Crescimento pessoal e autoajuda

Karma existe?

 
Equipe editorial
Por Equipe editorial. 22 agosto 2024
Karma existe?

O karma é um conceito espiritual presente em várias religiões. Sua existência como princípio universal é uma questão de crença pessoal, sem comprovação científica. Provavelmente você já ouviu frases como "tudo volta" ou "o que você recebe é o que você dá". Essas palavras refletem a crença de que nossas ações sempre têm consequências. A essa crença dá-se o nome de "karma" e é característica de religiões como o hinduísmo e o budismo, entre outras.

Entretanto, a pergunta mais importante é: karma existe? Neste artigo de Psicologia-Online, veremos o que é o karma, o que a ciência diz sobre essa questão e quanto tempo o karma leva para agir.

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Índice
  1. Karma existe mesmo?
  2. O que a ciência diz sobre o karma
  3. Quanto tempo o karma leva para agir
  4. Testemunhos de que o karma existe

Karma existe mesmo?

Do sânscrito "ação", o karma pode ser definido em poucas palavras como "a lei de causa e efeito", no qual cada ação precede uma reação. No entanto, o significado do karma varia conforme a religião: segundo o hinduísmo, o karma é a energia que deriva dos atos de um indivíduo durante sua vida, condiciona suas próximas reencarnações até alcançar a perfeição e, portanto, afeta sua vida presente e futura. Por outro lado, segundo o budismo, o karma é a energia ou atitude que influencia o sofrimento e a felicidade do indivíduo e, portanto, seu caminho para a iluminação.

No entanto, no sentido mais popular, muitas pessoas acreditam no karma como uma forma de justiça moral, ou seja, boas ações conduzem a resultados positivos, enquanto más ações resultam em consequências negativas. Não perca nosso artigo sobre "Lei do karma: 12 bases".

Mas karma existe mesmo? O certo é que a existência do karma como força cósmica não foi comprovada empiricamente. Não há evidências que demonstrem que nossas ações têm um impacto exato no futuro, especialmente se se trata de vidas passadas ou futuras. A percepção de que o karma funciona muitas vezes pode ser atribuída à psicologia humana e à busca por padrões e significados nos eventos da vida.

O que a ciência diz sobre o karma

Como sabemos, a ciência recorre à observação, experimentação e teste de hipóteses para demonstrar ou descartar ideias e teorias. E embora o karma não se ajuste a esses métodos, podemos encontrar estudos de psicologia e sociologia que aprofundam por que as pessoas acreditam no karma e como essa crença pode influenciar seu comportamento.

Na psicologia, a “teoria do reforço” sugere que os indivíduos são mais propensos a repetir comportamentos que são recompensados e a evitar aqueles que são punidos. Esse comportamento pode criar a ilusão de que o karma existe, embora na realidade seja um mecanismo psicológico que guia nosso comportamento.

Por sua vez, a “teoria do mundo justo” postula que as pessoas tendem a acreditar que a realidade é justa e que, portanto, todas as ações têm consequências apropriadas. Essa crença pode levar a interpretar eventos aleatórios como resultado de uma justiça cósmica.

De fato, um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology[1] descobriu que as pessoas que acreditam no karma são mais propensas a agir de forma ética e pró-social. Essa correlação não prova a existência do karma, mas sugere que confiar no karma pode ter efeitos positivos no comportamento humano.

Saiba mais em nosso artigo sobre "Valores éticos: o que são, lista e exemplos".

Karma existe? - O que a ciência diz sobre o karma

Quanto tempo o karma leva para agir

Dependendo da religião e da perspectiva individual, o karma pode levar mais ou menos tempo para se manifestar. Em algumas tradições, o karma pode agir nesta existência, enquanto em outras pode se manifestar em outras vidas.

No dia a dia, as consequências de nossas ações podem não ser imediatas, e as recompensas por boas ações podem demorar a aparecer. Às vezes, o karma funciona de maneiras pouco evidentes, afetando nossa paz interior e bem-estar emocional em vez de nossa vida externa.

Além disso, sob uma perspectiva psicológica, as consequências de nossas ações são imediatas em termos de como nos sentimos em relação a nós mesmos. Agir de maneira ética pode melhorar nossa autoestima e bem-estar emocional, enquanto fazer o oposto pode gerar culpa e ansiedade. Nesse sentido, o karma age rapidamente a nível interno, embora as consequências externas geralmente demorem a se manifestar.

Testemunhos de que o karma existe

Existem inúmeros testemunhos que afirmam a existência do karma, muitos dos quais vêm de experiências pessoais. Embora esses relatos não constituam evidência científica, podem ser poderosos para aqueles que os vivenciam:

  • Deepak Chopra: este autor e médico conhecido escreveu extensivamente sobre o karma. Em seu livro As 7 Leis Espirituais do Sucesso, Chopra descreve o karma como "a lei de causa e efeito" e oferece exemplos de como nossas decisões e ações afetam nosso destino;
  • Um estudo publicado na revista acadêmica Social Psychological and Personality Science[2] encontrou que as pessoas que acreditam em um mundo justo — ideia semelhante ao karma — tendem a ser mais felizes e a estar mais satisfeitas com suas vidas. Esse estudo sugere que a crença no karma pode ter benefícios psicológicos, ainda que não prove necessariamente sua existência;
  • Louise Hay: esta reconhecida autora e palestrante frequentemente falava sobre como nossas ações e pensamentos impactam nossa vida. Em seu livro Você Pode Curar Sua Vida, Louise Hay sugere que uma atitude positiva atrai resultados positivos, princípio que se ajusta à ideia de karma.
Karma existe? - Testemunhos de que o karma existe
Imagem: AARP

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Conway, P., Peetz, J. (2012). When does feeling good lead to doing good? Journal of Experimental Social Psychology, 48(3), 735-741.
  2. Li, N. P., Johnson, K. A., Cohen, A. B., Williams, M. J., Knowles, E. D., Chen, Z. (2012). Belief in a just world: Religious and psychological perspectives. Social Psychological and Personality Science, 3(2), 140-148.
Bibliografia
  • Hay, L. (1984). You Can Heal Your Life. Hay House.
  • Lerner, M. J. (1980). The Belief in a Just World: A Fundamental Delusion. Springer.
  • Lucas, T., Alexander, S., Firestone, I., LeBreton, J. M. (2008). Development and initial validation of a procedural and distributive just world scale. Personality and Individual Differences, 45(1), 30-35.
  • Skinner, B. F. (1953). Science and Human Behavior. Macmillan.
  • White, K., Norenzayan, A. (2009). The role of gods in prosocial behavior. Psychological Science, 20(5), 594-599.
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