Psicologia clínica

O que é claustrofobia

 
Anna Rafaela Pires
Por Anna Rafaela Pires. 22 novembro 2022
O que é claustrofobia

Você já deve ter ouvido alguém perto de entrar em um elevador falando "Tenho claustrofobia, não vou entrar". Ou até mesmo, você pode acreditar que é claustrofóbico e ter medo desses lugares fechados. Mas ao mesmo tempo que nós ouvimos muito sobre essa patologia, será que realmente entendemos o que é a claustrofobia?

Quais são os sintomas dessa psicopatologia? Será que a claustrofobia tem cura? Tem tratamento? Como você pode identificar se é claustrofóbico? A claustrofobia é algo que pode limitar muito a vida do indivíduo, afetando seu dia a dia e impedindo-o de viver a vida plenamente.

Neste artigo de Psicologia-Online sabemos a importância de enteder mais sobre essa psicopatologia então vamos lhe contar mais sobre o que é claustrofobia.

Índice

  1. Claustrofobia: sintomas
  2. Claustrofobia pode matar?
  3. Claustrofobia tem cura?
  4. Como tratar claustrofobia

Claustrofobia: sintomas

Quais são os sintomas da claustrofobia:

  • Frequência cardíaca alterada
  • Sensações à temperatura alteradas - calafrios, suor frio
  • Tonturas e enjoos
  • Ansiedade extrema buscando sempre evitar ao máximo as situações desencadeantes
  • Ficar "fora de órbita"/desorientado(a)
  • Medo intenso e irracional
  • Sentidos alterados

O que define um transtorno é a forma que age na vida do indivíduo. A claustrofobia é uma fobia específica em relação a sentir-se preso, confinado e/ou sufocado, vinculada a lugares fechados e abafados ou que simplesmente onde a locomoção esteja limitada.

Lugares mais comuns para sentir claustrofobia

  1. Ambientes pequenos
  2. Cômodos sem janela
  3. Elevadores
  4. Locais que estejam trancados
  5. Sistemas de encanamento como esgotos
  6. Ônibus, mêtros e trens
  7. Carros
  8. Salas abafadas
  9. Lugares com muitas pessoas
  10. Engarrafamento
  11. Aviões

Apesar desses serem os lugares mais comuns, o indivíduo com claustrofobia pode se sentir sufocado em locais diversos, esses são apenas os mais comuns em que esses portadores sentem os sintomas da ansiedade perante a fobia específica.

Mas a claustrofobia parte de um princípio simples: medo de lugares fechados, ou seja, qualquer lugar onde a pessoa possa sentir esse sufocamento, ela poderá apresentar os sintomas da claustrofobia.

Claustrofobia pode matar?

A claustrofobia não pode matar. Ela está enquadrada nas fobias específicas que consistem em medos irracionais e muito persistentes perante situações específicas ou objetos. Apesar de muito desconfortável para o indivíduo, a claustrofobia em si não mata. Ela causa sintomas físicos importantes, contudo não vai ser letal para o portador.

Apesar de não ser letal, a claustrofobia pode trazer prejuízos importantes para a vida do indivíduo. É necessário que a própria pessoa que possui a psicopatologia identifique o quanto a fobia lhe prejudica no dia a dia. E é por meio dessa identificação que a pessoa deverá procurar um profissional que lhe ajude no proceso de tratamento.

Como saber se tenho claustrofobia

Para saber se você tem mesmo a claustrofobia é preciso entender que a fobia é um medo irracional e muito intenso de alguma situação específica que, nesse caso, são os lugares apertados e fechados. É necessário compreender o quanto esse medo está afetando sua vida. Para ser uma fobia é necessário que afete funcionalmente o indivíduo em situações que ele tenha que lidar com o "medo-alvo".

Geralmente quando perguntamos "claustrofobia pode matar?" é porque nós sentimos meio receosos com nossa própria claustrofobia. A maioria das pessoas se sente desconfortável em locais muito apertados ou abafados e podem cogitar serem claustrofóbicos, porém, nem todos que sentem esse desconforto estão realmente passando pelo processo de ter essa psicopatologia.

Claustrofobia tem cura?

A claustrofobia tem cura. Assim como a maioria das fobias específicas, a claustrofobia tem tratamento. É necessário acompanhamento psicológico de um profissional e, geralmente, também se faz uso de medicação. Contudo, assim como outras fobias, o tratamento dependerá muito do portador.

Isso acontece pois existem fobias que nem sempre precisam ser tratadas com tanto esforço. Por exemplo, uma pessoa que possui fobia de avião, porém quase nunca precisa viajar com esse meio de transporte. Apesar de ser uma fobia debilitante, o tratamento não será tão essencial para vida do indivíduo.

Então, o tratamento para claustrofobia é também baseado na necessidade do indivíduo que precisa ser tratado.

Questões importantes no tratamento da claustrofobia

  1. Intensidade dos sintomas causados pela fobia
  2. Intensidade que a fobia afeta o dia a dia do indivíduo
  3. O quanto a fobia deixa o portador disfuncional
  4. O quanto a fobia incomoda o portador

Esses são quatro itens essenciais no tratamento da claustrofobia. É por meio desses pontos e outras observações que o indivíduo e o profissional que o acompanha irão manejar a cura da claustrofobia.

Como tratar claustrofobia

Terapia de exposição

Assim como muitos tratamentos de psicopatologias, para curar o medo de lugares fechados é necessário usar a terapia de exposição. Ela consiste em expor o indivíduo a situação que lhe causa fobia de maneira gradual. Geralmente a pessoa irá ser acompanhada por um profissional, podendo ser um terapeuta ocupacional, um psicológo ou outro profissional da área da saúde.

Existem diversas formas de realizar a terapia de exposição, geralmente são usados em conjunto algumas técnicas de relaxamento profundo, mindfulness, observação de pensamentos, entre outros.

Relaxamento para enfrentar a claustrofobia

Quando estamos em situações que nosso corpo identifica como perigosas, nosso corpo entra em estado de alerta, emitindo hormônios que estressam e nos deixam em "luta ou fuga". Isso dificulta nossos pensamentos claros, nos deixa confusos e ainda mais assustados.

E é por isso que relaxar é essencial. É por meio do relaxamento que ensinamos ao nosso corpo que aquela situação não é tão perigosa assim. Quando ensinamos isso para nosso corpo em situações de claustrofobia, conseguimos facilitar nosso enfrentamento, ajudando, assim, a superar a fobia.

Se quiser aprender a fazer o relaxamento muscular progressivo, acesse nosso outro artigo.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

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Bibliografia
  • VILBENA, Junia de. Da claustrofobia à agorafobia. Cidade, confinamento e subjetividade.
  • SILVA, Roberto Souza; OLIVEIRA, Mônica Rocha; SIEBERT, Graziela; MORAES, Igor; MESSIAS, Priscila; NETO, Milton Miranda. Projeção de um ambiente virtual para tratamento de claustrofobia.
  • Manual prático de terapia cognitivo-comportamental / Margareth da Silva Oliveira, liana Andretta (organizadora). - São Paulo: Casa do psicólogo, 2011.
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