Psicologia cognitiva

O que é um estímulo discriminativo na psicologia

O que é um estímulo discriminativo na psicologia

A discriminação é um termo usado na vertente comportamental que está ligado à capacidade distinguir entre um estímulo e outros estímulos similares, para que o indivíduo responda só a determinados estímulos, e não aos similares.

O estímulo discriminativo é o termo técnico da psicologia comportamental para indicar que algo, como uma pessoa ou evento, antecede uma resposta em termos de conduta. É o contrário de um estímulo generalizado, no qual a pessoa aprende que um comportamento (como pedir doces em uma bombonière) também pode ser replicado em outros lugares onde se vendam doces (como uma mercearia).

Por outro lado, um estímulo discriminativo é um comportamento especificamente associado ou desencadeado por esse estímulo em si. Neste artigo de Psicologia-Online veremos de maneira aprofundada o que é um estímulo discriminativo na psicologia, o que é a discriminação de estímulos, como funciona e alguns exemplos.

Índice

  1. O que é um estímulo discriminativo
  2. Como funciona um estímulo discriminativo
  3. Exemplos de estímulos discriminativos
  4. Relação do estímulo discriminativo com o estímulo delta

O que é um estímulo discriminativo

Um estímulo discriminativo é aquele que evoca um comportamento em específico ou um conjunto de comportamentos, visto que a presença desse comportamento produziu um reforço em um imprinting ou reforço anterior. Um acontecimento, uma luz, um som ou um símbolo em particular salienta quando um estímulo operante será seguido por circunstâncias determinadas.

Isso indica que esse imprinting ou reforço, para esse comportamento, provavelmente está disponível. O estímulo discriminativo funciona, de fato, como um informante sobre se performar determinado comportamento em certa situação é conveniente ou não ("agora você pode fazer a coisa certa", "o reforço virá").

Os estímulos discriminativos são coisas presentes no ambiente que conseguem alcançar o status de "sinal" e, mais precisamente, indicam a consequência ocorrida após se ter agido de uma certa maneira, e o que se pode esperar que aconteça novamente. É algo que "sugere" que se agirmos da maneira correta, poderemos ganhar uma recompensa.

Identificar o estímulo de discriminação é importante para encontrar o dito reforço, e então o que precisamos para aumentar a gradação do comportamento adequado. Contudo, um estímulo discriminativo não elimina um comportamento: simplesmente altera a probabilidade de que ele ocorra novamente.

Nos artigos a seguir você encontrará mais informações sobre o que é o condicionamento clássico e o que é condicionamento operante.

Como funciona um estímulo discriminativo

O estímulo discriminativo é aquele que descreve algo desencadeado a partir de um comportamento específico e que vem em primeiro lugar. Por isso, o comportamento se manifesta como um resultado direto desse estímulo. O estímulo condicionado produz uma resposta, enquanto por sua vez o estímulo discriminativo indica a oportunidade de responder. Isso cria a oportunidade para um comportamento específico ocorrer, tendo em vista que o comportamento resultante já foi reforçado no passado.

O estímulo anterior ou discriminativo é parte de um processo específico da terapia ABA, denominado ABC, um acrônimo que, ao ser traduzido do inglês, significa:

  • A - Antecedente: trata-se das circunstâncias, ações ou acontecimentos que ocorrem antes de um determinado comportamento. A consequência é a ação ou resposta que vem depois do comportamento do sujeito.
  • B - Comportamento: é a resposta do indivíduo.
  • C - Consequência: esta é a ação ou a resposta que vem após o comportamento do sujeito.

Exemplos de estímulos discriminativos

Vejamos alguns exemplos de estímulos discriminativos aplicados ao dia a dia:

  • Se vemos o símbolo/placa "fiscalização eletrônica de velocidade" (estímulo discriminativo), sabemos que se aplicarmos o comportamento "respeitar o limite de velocidade e não ultrapassar os 50 KM/h", é bem provável que iremos voltar para casa sem uma multa de trânsito.
  • Vemos o interruptor de luz (estímulo discriminativo); apertamos o interruptor (comportamento); a luz se acende (consequência).
  • Em um experimento com uma pomba, se as bicadas são reforçadas quando há uma luz vermelha e não quando a luz é verde, a luz vermelha servirá como um estímulo discriminativo e a pomba irá aprender a bicar só nessa circunstância.
  • Em um experimento no qual se ensina um camundongo a percorrer um labirinto, é mais fácil treiná-lo com uma recompensa altamente desejável (como pasta de amendoim) do que uma recompensa menos desejável, como um pedaço de brócolis.

Relação do estímulo discriminativo com o estímulo delta

O estímulo delta é fruto da história de aprendizagem de alguém: um estímulo, de fato, pode estar associado a uma outra situação, caso seja seguido de reforço ou punição. Quando um estímulo está associado à ausência de reforço, trata-se então da condição de estímulo delta, uma vez que indica que o reforço provavelmente não estará disponível (se vou à uma loja de roupas, não posso comprar pão).

Portanto, definimos como discriminativo o estímulo que nos indica que se tivermos um determinado comportamento, obteremos um reforço; e delta é o estímulo que nos indica que se tivermos esse comportamento, não haverá nenhum reforço. Essa diferença de estímulos pode ser útil para ensinar às crianças quando é o momento ou o contexto adequado para fazer algo. Por exemplo, podemos fazer com que uma criança use uma pulseira que indica que a permita fazer determinada coisa (estímulo discriminativo) a qual, por outro lado, é proibida na ausência da pulseira (estímulo delta).

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

Se pretende ler mais artigos parecidos a O que é um estímulo discriminativo na psicologia, recomendamos que entre na nossa categoria de Psicologia cognitiva.

Bibliografia
  • RICCIO, R. (2013). Stimoli discriminativi e contingenza a tre termini (3 di 4). Disponível em: <http://www.riabilitazionelogopedia.it/home/prevenzione/stimoli-discriminativi-e-contingenza-a-tre-termini-3-di-4/> Acesso em: 07 de julho de 2021
  • SPROUT (2021). Discriminative Stimulus in ABA Therapy: Explained. Disponível em: <https://www.joinsprouttherapy.com/studio/aba-terms/discriminative-stimulus> Acesso em: 07 de julho de 2021.
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2 comentários
A sua avaliação:
Ruan Marcacci Ribeiro da Silva
O que eu vi em um vídeo de 15 min e não entendi, entendi em uma leitura de 5 minutos.
Equipe editorial (Editor/a de Psicologia-Online)
Olá Ruan, ficamos felizes em ajudar. Esperamos que você continue nos acompanhando. Um abraço da equipe editorial de Psicologia-Online.
A sua avaliação:
BERTONI FELICIANO
O artigo é objetivo e didático, obrigado e parabéns!
Equipe editorial (Editor/a de Psicologia-Online)
Olá Bertoni, ficamos felizes em ajudar! Um abraço da equipe editorial de Psicologia-Online.
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