Psicologia clínica

Tipos de esquizofrenia

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 19 abril 2023
Tipos de esquizofrenia

Existem 6 tipos de esquizofrenia, cada um com características particulares: esquizofrenia simples, esquizofrenia residual, esquizofrenia catatônica, esquizofrenia indiferenciada, esquizofrenia hebefrênica e esquizofrenia paranoide. A esquizofrenia é uma das patologias mais conhecidas atualmente devido às complexidades que suscita. Além de qualquer definição que tenhamos sobre ela, é importante lembrar que existem vários tipos deste transtorno mental, cada um com alguma característica distintiva que o diferencia dos demais. Cada tipo de esquizofrenia tem sintomas, causas e tratamentos específicos.

Neste artigo de PsicologiaOnline, forneceremos informações sobre quais os tipos de esquizofrenia e seus tratamentos.

Índice

  1. Esquizofrenia simples
  2. Esquizofrenia residual
  3. Esquizofrenia catatônica
  4. Esquizofrenia indiferenciada
  5. Esquizofrenia hebefrênica
  6. Esquizofrenia paranoide

Esquizofrenia simples

A esquizofrenia simples é um subtipo de transtorno mental que se caracteriza pela presença de ideias fixas, repetitivas e persecutórias acerca do mundo. Para estabelecer um diagnóstico adequado, é necessário identificar certos sintomas:

  • Duração de um ano ou mais;
  • Alucinações;
  • Delírios;
  • Linguagem desorganizada;
  • Apatia;
  • Abulia;
  • Falta de atenção e concentração;

Neste artigo, explicamos a diferença entre delírio e alucinação.

Causas da esquizofrenia simples

Além de compreender os principais sintomas, é interessante pensar nas origens que dão lugar às manifestações desse tipo de patologia. Aqui apresentamos as causas mais relevantes:

  • Fatores genéticos: todas as alterações neuronais têm origem na transmissão genética. Nesse sentido, a hereditariedade desempenha um papel fundamental para entender as vicissitudes de cada pessoa;
  • Fatores ambientais: traumas vividos durante a infância podem ser o gatilho inicial para o desenvolvimento da esquizofrenia simples. Experiências desagradáveis na vida de uma pessoa correspondem a situações em que não foi possível defender-se de insultos ou maus-tratos, entre outros.

O tratamento para esquizofrenia, é necessário realizar um tratamento psicológico que permita ordenar as coordenadas da vida do paciente por meio de ferramentas adequadas. Da mesma forma, a administração de medicamentos antipsicóticos ajuda a regular a incidência de delírios e alucinações.

Esquizofrenia residual

Ao contrário do subtipo anteriormente descrito, a esquizofrenia residual não apresenta alucinações ou delírios, entre outras manifestações. Por esta razão, é considerado um tipo mais leve de esquizofrenia. A seguir, estão os sintomas mais comuns:

  • Duração de um ano ou mais;
  • Inibição motora;
  • Abulia;
  • Falta de comunicação verbal e não verbal.

Causas da esquizofrenia residual

Além deste tipo de apresentação, é necessário distinguir quais podem ser as causas que originam o quadro. Podem ser:

  • Fatores ambientais: assim como a esquizofrenia simples, não se deve deixar de lado as vivências de uma pessoa que determinam sua personalidade. Dentro das situações mais comuns, é possível distinguir níveis de ansiedade e/ou estresse excessivos frente aos quais se carece de recursos;
  • Fatores genéticos: no caso de um familiar ter sido diagnosticado com esquizofrenia residual, existem grandes possibilidades de que a pessoa desenvolva as mesmas manifestações clínicas.

Em geral, é primordial avaliar cada caso em particular para definir qual é o melhor tratamento para cada pessoa. Nestes casos, costuma ser necessário recorrer a medicação psiquiátrica para diminuir a intensidade do quadro em conjunto com fármacos antidepressivos e ansiolíticos. Além disso, é fundamental estabelecer um acompanhamento especializado com um psicólogo para acompanhar a vida do paciente e poder estabelecer uma ordem.

Tipos de esquizofrenia - Esquizofrenia residual

Esquizofrenia catatônica

A esquizofrenia catatônica compartilha alguns sintomas com outros tipos de esquizofrenia, porém, uma de suas características diferenciais é que afeta as funções motoras através da produção de um déficit visível e notório.

Para delimitar corretamente o quadro clínico, é preciso listar alguns de seus sintomas mais comuns:

  • Alucinações;
  • Delírios;
  • Comportamentos inverossímeis;
  • Falta de atividade motora;
  • Mutismo;
  • Movimentos repetitivos;
  • Imitação de movimentos de outra pessoa;
  • Imitação da fala de outras pessoas.

Causas da esquizofrenia catatônica

As origens fornecem algumas explicações para as manifestações físicas, emocionais e comportamentais de cada ser humano. Nesse sentido, as causas podem ser:

  • Fatores genéticos: algumas pesquisas confirmaram que o fator biológico pode ser uma das causas deste transtorno. Neste sentido, na maioria das pesquisas foi comprovado que existem transtornos genéticos que são transmitidos de geração em geração, um fato que pode prejudicar o funcionamento neuronal de cada pessoa e, consequentemente, afetar a área motora;
  • Fatores ambientais: certas situações e eventos estressantes da vida da pessoa também podem ter contribuído para o agravamento do quadro.

Apesar dessas dificuldades, é preciso mencionar que existem tratamentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem de esquizofrenia catatônica. Em linhas gerais, a medicação psiquiátrica é um requisito indispensável para controlar as possíveis crises que se manifestam neste transtorno mental. Por sua vez, o tratamento psicológico costuma ser importante para estabelecer objetivos de vida e construir um vínculo social.

Esquizofrenia indiferenciada

Assim como o nome sugere, a esquizofrenia indiferenciada é caracterizada pela presença de vários sintomas típicos da doença, mas não se enquadra em nenhum diagnóstico específico. Por esta razão, é necessário distingui-la entre os outros tipos de esquizofrenia.

Eis alguns dos seus sintomas mais característicos:

  • Alucinações;
  • Isolamento social;
  • Abulia;
  • Movimentos corporais rígidos;
  • Falta de linguagem verbal;
  • Comportamento desorganizado.

Causas da esquizofrenia indiferenciada

Através da detecção desses indicadores, é possível chegar a um diagnóstico adequado. Apesar de tudo, é importante fornecer certos elementos precisos acerca dos motivos que causam a esquizofrenia indiferenciada. Nos pontos a seguir abordaremos essa temática:

  • Acidentes cerebrais: alteração do funcionamento neuronal devido a traumas, contusões, acidentes vasculares cerebrais, entre outros;
  • Uso de drogas: a ingestão de substâncias tóxicas é outro fator que pode prejudicar a pessoa que possui esquizofrenia indiferenciada. Nesse sentido, existem drogas mais fortes que causam sérios danos no sistema nervoso central;
  • Fatores ambientais: as condições de vida são um núcleo fundamental a ser considerado para essas pessoas. De maneira geral, trata-se de situações de violência física, verbal, abusos, entre outros.

Embora a esquizofrenia indiferenciada seja um dos quadros mais complexos dentro dos transtornos mentais, atualmente contamos com certas possibilidades para conseguir uma remissão parcial ou total dos sintomas. Devido à gravidade do quadro, costuma ser necessário a administração de vários medicamentos antipsicóticos e estabelecer um tratamento psicológico ao longo de toda a vida. É importante ressaltar que psiquiatra e psicólogo devem manter contato para unificar critérios de tratamento e evitar confusão no paciente.

Esquizofrenia hebefrênica

A esquizofrenia hebefrênica é um subtipo de esquizofrenia que se destaca pela prevalência de um discurso e comportamento desorganizado. Assim como outros tipos de esquizofrenia, a esquizofrenia hebefrênica tem vários sintomas em comum com outros subtipos desse transtorno.

Os sintomas mais característicos da esquizofrenia hebefrênica são:

  • Linguagem incoerente;
  • Comportamentos estranhos;
  • Instabilidade emocional;
  • Falta de contato social;
  • Apatia;
  • Abulia;
  • Delírios;
  • Alucinações.

Causas da esquizofrenia hebefrênica

Assim como descrito anteriormente, é necessário compreender as origens de cada transtorno. No caso da esquizofrenia hebefrênica, as causas mais relevantes são:

  • Fatores genéticos: embora não esteja comprovado em sua totalidade, estima-se que a presença de transtornos mentais como a depressão ou psicose constitui um aumento para o desenvolvimento desse tipo de esquizofrenia. Nesse sentido, sabe-se que as alterações nas conexões neuronais respondem ao modo de processamento dos estímulos exteriores;
  • Fatores ambientais: aqui é possível incluir o consumo de substâncias tóxicas, experiências de vida traumáticas, entre outros. No entanto, isso dependerá de cada caso em particular.

Com relação ao tipo de tratamento adequado, a recomendação geral baseia-se na administração de medicamentos antipsicóticos para regular o funcionamento do sistema nervoso central. Todavia, o cuidado com o paciente deve ser reforçado por meio de um tratamento psicológico adaptado às necessidades de cada um, a fim de estabelecer objetivos de vida.

Tipos de esquizofrenia - Esquizofrenia hebefrênica

Esquizofrenia paranoide

Por fim, a esquizofrenia paranoide é caracterizada pela presença de ideias delirantes e alucinações sobre o mundo, uma característica distintiva que pode estar ausente em outros tipos de esquizofrenia.

A seguir, mostramos os sintomas mais comuns deste tipo de esquizofrenia:

  • Alucinações;
  • Delírios de perseguição;
  • Percepção alterada da realidade;
  • Ausência de afetividade;
  • Sensação de certeza.

Causas da esquizofrenia paranoide

Em geral, as causas da esquizofrenia não estão totalmente determinadas. No entanto, algumas pesquisas revelaram dados precisos sobre as origens desse tipo de esquizofrenia:

  • Fatores genéticos: a herança genética está fortemente ligada ao desenvolvimento da doença. Se um dos pais foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide, há grandes chances de que o filho repita o mesmo padrão;
  • Fatores ambientais: o modo de criação e a interpretação dos fatos aparecem como um indicador claro dessa patologia. Durante a vida, é possível que o paciente tenha visto ou ouvido entes queridos agirem de determinada maneira. Se essas pessoas tiverem uma ideia distorcida da realidade, pode acontecer de o paciente imitar esses comportamentos.

Embora essas dificuldades representem sérios prejuízos para a vida social e familiar, a esquizofrenia paranoide pode ser abordada por meio de um tratamento farmacológico baseado em medicamentos antipsicóticos prescritos por um profissional de saúde mental. Em consonância com esse processo, a pessoa deveria realizar consultas com um psicólogo para desenvolver estratégias de vida diante das complexidades que possa enfrentar.

Tipos de esquizofrenia - Esquizofrenia paranoide

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta edición). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
  • López Rodríguez, P., Sanmillán Brooks, H. E., Cainet Beltrán, A. R., Olivares Martínez, O. (2015). Algunas consideraciones teóricas relacionadas con el estudio de la esquizofrenia. Revista Información Científica, 93 (5), 1189-1206.
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