Personalidade

Apego seguro: o que é, características, tipos e como fomentá-lo

 
Gianluca Francia
Por Gianluca Francia, Psicólogo. 11 setembro 2021
Apego seguro: o que é, características, tipos e como fomentá-lo

A criança, desde o nascimento, estabelece com quem cuida dela uma relação emocionalmente significativa, cujas características terão um papel determinante no restante de seu desenvolvimento. Esta capacidade dos seres humanos foi um dos principais temas de estudo da psicologia, no entanto, apenas com Bowlby e a teoria do apego que seus princípios foram descritos: uma predisposição inata do pequeno a buscar a proximidade protetora de sua figura de referência (cuidador) quando se encontra em condições de perigo, vulnerabilidade e dor.

Neste artigo de Psicologia-Online descobriremos o que é o apego seguro, com exemplos de seus tipos e como fomentá-lo.

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Índice
  1. O que é apego seguro
  2. Características do apego seguro
  3. Tipos de apego
  4. Por que é importante fomentar um apego seguro
  5. Como fomentar o apego seguro

O que é apego seguro

Fazem parte da categoria de apego seguro as crianças que tiveram a oportunidade de experimentar uma relação cálida e acolhedora com seu cuidador. O resultado deste tipo de interação é a construção, por parte da criança, de uma representação de si mesma como um indivíduo digno de cuidados amorosos, que poderá se aproximar do cuidador nos momentos de dificuldade, considerando-o como uma base segura à qual recorrer para um "abastecimento emocional".

O outro significado, neste caso, será representado na mente da criança como uma pessoa emocionalmente disponível nos momentos de dificuldade e disposto a reconhecê-la como ser único, especial, ao qual deve oferecer cuidados e consolo. Estas representações, construídas nas primeiras interações, generalizarão posteriormente para o exterior, permitindo à criança criar uma expectativa do mundo que a rodeia como um lugar onde as pessoas estão dispostas a ajudá-la nos momentos de dificuldade ao longo de sua vida.

Portanto, podemos definir o apego seguro como um conjunto comportamental e relacional no qual há um equilíbrio adequado entre a exploração do meio ambiente e o apego aos pais, isto é, entre independência/autonomia e dependência.

Características do apego seguro

As crianças com um apego seguro, na Strange Situation Procedure, experimentam a angústia típica da fase de separação e demonstram a ativação do sistema de apego através de comportamentos reconhecíveis como o choro. A presença afetiva próxima do cuidador (a chamada base segura) durante a fase de reunião servirá para desativar o sistema de apego e favorecerá a exploração.

As crianças que possuem apego seguro consideram a mãe uma base segura para suas explorações, tendo adquirido confiança em sua disponibilidade e acessibilidade em caso de necessidade. Portanto, estas crianças tem uma representação de si mesmas como dignas de amor e dos outros como dignos de confiança, já que estão disponíveis e dispostos a responder a suas petições de ajuda e consolo.

O cuidador é, de fato, sensível aos pedidos da criança, disponível e disposto a dar proteção no momento que a criança solicitar. As relações interpessoais futuras se basearão, de forma geral, no respeito por si mesmas e pelo outro.

Tipos de apego

O sistema de apego pode ser ativado por sinais externos e internos, e é precisamente levando em conta a interação entre estas características que se podem identificar e reconhecer os diferentes estilos com os quais as crianças reagem no momentos de estresse e perigo.

Mary Ainsworth fez uma contribuição fundamental: graças à concepção da Strange Situation Procedure (1978), a pesquisadora foi capaz de tornar mensuráveis as diferenças individuais que se encontram nos comportamentos de apego das crianças. Ainsworth e seus colaboradores observaram três estratégias comportamentais principais colocadas em prática pelas crianças durante os episódios de separação e reunião com o cuidador. Neste artigo, explicamos os Tipos de apego e suas consequências.

Baseando-se na hipótese da estabilidade no tempo dos modelos operacionais internos de Bowlby, a pesquisa sobre o apego se ampliou às relações de casal, onde Bartolomew e Horowitz definiram quatro estilos de apego no adulto, baseados na imagem que o indivíduo tem de si mesmo e do outro.

Neste caso, pelo estilo seguro se entende um modelo positivo de si mesmo e do outro, e os adultos com um apego seguro tendem a ter opiniões positivas sobre si mesmos, sobre seus amigos e sobre suas relações; se sentem confortáveis com a intimidade e a independência, equilibrando as duas. Os quatro tipos de apego são:

Apego seguro: o que é, características, tipos e como fomentá-lo - Tipos de apego

Por que é importante fomentar um apego seguro

A literatura sobre este tema tem destacado que um apego seguro ao cuidador pode ser considerado um fator de proteção para o futuro desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Graças a estas experiências "seguras", a criança pode aprender as bases da confiança e a reciprocidade, se sentir seguro ao explorar o ambiente e as novidades, desenvolver as capacidades de autorregulação emocional e de gestão de expectativas em caso de estresse.

No apego seguro, a criança também pode desenvolver de maneira sadia a capacidade de autorregulação das próprias emoções e impulsos, assim como as bases da própria identidade: senso de competência, autoestima e equilíbrio entre autonomia e dependência, aprender comportamentos empáticos, mas sobretudo desenvolver um conhecimento interno positivo de si mesmo, do outro e da relação (assim como do mundo). Estes aspectos a protegerão no futuro em situações de estresse, permitindo uma melhor adaptação social e a construção de relações adultas equilibradas e gratificantes. Neste artigo falamos sobre O que é a identidade pessoal e como é construída.

O apego seguro, como é fácil compreender, é o principal fator protetor contra a formação de comportamentos violentos e antissociais: de fato, graças a um cuidador capaz de sintonizar com as necessidades da criança e de proporcionar presença e regras equilibradas, o pequeno desenvolve as competências necessárias para regular e modular impulsos e emoções, e para controlar melhor o estresse e traumas psicológicos, desenvolve comportamentos pró-sociais e empáticos e é respeitoso em relação às regras.

Como fomentar o apego seguro

Depois de ver a importância do apego seguro, é normal que queira saber como se consegue o apego seguro. Para que se estabeleça um apego seguro, é importante que o cuidado possua algumas qualidades:

  • Compreender o estado emocional e as necessidades implícitas da criança é uma das principais pautas para fomentar o apego seguro nos filhos.
  • Ser sensível a suas necessidades e a suas mensagens, interpretando suas necessidades, é essencial para trabalhar o apego seguro nas crianças.
  • Saber consolar sem ser julgador nem desrespeitoso e sem oprimir o pequeno com atenção excessiva é outro dos conselhos para um apego seguro.
  • Saber estar presente de maneira discreta quando for necessário, mas também deixá-las livres para explorar e brincar é a base para criar um apego seguro nas crianças.

Estas capacidades são explicitadas em uma percepção atenta dos sinais e comunicações implícitas da criança, na interpretação precisa destes sinais, na sintonização afetiva (intercâmbio empático) e em prontidão, idoneidade e exaustividade da resposta dada ao pequeno, que é constante nas diversas situações (previsibilidade) e permite à criança construir uma imagem estável e tranquilizadora da figura de referência.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • Barbier, A. (2019). Stili di attaccamento e relazioni sentimentali. Recuperado de: https://www.psicoterapiapersona.it/2019/01/19/stili-di-attccamento-e-relazioni-sentimentali/
  • Bertanza, G. (2021). Attaccamento madre-bambino. Recuperado de: http://www.giovannibertanza.it/glossario/attaccamento_madre-bambino_3.php
  • Zaccagnino, M. (2019). Dalla depressione postpartum all’attaccamento sicuro. Linee guida per il trattamento con EMDR. Milán: Franco Angeli.
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