Psicologia clínica

Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento

 
Alejandro Garcia Mingrone
Por Alejandro Garcia Mingrone. 28 dezembro 2022
Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento

Imagine se encontrar em uma relação amorosa que te causa mal-estar desde muito tempo e na qual ocorram brigas constantes. Esta situação te causa uma angústia persistente que perdura por longos períodos e ao final você toma a decisão de se separar para poder fazer as próprias escolhas com mais tranquilidade. Meses depois, conhece outra pessoa e ambos começam um relacionamento. No entanto, sente que esta pessoa manifesta claros sentimentos de insegurança relacionados com o/a ex que se traduzem em ciúmes desmedidos. De fato, a manifestação de ciúmes intensos é uma condição patológica, com sérias consequências na vida cotidiana de quem sofre com elas.

Neste artigo de Psicologia-Online falaremos sobre a Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento.

Índice
  1. O que é a síndrome de Rebeca
  2. Sintomas da síndrome de Rebeca
  3. Causas da síndrome de Rebeca
  4. Tratamento da síndrome de Rebeca

O que é a síndrome de Rebeca

A síndrome de Rebeca, também conhecida como ciúmes retrospectivos ou retroativos, pode ser definida como a manifestação patológica de ciúmes e insegurança pelo/a ex ou uma pessoa com a qual se tenha tido uma relação romântica. Mesmo que esta síndrome não se encontra dentro dos grupos que o DSM-V[1] propõe, também poderia ser descrita como um transtorno mental delirante celotípico devido a suas características.

A seguir, te mostraremos os critérios diagnósticos da síndrome de Rebeca:

  • Ideias delirantes a respeito de infidelidades.
  • Deterioro das relações profissionais, sociais e familiares por causa destas ideias.
  • Duração de um mês ou mais.
  • A distorção da percepção da realidade não pode ser explicada a partir da presença de outro transtorno mental nem da ingestão de substâncias tóxicas e/ou medicamentos.

Sintomas da síndrome de Rebeca

Como saber se tenho síndrome de Rebeca? Com a finalidade de compreender melhor este transtorno e estabelecer o tratamento mais adequado, é importante ter em conta as manifestações que ocorrem nestes casos tanto a nível físico e emocional como comportamental. A seguir, te mostraremos os principais sintomas da síndrome de Rebeca:

  • Ideias recorrentes sobre infidelidades do/a parceiro/a atual com seu ex.
  • Pensamentos catastróficos sobre a vida.
  • Angústia.
  • Medo da solidão.
  • Baixa autoestima.
  • Respiração agitada.
  • Vínculos sociais instáveis.
  • Suor excessivo.
  • Busca persistente de evidências que provem as ideias de ciúmes.
  • Necessidade constante de aprovação de outras pessoas.
  • Comportamentos persecutórios com o/a parceiro/a.

No entanto, cabe destacar que a presença de algum destes sintomas de forma isolada não representa necessariamente ter síndrome de Rebeca. Por isso, o diagnóstico dos ciúmes retrospectivos deverá ser feito por um profissional de saúde mental que avalie as condições clínicas de cada paciente de forma particular.

No seguinte artigo você encontrará mais informações sobre as diferenças entre ciúmes e inveja.

Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento - Sintomas da síndrome de Rebeca

Causas da síndrome de Rebeca

A síndrome de Rebeca pode ter diversas origens que dão lugar aos sintomas mencionados anteriormente. Neste tópico abordaremos as causas mais frequentes destes ciúmes retrospectivos:

Fatores ambientais

Geralmente, as pessoas que viveram infidelidades em alguma de suas relações amorosas costumam temer que a mesma situação se repita em seus vínculos futuros. Isto explicará a insegurança que manifestam a respeito do/a ex da pessoa amada.

Por outro lado, os sentimentos vinculados aos ciúmes também podem surgir durante o período da infância por ter vivido experiências desagradáveis dentro do núcleo familiar. As mesmas deixam marcas que são tomados como padrões de comportamentos ao longo da vida.

Fatores genéticos

Do mesmo modo, nestes casos também é importante ter em conta o papel da herança genética nas pessoas que manifestam insegurança permanente. Aqui entram em jogo fatores como, por exemplo, o funcionamento do sistema nervoso central ou a tendência ao alcoolismo, entre outros.

Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento - Causas da síndrome de Rebeca

Tratamento da síndrome de Rebeca

Como superar a síndrome de Rebeca? Apesar dos obstáculos que a síndrome de Rebeca pode gerar, hoje em dia dispomos de diversas abordagens que podem proporcionar resultados satisfatórios para as pessoas com este quadro clínico. Os tratamentos mais recomendados para a síndrome de Rebeca são:

Terapia psicológica

A terapia é um espaço que convida a refletir sobre as ações e o contexto de uma pessoa. Em primeiro lugar, podemos encontrar terapias de curta duração que se centram em buscar ferramentas para enfrentar situações de medo, insegurança e/ou ansiedade de uma forma mais amena. Neste sentido, a terapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais recomendadas para tratar os ciúmes retrospectivos.

Por outro lado, as terapias de longa duração tentam situar a origem dos conflitos de uma pessoa através da recordação de situações infantis. Desta forma, a pessoa pode adotar outras alternativas na hora de viver situações complexas. Neste caso, a terapia de longa duração mais efetiva é a psicanálise.

Medicação psiquiátrica

Em casos de uma gravidade que impossibilita o desenvolvimento das atividades cotidianas de uma pessoa, a administração de ansiolíticos pode ser uma opção viável. Estes medicamentos diminuem a intensidade dos sintomas a partir de modificações produzidas na química do cérebro.

No entanto, é imprescindível a supervisão de um profissional da saúde mental idôneo antes de começar este tratamento.

Síndrome de Rebeca: sintomas, causas e tratamento - Tratamento da síndrome de Rebeca

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Referências
  1. Asociación Estadounidense de Psiquiatría (2013). Manual Diagnóstico y Estadístico de los trastornos mentales (5ta ed.). Arlington: Editorial Médica Panamericana.
Bibliografia
  • Retana Franco, B. E.; Sánchez Aragón, R. (2008). El Papel de los estilos de apego y los celos en la asociación con el amor adictivo. Revista Psicología Iberoamericana, 16 (1), 15-22.
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