção do mundo, não apenas reduzir o tratamento do gênero ou resgatar algumas mulheres. Busca ampliar a luta à tarefa política.

Ecofeminismo

Outro dos tipos de feminismo que existem na atualidade é o ecofeminismo. O ecofeminismo apareceu na Europa no final do século XX, como uma resposta à apropriação do gênero masculino da agricultura e da reprodução, tendo como consequência a superexploração das terras e na comercialização da sexualidade da mulher. O ecofeminismo trabalha em conjunto com o movimento feminista e ecologista, estabelecendo a opinião de que deveriam conjuntamente traçar objetivos comuns de igualdade de direitos e abolição de hierarquias.

Feminismo separatista

Este tipo de feminismo é a vertente mais extrema do feminismo radical, a qual não se encontra no princípio de igualdade, pois sustenta a diferença entre ambos os gêneros, apontando que a mulher deve manter-se de fora de qualquer relação com os homens, defendendo o sexo lésbico como única alternativa para o correto desenvolvimento da sexualidade da mulher.

Feminismo filosófico

Um dos tipos de feminismo cujo objetivo é refletir sobre o conceito de mulher na ordem social. Ele exige uma revisão histórica da filosofia, na qual a figura da mulher foi apagada. Ao longo da história, o feminismo filosófico tem sido a base para vários tipos de feminismo.

Feminismo abolicionista

Entre os diferentes tipos de feministas, há aquelas que fizeram parte do feminismo abolicionista. Ele compartilha as premissas do feminismo radical, mas também enfatiza a luta contra a prostituição e a pornografia, classificando-as como manifestações do patriarcado.

Feminismo pós-colonial

Um tipo de feminismo. Em particular, estuda as mulheres em contextos geopolíticos pós-coloniais. Analisa as relações de dependência da metrópole como um modo de construção social. Expõe características como o classismo e o machismo do pensamento colonizador.

Feminismo marxista

Um tipo de feminismo socialista. O feminismo marxista reflete sobre como o poder é estabelecido e construído na sociedade de acordo com a teoria marxista. Ele enfatiza a importância de como as condições econômicas podem perpetuar a opressão, ou seja, como o sistema capitalista influencia a perpetuação do patriarcado.

Feminismo negro

Especificamente, o feminismo negro enfoca a situação das minorias raciais. Ele mostra como a discriminação é um obstáculo à conquista da igualdade de gênero. Argumenta que o racismo e o patriarcado influenciam os papéis de gênero.

Feminismo científico

Tem suas origens na psicologia evolutiva. O feminismo científico reconhece as diferenças biológicas entre os sexos. Entretanto, ressalta que essas diferenças não justificam a desigualdade de gênero. Portanto, ele pede a construção de uma sociedade inclusiva em termos de direitos iguais para homens e mulheres.

Feminismo masculino

Esse tipo de feminismo é um movimento de homens comprometidos com a igualdade de gênero. Ele aumenta a conscientização sobre os efeitos e as consequências do patriarcado como um mecanismo para perpetuar o machismo e a superioridade masculina dentro da ordem social.

Feminismo lésbico

O feminismo lésbico argumenta que a naturalização da heterossexualidade como norma sexual na sociedade favorece a permanência dos papéis sociais de gênero. Ele culpa os princípios conhecidos no feminismo lésbico como heteronormativos pela desigualdade de gênero.

Feminismo cultural

O feminismo cultural defende que as mulheres são moralmente superiores aos homens. Também promove que as mulheres têm um vínculo com a natureza devido à sua condição de mães. Esse é um dos ramos do feminismo que abrange tendências que vão contra as normas socialmente preestabelecidas para as mulheres.

Ciberfeminismo

Esse novo conceito faz parte da quarta onda do feminismo que estamos vivenciando atualmente. Por meio das redes sociais e da Internet, ele estuda como os conceitos de gênero são construídos na comunidade virtual. As características exclusivas dessas mídias nos permitem ir além dos papéis de gênero tradicionalmente estabelecidos.

Feminismo pró-vida

Esse é um dos ramos do feminismo. Ele se posiciona contra o aborto, ao mesmo tempo em que se opõe à desigualdade de gênero e luta por oportunidades iguais para homens e mulheres. O feminismo pró-vida ressalta que o princípio da igualdade não pode vir antes da vida dos mais vulneráveis. Ele também questiona os benefícios do aborto.

Feminismo dissidente

Dentro dos tipos de feminismo, as mulheres que fazem parte do feminismo dissidente não defendem alguns dos objetivos dos outros tipos de feminismo. Esse feminismo não é unificado; por um lado, o patriarcado não é visto como a fonte da opressão e da desigualdade de gênero. Por outro lado, o feminismo dissidente expressa a necessidade de adaptar o código civil para alcançar a igualdade de gênero.

3 pilares do feminismo

E quais são os pilares, isto é, as bases do feminismo?

  • Igualdade de gênero: o primeiro pilar do feminismo é a luta pela igualdade de gênero. Isso envolve a busca da igualdade entre homens e mulheres em todos os aspectos da vida, inclusive nas esferas política, social, econômica e cultural. O feminismo busca eliminar a discriminação e os estereótipos de gênero e promover oportunidades iguais para todas as pessoas, independentemente do gênero.
  • Autonomia das mulheres: o segundo pilar do feminismo é a promoção da autonomia das mulheres. Isso significa reconhecer e respeitar o direito das mulheres de tomar decisões livres e informadas sobre suas próprias vidas, corpos e sexualidade. O feminismo busca eliminar qualquer forma de controle ou dominação sobre as mulheres e promover sua capacidade de exercer autonomia em todos os aspectos de suas vidas.
  • Eliminação da opressão patriarcal: o terceiro pilar do feminismo é a luta pela eliminação da opressão patriarcal. O feminismo critica as estruturas de poder baseadas no patriarcado, que dão privilégios e vantagens aos homens em detrimento das mulheres e de outros grupos marginalizados. Ele busca desmantelar normas sociais e estruturas institucionais que perpetuam a desigualdade e a opressão de gênero e construir uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • De Miguel, A. (2000). Los feminismos.
  • Fiss, O. (1993). ¿Qué es el feminismo? THEMIS, 14, 211-220.
  • Jaén, J. (2006). Soy feminista. Transversales, 2.
  • Sánchez, P. Definición del feminismo: inicios del movimiento.
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