Pagofagia (mastigar gelo): o que é, causas, sintomas e tratamento

Atualmente, a pagofagia pode ser definida como um transtorno de saúde mental caracterizado pelo impulso de comer gelo. Apesar de não ser mencionada no DSM-V^[1], a pagofagia pode ser incluída no grupo dos transtornos alimentares.

Diferentemente de outros comportamentos alimentares, as pessoas que sofrem dessa condição não possuem controle sobre suas próprias ações. Isso gera uma dependência excessiva do gelo, que se torna essencial para que o indivíduo consiga regular suas emoções e pensamentos.

Para compreender as manifestações desse transtorno, é necessário conhecer as possíveis origens. A seguir, destacamos as principais causas associadas:

• Fatores orgânicos: a maioria dos casos de pagofagia está relacionada à falta de ferro no organismo. De acordo com pesquisas realizadas por profissionais de saúde mental, pessoas com esse diagnóstico costumam desenvolver anemia ao longo da vida. Além disso, não se pode descartar a influência de antecedentes genéticos associados aos sintomas característicos da pagofagia;
• Fatores emocionais: vivências traumáticas podem ser um aspecto fundamental para o surgimento de comportamentos alimentares prejudiciais. Entre os exemplos, podemos citar abusos sexuais, maus-tratos na infância, bullying escolar, discriminação, perda de entes queridos, entre outros;
• Transtornos alimentares: a pagofagia pode estar incluída em outros problemas alimentares. Nesse sentido, a bulimia e a anorexia podem aumentar as chances de desenvolver hábitos alimentares desfavoráveis para a vida cotidiana. Geralmente, os ideais de beleza física desempenham um papel crucial.

Embora possamos ter ouvido falar sobre esse problema, é essencial possuir conhecimentos suficientes para identificá-lo a tempo. Por isso, destacamos os sintomas mais comuns da pagofagia:

• Impulso de mastigar gelo;
• Deterioração dental;
• Fadiga;
• Dores de cabeça;
• Tonturas;
• Vômitos;
• Dificuldades respiratórias.

Apesar dessa descrição, é importante compreender que a presença isolada desses sintomas não caracteriza necessariamente um caso de pagofagia. Para um diagnóstico adequado, a pessoa deve ser avaliada por um profissional especializado em saúde mental.

Ainda que esse transtorno alimentar possa afetar gravemente o cotidiano, existem soluções eficazes. Todos os métodos abordados a seguir possuem evidências suficientes para melhorar a qualidade de vida de pessoas com pagofagia. Abaixo, apresentamos os tratamentos atualmente disponíveis:

• Psicoterapia: procurar um profissional de saúde mental pode ser uma ajuda valiosa para resolver problemas pessoais. Por um lado, terapias breves focam na solução de questões específicas que surgem no presente. Durante as sessões, são definidos objetivos de curto, médio e longo prazo, que podem ser ajustados conforme necessário. Após um determinado período, a pessoa adquire ferramentas para lidar melhor com sua problemática. Por outro lado, terapias de longa duração, como a psicanálise, promovem a reflexão pessoal e buscam modificar a perspectiva de vida. No caso da pagofagia, o objetivo é explorar memórias da infância que possam estar associadas aos sintomas atuais;
• Farmacoterapia: em casos mais graves, o uso de medicamentos psiquiátricos pode ajudar a reduzir os impulsos recorrentes de mastigar gelo. Contudo, a administração desses medicamentos deve ser supervisionada por um profissional de saúde mental especializado;
• Acompanhamento nutricional: manter uma alimentação saudável, que inclua todos os nutrientes essenciais, é indispensável no manejo da pagofagia. Em alguns casos, pode ser recomendada a suplementação de ferro e zinco;
• Atividades recreativas: para pacientes que apresentam altos níveis de ansiedade, é importante incluir atividades sociais que contribuam para o bem-estar emocional. As opções variam conforme as preferências pessoais, sendo comuns atividades artísticas e esportivas.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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